À medida que o sangue chega ao ventrículo certo nível de tensão é gerado
sobre a parede ventricular( tensão parietal) evocando o mecanismo de
contratilidade miocárdica para a regulação do volume sistólico. Essa está
relacionada ao mecanismo de Frank-Starling que foi descrito em 1896 por Otto
Frank na Alemanha em 1914 e por David Starling na Inglaterra em 1914.Ambos
trabalhavam com o estiramento do ventrículo, porém com a dificuldade de
comunicação daquela época, seus estudos foram publicados independentemente. O
mecanismo explica o princípio de regulação intrínseca do bombeamento cardíaco,
ou seja, um maior retorno venoso causa um maior preenchimento do coração, maior
distensão do músculo cardíaco, gerando uma maior força contrátil.
A contratilidade é observada
a partir da pressão ventricular diastólica e da pressão ventricular
desenvolvida.
A curva de Frank Starling pode ser observada no
gráfico abaixo:
- Em
uma pressão ventricular baixa, próxima de 0, haverá uma pressão
desenvolvida pequena.
- À
medida que vai aumentando a pressão ventricular diastólica, a pressão
ventricular desenvolvida também aumenta tendendo a um platô.
- Quando
a pressão ventricular diastólica chega em torno de 40/50 mmHg a pressão
ventricular desenvolvida cai.
Se todos os sistemas de bombeamento aumentarem,
significa que aumentou a PRÉ CARGA.
2- Menor comprimento de fibras musculares levando a esse posicionamento
dos sarcômeros.
Com um maior enchimento do ventrículo, a parede distende mais,
provocando um afastamento dos sarcômeros. Essa posição é mais apropriada
para a geração de força, ou seja, há uma contração muscular com maior
eficiência.
3- Se houver uma grande distensão, os sarcômeros ficarão em uma posição
de grande estiramento, perdendo a capacidade contrátil e levando à uma menor
força de contração.
O efeito Frank- Starling então é um mecanismo de regulação
mecânica da força de contração ventricular, do qual todos somos submetidos a
cada ciclo, pois possuímos um determinado retorno venoso, um nível de
enchimento ventricular e de estiramento da parede do ventrículo.
Um indivíduo com
Insuficiência Cardíaca trabalha com enchimentos ventriculares e pressão ventricular
diastólica maiores, ocorrendo um represamento de sangue do coração para o
pulmão. O resultado disso, é uma menor capacidade contrátil pois o coração está
distendendo ao máximo a sua parede.
PRESSÃO ARTERIAL
SISTÓLICA: No momento em que ejeta mais sangue gera mais pressão.
EM EXERCÍCIO: Conforme vai sendo
aplicada mais carga de trabalho, há um aumento progressivo da pressão
sistólica. Isso ocorre devido ao aumento do retorno venoso, maior enchimento do
ventrículo consequentemente o coração está contraindo com mais força.
Em um paciente com
Insuficiência Cardíaca: A medida que se vai aumentando a carga no exercício, a
pressão sistólica vai aumentando. Em certo momento, há um aumento de carga e a
pressão caí. Isso é característico de um QUADRO
DE INCOMPETÊNCIA MECÂNICA DO CORAÇÃO, assim deve-se interromper o
exercício.
Um discípulo de Starling, chamado Von Anrep, repetiu o seu trabalho
buscando relacionar a força cardíaca produzida e diferentes substâncias
circulantes no sangue. Seu experimento conhecido como EFEITO VON ANREP se
baseou na aplicação de catecolaminas no coração, assim foi observado um
deslocamento da curva de Frank-Starling para cima. Ou seja, em um mesmo grau de
distensão havia uma força de contração maior, pois as catecolaminas produzem
estímulos para o Cálcio, gerando uma maior força de contração.
A última variável no controle do volume sistólico é
a PÓS-CARGA.
Sofre influências:
RESISTÊNCIA VASCULAR PERIFÉRICA:
Quanto maior a resistência, maior a Pós-carga. Isso se explica, pois o
músculo precisa produzir mais tensão para vencer a resistência.
DEPENDE:
RAIO DO CONDUTO NA 4ª
POTÊNCIA. (Relação inversamente proporcional)
O raio do conduto varia em nível
mais elevado. Durante um exercício, por exemplo, o raio do conduto aumenta por
causa da vasodilatação.
COMPRIMENTO DO
CONDUTO (Relação diretamente proporcional) Vaso do conduto varia
regularmente.
VISCOSIDADE DO CONDUTO (Relação diretamente
proporcional)
Viscosidade é o atrito entre as moléculas do fluído contra as paredes do
continente, quanto maior a inter-relação entre as moléculas, mais viscoso. A
viscosidade do sangue muda regularmente em pequenas quantidades.
O aumento do volume sistólico durante o exercício é justificado pela:
ADAPTAÇÃO DO VOLUME
SISTÓLICO DURANTE O TREINAMENTO
Em atletas bem treinados aerobiamente
como os ciclistas, chegam a ter um volume sistólico duas vezes maior, mesmo em
repouso, do que um indivíduo sedentário. Isso significa que a bomba
muscular e o músculo cardíaco são maiores, mais eficientes. Portanto, a
contratilidade é mais eficiente, capacidade vasodilatadora é maior.
DÉBITO CARDÍACO
Tudo o que regula a frequência cardíaca e o volume
sistólico, é o que regula o débito cardíaco.
EM EXERCÍCIO:
O débito máximo em um indivíduo treinado é maior e ocorre em uma carga
de trabalho também mais elevada. Em indivíduos treinados o débito cardíaco vai
ser maior somente em cargas mais elevadas, porém em cargas submáximas não será
mais elevado, comparado a indivíduos destreinados.
A vantagem de treinar um
atleta é aumentar o Debito cardíaco máximo, pois aumenta o consumo de oxigênio.
APLICAÇÃO PARA NÃO ATLETAS: Deve-se treiná-los em
cargas mais baixas para a realização de atividades de vida diária. Assim o
gasto energético miocárdico vai ser menor. O indivíduo estará fazendo a mesma
atividade com um número de contrações menores, ou seja, está havendo uma
economia cardíaca, permitindo um menor risco de infarto e outros problemas
cardíacos.
O gasto energético do
miocárdio pode ser avaliado através do ÍNDICE DO DUPLO PRODUTO. Esse está altamente relacionado com o
consumo de VO2.
Quanto maior índice de duplo produto, maior o
consumo de oxigênio miocárdico.
COMO O ÍNDICE DUPLO
PRODUTO RESPONDE?
É importante salientar que o gráfico apresenta o comportamento do
consumo de oxigênio miocárdico em diferentes cargas de trabalho. Isso é um
marcador muito útil ao monitoramento da intensidade miocárdica, de sua
frequência e atividade metabólica. Podendo ser analisado durante um treino.
É importante analisar o Índice do Duplo Produto em casos como:
PACIENTES ANGINOSOS: A angina é uma dor
no peito atrás do esterno como se estivesse comprimindo o coração em garra.
Tende a irradiar para o braço esquerdo, mandíbula e área gastro intestinal. É
uma dor típica do pré-infarto. Existem dois tipos de angina:
·
ANGINA INSTÁVEL- em que é
contraindicado exercício.
·
ANGINA ESTÁVEL- Forte recomendação
de exercícios. Faz angina sempre no mesmo índice de duplo produto.
EXEMPLO: Paciente com
diagnóstico de angina, com seu limiar de
Duplo Produto de 25.000. Ocorre que quando ele atinge determinada carga de
trabalho, ele terá angina. Um D.P de 25.000 pode ser atingido com diferentes
combinações de frequência cardíaca e pressão arterial sistólica.
O limiar de angina em 25.000 é muito importante para prescrever
exercícios, pois sabemos o limite do paciente.
COM TREINO: A frequência
cardíaca e a pressão arterial sistólica diminuem. O D.P diminuirá também,
ocorrendo um aumento na carga de trabalho da qual o limiar de angina ocorre.
Com o treinamento também é possível aumentar esse limiar.
Esses fatores são marcadores da melhora da qualidade de vida do paciente
uma vez que há uma evolução do individua na realização de suas atividades de
vida diária.
Para paciente dos quais
não se sabe o valor do limiar de angina, deve-se aplicar exercícios com cargas
baixas e ir aumentando aos poucos para achar a margem de segurança. Sempre
controlando frequência cardíaca e pressão arterial sistólica. Paciente
infartado possui um menor limiar de angina.
PRESSÃO ARTERIAL
Força aplicada em uma superfície com unidade de N/m²( conceito físico).
·
PRESSÃO DE FLUÍDO: Fluxo que segue por
um conduto e que exerce pressão nas paredes do seu continente.
·
FLUXO 1: LAMINAR
Quando estimulado
cronicamente produz adaptações vasculares benéficas. Lâmina de moléculas que
produz um menisco que se propagam por um conduto.
·
FLUXO 2:
TURBILHONANTE
Produz adaptações vasculares
prejudiciais. Turbilhão de moléculas se cruzando.
Por esse motivo, dependendo
do tipo de fluxo que uma artéria recebe, ele terá diferentes adaptações.
Como ela é pulsátil, se registra ela ao longo do
tempo:
- Os pulsos dependem da frequência cardíaca.
- A base da onde é maior no vale pois passamos mais tempo em diástole.
PARA CALCULAR A
PRESSÃO MÉDIA:
A pressão arterial é regulada de duas formas:
A) NEUROGÊNICA-
Controlada pelo Sistema Nervoso.
B) MIOGÊNICA- Controlada
pela musculatura lisa vascular.
·
NEUROGÊNICA: Existem sensores de
pressão localizados em praticamente todos os vasos. No Arco Aórtico e no seio
carotídeo, fundamentalmente os sensores são mecanorreceptores (detectam o grau
de estiramento que a parede do vaso sofre). Quanto mais estirada for a parede
do vaso, mais potenciais de ação os mecanorreceptores irão produzir.
O arco aórtico emite fibras a partir do nervo vago. O nervo vago junto
com o nervo de Hering se integram no Glossofaríngeo. Com isso chegam até o
tronco encefálico (Bulbo) onde existe todo um fenômeno de integração.
COMO FUNCIONA A
INTEGRAÇÃO NO CENTRO DE CONTROLE CARDIO PULMONAR?
Um núcleo do Trato
Solitário recebe as informações. Uma vez que essas informações do Arco Aórtico
e do Seio Carotídeo chegam são imitidas para diferentes fibras das quais o
trato inerva: inibitória ou a excitatória.
FIBRA INIBITÓRIA: Faz inervação com uma
fibra aferente simpática que vai para diferentes órgãos. Quanto maior for à
ativação/ compressão desses barorreceptores, mais estimulação haverá na via e
consequentemente mais inibição haverá do sistema simpático.
Pressão arterial sobe
novamente. Aumento compensatório, ou seja, para recuperar a irrigação cerebral
e dos outros órgãos, não é um pico hipertensivo. Todos os indivíduos sofrem
isso, uma taquicardia que compensa a queda de pressão que a variação de postura
provoca.
IDOSOS: Como eles possuem
arterioesclerose (envelhecimento da artéria). Essa perde elasticidade, pulsa
menos e há uma maior dificuldade para palpar frequência cardíaca. Com isso, a
sensibilidade barorreflexa é prejudicada, pois depende da elasticidade das
paredes das artérias. Os potenciais de ação estarão menos ativos.
Se o idoso trocar de
posição muito rápido, ele terá uma queda de pressão normal, porém a sua
resposta está prejudicada. Assim a pressão arterial permanecerá mais baixa por
um longo tempo, trazendo como consequência possíveis quedas e fraturas. O
treinamento físico na troca de posturas estimula o barorreflexo a responder,
diminuindo o déficit.
POSIÇÃO DEITADO: Inverte a situação.
NA ÁGUA: Temperatura da água
tem um efeito vasoconstritor. Existe a ação da pressão contra o corpo chamado
de pressão hidrostática. O sangue se dirige para o centro do corpo, ocorre um
maior enchimento ventricular, maior pressão sistólica.
BRAQUICARDIA DE EMERSÃO: Prescrição de
treinamento no solo deve sofrer alterações quando for aplicado na água, pois,
a pressão arterial aumenta, resposta de inibição simpática e regulação
da pressão arterial. Varia de indivíduo para indivíduo. Deve-se medir a
frequência cardíaca antes e depois de entrar na água.
A frequência cardíaca varia
ao longo do dia de acordo com as AVD´s. Um marcador de saúde cardiovascular é a
maior variabilidade da frequência cardíaca, pois significa uma maior capacidade
de ajustes rápidos, normalmente em indivíduos treinados.
Uma menor capacidade de ajuste ocorre normalmente em pacientes
diabéticos, cardiopatas.
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