domingo, 14 de abril de 2013

CONSUMO DE OXIGÊNIO

          O consumo de oxigênio é um marcador da atividade aeróbica e pode ser analisado a partir de uma resposta de adaptação máxima em um indivíduo posto em treinamento. Neste teste se espera um deslocamento no consumo de oxigênio ou no consumo de pico, tudo dependendo do caso. Desta forma fazendo com que o ponto de fadiga de uma carga máxima se desloque para uma carga superior. Em pacientes cardiopatas onde o consumo de oxigênio é baixo, devemos aplicar técnicas para recuperar essa taxa.




        O gráfico acima representa o ganho adicional no consumo de oxigênio.O indivíduo está tendo uma maior eficiência e economia, pois em uma mesma carga de trabalho ele está consumindo menos oxigênio, para esse resultado, damos o nome de "Ganho Técnico"de economia do gesto.

        Em pacientes com desordem coordenativas nos órgãos motores como exemplo paralisia cerebral e pacientes em adaptação com órteses e próteses, como esses devem reaprender a se locomover, a sua medida no consumo de oxigênio é muito elevada para a atividade. A medida que há uma adaptação e o paciente vai aprendendo a deambular, a medida do consumo de oxigênio vai caindo, pois o indivíduo vai ficando mais econômico.   

TESTE TRIANGULAR: A medida em que há um aumento do tempo, a carga aumenta. Esse teste também é conhecido como teste da escada, pois a cada fração de tempo a carga aumenta, formando assim um degrau.
TESTE RETANGULAR: Uma carga fixa permanece durante um período de tempo. O indivíduo pode partir de um determinado nível ou do repouso.

EXEMPLO: Colocamos um atleta para trotar em 12 Km/h. Esse esforço serve para um aquecimento durante um certo período de tempo, com isso ele irá estabelecer um consumo de oxigênio maior do que no repouso.





                   Esse gráfico representa um teste realizado em um indivíduo para testar a sua economia no consumo de oxigênio com uma carga de 17 km/h. Em uma carga inicial de 12 Km/ h observamos que esse consome 30 ml.kg.min. Quando aplicamos a carga teste, teoricamente o consumo de oxigênio deveria aumentar instantaneamente como representado na linha verde. Entretanto o consumo de oxigênio não consegue responder instantaneamente a uma imposição de carga, pois necessita adaptar-se por causa da fisiologia corporal. Com isso, há um desvio da linha ( representado na Linha Roxa).
                   Em um ponto qualquer da escala de tempo representada no gráfico, a carga teste já foi imposta, assim o consumo de O2 deveria estar em um valor, porém o indivíduo consegue gerar outro, que é inferior a necessidade. Isso ocorre pois existe uma série de recursos cardiorespiratórios que devem ser regulados para conseguir consumir oxigênio requisitado para aquela carga de trabalho como: vasodilatação adequada do membro que está sendo ativado,  aumento da oferta de sangue e consequentemente de O2 para os tecidos, a atividade enzimática,  e drenagem  lactato e piruvato para o sistema. Para que tudo isso possa ser coordenado demora um intervalo de tempo chamado : BACK STAGE.  A quantidade de oxigênio faltante para sustentar a carga é chamado de DEFICIT DE OXIGÊNIO.
                 A carga é sustentada durante esse intervalo de tempo pela glicólise anaeróbica. Até o ponto em que a carga teste não foi imposta, o Lactato está estável, entretanto no momento da carga, há uma elevação desse no sistema. Os níveis de oxigênio não sofrem um rápido aumento, então começamos a ter a presença da atividade glicolítica. A medida que o sistema vai se estabilizando, os níveis de lactato tendem a se estabilizar conforme algumas das opções:


- Voltar ao nível normal ( de repouso).
- Estabilizar em um nível levemente superior.
-Estabilizar no pico
- Não estabilizar

Tudo depende qual a intensidade da carga aplicada.

EXEMPLO: Em cargas de baixa intensidade como uma caminhada de 5 Km/h.
Se elevarmos essa carga para:

- 7 Km/h haverá uma estabilização de lactato no repouso.
- 10 Km/h estabilização em nível superior.
- 15 Km/h estabiliza no pico (Carga alta comparada com a inicial)
- 20 Km/h lactato não estabiliza, o que configura uma predominância anaeróbica naquela atividade que está sendo treinada.

É comum estimular o atleta ou o paciente a aumentar algumas intensidades ao longo do treino, porém diferentes intensidades geram respostas diferentes em termos de atividades anaeróbicas. Um vez que o estágio de dificuldade seja superado, chega o período de BACK STAGE.

Um indivíduo tem o hábito de praticar corridas durante meia hora. 

Início da  corrida: Ele não sente nenhuma alteração, pois está com os sistemas e os estoque de glicogênio entre outros, completos. 

2º Minuto: Começa a perceber certas alterações como: a perna começa a pesar e a respiração não está normal.

4º a 5º Minuto: As alterações continuam e o indivíduo cogita a hipótese de desistir da corrida.

7º Minuto: O indivíduo volta a sentir-se bem, continuando a corrida. ( Essa nova adaptação é conhecida como 2º FOLEGO).

2º FOLEGO: Momento em que ocorre a estabilização do sistema aeróbico ,tornando-se predominante e capaz de sustentar essa via. Sempre há um déficit de oxigênio que varia com:

- Variação de carga : Quanto maior a variação de carga, maior o déficit.
- Carga inicial : A medida que a carga aumenta, o déficit aumenta.
- Condição Física: Quanto mais treinado, acelera o processo de adaptação e menor é o déficit.




DIMINUIÇÃO DE CARGA: Quando ocorre um retorno para a carga anterior, no primeiro momento há uma queda rápida e logo após fica lento. Para sustentar uma carga menor, o consumo de oxigênio está muito elevado, esse processo é conhecido como EXCESSO DE CONSUMO DE OXIGÊNIO PÓS EXERCÍCIO (EPOC).

                A principal via de remoção do lactato e do hidrogênio é a oxidação. Com isso, utilizamos o excesso de consumo de oxigênio para a remoção dos mesmos, fator fundamental. Além disso, esse processo é importante para a reconstituição de reservas de ATP, mioglobina e reativar o sistema metabólico como um todo. 



 OBS: Exceto em indivíduo aerobicamente bem treinados em que o déficit e a área da EPOC são menores.

             Em esportes de equipe (volêi, futebol,futsal, basquete, entre outros) como há um aumento e diminuição de intensidade, o atleta deve ter uma boa capacidade de recuperação. Por esse motivo, nesses tipos de esportes, apesar da característica principal ser a anaerobiose, necessitam de uma base aeróbica. Porém isso não significa dizer que esse tipo de atleta necessita ter um consumo de 75 ml. Kg. minuto, pois essa taxa é comum para corredores de fundo. 

EXEMPLO: Um jogador de futebol é um velocista e vai chegar em um consumo de no máximo 60 ml.Kg. minuto. Ele necessita de bases aeróbicas para fazer mais tiros durante o jogo.

            O gráfico 2 também é utilizado para testar economia de movimento. Um exemplo seria um velocista que tem consumo de oxigênio alto, porém queremos saber como ele desempenha durante a corrida. Em um teste aplicando a velocidade de prova e com outras duas velocidades, é possível determinar qual o consumo de oxigênio do atleta em cada velocidade. Para um bom desempenho é necessário ter um alto consumo de O2, porém deve ser econômico, o que depende de técnica e gestos precisos.
  

EXEMPLO: Após realizar o teste, o consumo de O2 de diferentes atletas foi comparado para a mesma velocidade obtivemos os seguintes resultados:

ATLETA 1- 58
ATLETA 2- 60
ATLETA 3- 62

O atleta 1 tem mais chances de ganhar, pois ele é mais econômico no consumo de oxigênio. Provavelmente está poupando energia para ser depositada no final da prova (conhecido como 32 km finais).


FUNCIONAMENTO DO LACTATO QUANDO UTILIZAMOS O TESTE DE CARGA PROGRESSIVA


             Os níveis de lactato e o oxigênio podem ser medidos ao mesmo tempo, porém não é recomendado. Isso ocorre pois para medir os níveis de consumo de O2 devem ser utilizados incrementos pequenos com maior frequência.
EX: Aumentar 0,5 Km/h a cada 30 segundos. ( Modelo ideal para a cinética do consumo de O2).

           O sistema eficiente para medir lactato é necessário estágio mais longos para a sua estabilização (aproximadamente 3 minutos).

Em 1907 foi descoberto que o lactato é produzido nos músculos. No ano de 1981, o pesqueisador Jorge Brucks formulou a grande lógica do lactato. Em seu projeto ele queria saber como a concentração de lactato em um teste de carga progressiva surgia. Então preparou glicose radioativa (carbono 14) em níveis baixos, e colocou na corrente sanguínea de voluntários.  Ele mediu: 
- a glicemia.
- a glicemia de C14.
- a lactacemia.
- a lactacemia de C14.

Quando foi analisar a produção de lactato, encontrou:






        O gráfico acima representa o comportamento da concentração de lactato conforme há um aumento de carga. Um balanço entre a produção e a metabolização. 

1- PRODUZ= METABOLIZAÇÃO

Concentração de lactato permanece igual. Produz mais e gasta mais.

2- PRODUÇÃO > METABOLIZAÇÃO

Saturação dos transportadores de lactato (MCT). Concentração de lactato maior.

3- METABOLIZAÇÃO ESTABILIZA

 Máxima capacidade de remoção de lactato sendo transformado em Piruvato. Próximo do consumo máximo de O2. Produção continua crescendo, é a resposta do lactato com limiar de queda. O seu padrão de resposta são os limiares 1 e 2.

       Para medir a quantidade de lactato é necessário saber a metabolização. Com isso, o pesquisador utilizou o procedimento contrário comprando lactato radioativo e injetando nos voluntários. Quando esses estavam em repouso mediu:

- Quantidade de lactato radioativo
-Quantidade de lactato não radioativo
-Piruvato radioativo *
-Glicose radioativa *
-Alanina Radioativa *

* Possibilidades de produção de Lactato
* Os resultados em termos de remoção de Lactato na circulação são representados pela linha verde do gráfico. 

A cinética do lactato é a mesma independente da condição física do indivíduo. Entretanto, diferentes indivíduos terão uma concentração de lactato diferente como mostra o gráfico abaixo:






*Adulto com 1º Limiar igual a 40 e segundo limiar 60.

         


         Cada Limiar representa uma intensidade aeróbica. Um exemplo seria colocar um atleta para praticar uma atividade física abaixo do seu primeiro limiar, assim sofrendo uma adaptação metabólica. A área de treinamento é dividida em:

SUB AERÓBIA: Abaixo do estímulo suficiente para produzir adaptação.

* Provocar uma maior intensidade, passar do 1º Limiar.

AERÓBIA: Tem adaptações aeróbias, exercício continua de baixa intensidade. Quando mais próximo de L1, o indivíduo está treinando aeróbio extensivo de  longa duração.  Mudanças metabólicas ocorrem como: Aumento da densidade mitocondrial, capilarização. atividade enzimática oxidativa ( Palmitoil, Citrato Sintase, Acil Transferase, ...) .A atividade quando trabalhada em um intensidade mais próxima do L2, continua sendo aeróbia, porém produz uma adaptação mais cardiovascular e cardiorrespiratória como: diminuição da frequência cardíaca, aumento da capacidade de bombeamento cardíaco e capacidade de vasodilatação. 

*Treinar em cima do segundo Limiar é muito produtivo, pois fará com que ele aumente e além disto.

ANAERÓBIA: Ocorre adaptações como aumento da massa muscular.












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