terça-feira, 23 de abril de 2013

CONTROLE MOTOR



Depende de um sistema superior que emite estímulos até o músculo e este emite sinais sensoriais para centros superiores. Nós temos 3 níveis de controle motor: VOLUNTÁRIO, AUTOMÁTICO E INVOLUNTÁRIO.

  •         Quando se refere em estruturas superiores, entende-se acima do Tronco Encefálico, trabalhando-se com duas vias: VOLUNTÁRIO E AUTOMÁTICO.
  • ·         Do tronco encefálico para baixo, ou seja, à nível de Medula fala-se de via INVOLUNTÁRIA.


v                               COMO FUNCIONAM AS VIAS VOLUNTÁRIA E AUTOMÁTICA? 

ESQUEMA 1


Quando vamos executar um movimento (ex: pegar uma garrafa de água), primeiramente, é preciso que a nível de área pré-motora haja um “planejamento” do gesto, o que significa “imaginar” o que irá acontecer (é realizado antes do gesto motor). Uma vez que há planejamento do gesto, os potenciais de ação gerados nessa área são transferidos para o córtex motor e para o cerebelo. Sendo assim, tem-se uma ativação divergente, direcionando-se para duas áreas separadas anatomicamente, jogando estimulação para a área de controle motor e também para a área cerebelar.  Do córtex motor esse potencial de ação desce para gânglios da base. Dos gânglios da base ele vai para o tronco encefálico (bulbo). Do bulbo vai para a medula e da medula para o músculo  (ESQUEMA 1).
Até o momento o músculo se encontra relaxado, mas a partir do momento que o potencial de ação chega nesse, começa-se a efetuar o gesto motor. Com isso, podemos concluir que há toda uma atividade pré-motora antes do movimento.
Quando começamos a contrair o músculo, temos a ativação de diversas estruturas sensoriais que estão no próprio músculo , no tendão, na articulação, na pele, visual e de equilíbrio.
Uma série de estruturas sensoriais que irão indicar para o sistema qual foi o resultado daquela ação, subindo pela medula e troco encefálico, no entanto esse retorno de estímulo não vai direto para o córtex sensório-motor, antes ele passa pelo cerebelo. Quando essa informação sensorial chega ao cerebelo, sua função é comparar as duas informações: a informação motora que foi produzida com a informação sensorial (resultado da ação motora).

  • Se o objetivo é pegar a garrafa de água, por exemplo, deve-se contrair uma série de músculos para gerar o movimento e para apreendê-la com uma certa precisão. 
  •  Assim que o movimento inicia, estímulos sensoriais são disparados a fim de que seja comparada as duas ações: IDEALIZADA E REALIZADA. 

 O EFEITO DA AÇÃO MOTORA É IGUAL AO IDEALIZADO? (REALIZADA É IGUAL A IDEALIZADA?)                               

Nunca é igual!

                  Por nunca ser igual, esse fato não se configura como um problema, e sim como uma  característica. O cerebelo identifica essa diferença, sendo informado, imediatamente,  para a área Pré-motora, fazendo com que essa gere um novo estímulo de “correção” do primeiro (há micro-correções ao longo do movimento).


O QUE ACONTECE COM ALGUÉM QUE TEM LESÃO CEREBELAR?

       Não vai haver o reajuste. O gesto será errático, grosseiro, com muita força. Não tem micro-correções ao longo do gesto.

  •          A capacidade de correção é tão mais importante quanto menos experiência se tem na realização do gesto (ex: pegar a garrafinha pela primeira vez).

  • ·      O processo de coordenação neuromuscular é aprendido e com o tempo a necessidade de planejar desaparece a partir de milhares de repetições. Sendo assim, o indivíduo passa a executar um gesto que depende só de Córtex Motor(tática). 


Ex: marcha


ENGRAMA


  •    Voluntário e Automático
  •   Há somente tática e execução
  •   É uma programação neuromuscular de forma a gerar um movimento estereotipado/repetitivo. Cada vez que temos que executar um gesto sob um determinado estímulo, ele é reproduzido identicamente àquele que se aprendeu a fazer.
  •         Não há planejamento, só execução. Para haver execução deve haver um estímulo que desencadeie aquele engrama.


     Exemplos: escrever, subir escadas, falar.




TEORIAS NA APRENDIZAGEM MOTORA 
(Exemplo: escrita)

  1.      Sim, é possível corrigir o engrama.
  2.       Não, mas é possível criar outro engrama que, dependendo do treinamento, pode dominar o engrama anterior. (Hipótese mais provável).


  •             É possível aprender uma nova língua. Em adultos, já há um engrama fonador estabelecido, sendo assim, ele aprenderá uma nova língua, porém, manterá o sotaque local. No entanto, crianças muitos pequenas, quando submetidas há várias línguas ao mesmo tempo, cria 3 engramas distintos, um para cada língua, sem sotaque.

  •                O ENGRAMA na aprendizagem de um gesto esportivo pode  haver vários tipos de feedback para a correção do gesto a fim de atingir alto grau de perfeição por meio do processo de repetição.

  •          Atletas de alto rendimento possuem engramas acessórios para mudanças de direção que bolas costumam executar (ex: tênis, futebol). Esse tipo de engrama é desenvolvido, principalmente, pela influência da cultura nos esportes em diversos locais. Assim, sob uma grande variedade de estímulos, o indivíduo adquire experiência/vocabulário motor.

  •         Paciente que acaba de sair de um AVE (perda de uma porção neuronal): há neurônios em torno da lesão que devem assumir àquela função. Diante de repetitivos estímulos, deve-se criar um novo engrama para o paciente poder retomar às suas atividades de vida diária, o máximo possível. Essa recuperação depende de uma série de fatores que facilitarão ou dificultarão o processo de aprendizagem.


VIAS INVOLUNTÁRIAS

              Obedecem a uma interação com o H medular (corpo medular) de uma estrutura sensorial que se integra com esse, gerando uma ação motora (ARCO REFLEXO: não há modulação de estruturas superiores, acontece, essencialmente, à nível medular).



REFLEXO MIOTÁTICO




  •        Estrutura sensorial que o ativa: FUSO MUSCULAR
FUSO MUSCULAR é uma célula muscular modificada com características sensoriais. Normalmente, se encontra entre células musculares (extrafusais) e o fuso é característica de uma célula intrafusal. O fuso está entre o ventre muscular em paralelo, ou seja, no sentido das fibras.

  •          O fuso tem enovelado à ele, uma célula sensorial do tipo IA (célula nervosa).

         O fuso emite uma fibra sensorial do tipo IA até o H medular . No H medular, a fibra IA faz sinapse com apenas 1 neurônio. 
        (O REFLEXO MIOTÁTICO É O ÚNICO REFLEXO MONOSSINÁPTICO QUE TEMOS)

  •          O estímulo no qual o fuso responde são os estímulos de ESTIRAMENTO. Sendo assim, quando estiramos o músculo, alonga os fusos e dispara potenciais de ação que chegarão até o H medular, fazendo uma única sinapse com a fibra nervosa do tipo alfa (é um motoneurônio do próprio músculo gerador do estímulo). Significa que quando alongamos o músculo, ele responde com uma contração dele mesmo (contração reflexa do próprio músculo alongado).

  •          Exemplo: REFLEXO PATELAR o indivíduo fica sentado com a perna pendente (relaxada) e faz-se uma percursão do tendão patelar com um martelete de borracha. Essa ação é suficiente para deformar o tendão e gerar um microestiramento do quadríceps (ativa o fuso, levando a uma ativação de todo o quadríceps, que por sua vez, ocorre o gesto reflexo do “chute”- extensão da perna).O reflexo patelar é utilizado para avaliar o tônus muscular.


REFLEXOS POSTURAIS: manutenção de postura. No deslocamento intencional para frente, há estiramento de toda musculatura posterior, aumentando o tônus corporal, principalmente, da região posterior.

·         SONO: Encéfalografia





Sono: a atividade encefalografia não muda gradualmente, muda repentinamente para um sinal de baixa freqüência e alta amplitude.

HIPOTONIA DO SONO: estiramento da musculatura posterior (Reflexo Miotático).



EXERCÍCIO E TREINAMENTO FÍSICO

  •     PLIOMETRIA: salto em distancia. Salto em uma posição elevada que quando aterriza faz uma extensão, depois um amortecimento, estirando toda a musculatura, disparando voluntariamente o salto. (ESTÍMULOS VOLUNTÁRIOS E INVOLUNTÁRIOS). à REFLEXO MIOTÁTICO: fazendo um recrutamento muscular maior, aumenta a potencia do salto

  •          Ex: vôlei

  •   Em Membro superior é possível: ginasta em parada de mão; apoio em uma parede, empurrando (com flexão).





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