Há duas vias de regulação: a Via Mecânica e a Via Neural.
VIA MECÂNICA
Quando
falamos de ventilação, ou seja, o deslocamento de ar para dentro e para fora do
sistema respiratório, essa ventilação depende da ação muscular. Ação da
musculatura inspiratória, que é, predominantemente, diafragma, intercostais
externos e esternocleidomastoideo.
Quando
analisamos a caixa torácica, temos:
- Em nível diafragmático, uma retificação do diafragma, no qual significa um abaixamento da musculatura que gera o aumento do diâmetro longitudinal do tórax. Por outro lado, a elevação das costelas pelos intercostais externos geram o aumento do diâmetro transversal e ântero-posterior do tórax.
- Em um segundo momento, no qual se tem um relaxamento da musculatura inspiratória (diafragma, intercostais externos e esternocleidomastoideo), há uma diminuição nos 3 diâmetros, fazendo com que, progressivamente, a pressão alveolar se torne maior do que a pressão atmosférica, e nesse caso o ar sai.
- PRESSÃO
PLEURA: bolsa que envolve todo o pulmão
PLEURA VISCERAL: fica junto ao pulmão.
PLEURA PARIETAL:
fica junto à parede do tórax. - PRESSÃO PLEURAL: em torno de -4 mmHg (Pressão negativa= força que atrai membrana parietal contra membrana visceral, mas não colaba).
INSPIRAÇÃO:
Pressão Pleural: como há aumento de volume (expansão), a pressão diminui.
Pela expansão, há uma queda na Pressão Alveolar.
À medida que a pressão alveolar cai, o Volume Pulmonar aumenta.
No entanto, em determinado momento a
pressão alveolar irá se tornar menor do que a pressão atmosférica, iniciando a
entrada de ar:
O volume pulmonar continua aumentando.
À medida que aumenta o volume
pulmonar pela entrada de ar, a Pressão Alveolar
aumenta.
Em função desse processo, a Pressão Pleural irá se manter.
Chega-se ao final do movimento
chamado de Inspiração (a pressão alveolar volta aos valores iniciais).
OBS: A pressão alveolar cai no início,
pois houve expansão do tórax às custas da queda da pressão pleural. A pressão
pleural atingiu um valor mínimo e estabilizou, no entanto ela começou a subir,
pois o ar estava entrando e aumentando o volume pulmonar.
EXPIRAÇÃO:
- Com o aumento da pressão pleural, a pressão alveolar vai aumentar.
- À medida que essa pressão alveolar aumenta, pela própria compressão do sistema, o volume pulmonar cai.
- O ar, em função dessa maior pressão alveolar, começa a deixar o sistema respiratório.
- A pressão alveolar atinge um pico e volta.
OBS: Nota-se que os pontos de pressão são
os mesmos. Onde a pressão alveolar está mais alta é a EXPIRAÇÃO, e onde a
pressão alveolar está mais baixa é a INSPIRAÇÃO. Veja que a pressão pleural não
sofre o efeito da entrada e saída de ar, pois é a pressão do líquido, não
dependendo do volume pulmonar.
CICLO RESPIRATÓRIO
NORMAL:
SITUAÇÃO ANORMAL:
Ø PERFURAÇÃO PLEURAL: cai a pressão pois o ar irá entrar (da maior pressão para a menor
pressão). A entrada de ar nos pulmões forma uma bolsa chamada, PNEUMOTÓRAX.
O PNEUMOTÓRAX pode ter duas
vias: uma via de perfuração externa ( ex: facada fura a pleura e entra ar), ou
por uma via originada do rompimento da pleura visceral (o ar vem de dentro do
pulmão), gerando uma bolsa que comprime o pulmão. Sendo assim, nos dois casos
no qual há a formação da bolsa de ar, essa deve ser drenada.
VOLUMES RESPIRATÓRIOS
·
Ex:
Um sujeito inspira e expira em um bocal para coletar os seus gases, através de
um sistema de medida e posteriormente para um sistema de registro, medindo o
volume de ar que passa em um determinado momento.
·
O
volume de ar deslocado em cada movimento (inspiratório e expiratório) em uma
ventilação normal, é de aproximadamente 0,5 L (influenciado pelo peso e tamanho
do indivíduo), também chamado de VOLUME
DE AR CORRENTE (VAC).
·
VOLUME DE RESERVA INSPIRATÓRIO (VRI): volume máximo de ar em uma
inspiração forçada (máxima).
·
VOLUME DE RESERVA EXPIRATÓRIO (VRE): volume máximo de ar em uma expiração
forçada (máxima).
·
Inspiração
máxima seguido de uma expiração máxima=
CAPACIDADE VITAL (VRI+ VRE+ VAC).
·
Após
a expiração forçada, ainda há ar dentro do sistema respiratório (nos alvéolos)= ESPAÇO MORTO FISIOLÓGICO (EMF- Ainda
existe troca gasosa).
·
ESPAÇO MORTO ANATÔMICO (EMA): onde não existe difusão (traquéia,
brônquios e bronquíolos).
·
VOLUME DE AR RESIDUAL (VAR): ar do espaço morto fisiológico + ar
do espaço morto anatômico (não consegue medir por espirometria clássica).
Permanece no Sistema Respiratório mesmo depois de uma expiração máxima.
·
CAPACIDADE PULMONAR TOTAL: CV (VRI+ VRE+ VAC) + VAR. É todo ar
que o sistema respiratório comporta.
PROBLEMAS NESSE SISTEMA:
v EDEMA PULMONAR: Extravasamento de líquido. Irá ter problemas no VRI, pois como tem
líquido no pulmão e ele ocupa espaço de ar, VRI cai e, conseqüentemente, irá
cai a sua CV.
v FIBROSE ALVEOLAR:
CAUSAS:
Ø DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica): 80% dos casos são relacionados ao
tabagismo. Fibrose é a fase avançada do DPOC.
Ø Doenças de Minero: depende do tipo de partícula que é inalada.
Mina de Areia: Ailicose (sílica)
Mina de Asbesto: Asbestose
Mina de Carvão: Carbose
OBS: As partículas atingem o alvéolo e com o passar do tempo vão
“pavimentando” o alvéolo, gerando uma reação inflamatória e por fim, uma
fibrose.
Ø MUCOVISCIDOSE: é
uma doença genética, mais conhecida como Fibrose Cística.Há uma progressiva
fibrose pulmonar, ou seja, o pulmão “enrijece”, causando redução do VRI,
diminuindo a CV. Cura: Transplante.
Centro Importante: Pavilhão Pereira Filho da Santa Casa
de Porto Alegre.
Ø ASMA: tem
dificuldade em expulsar o ar, pois há excesso de ar nos pulmões.
Ø Há um broncoespasmo causado por uma
reação hiperalergênica, gerando uma broncoconstrição, levando a um aumento na
resistência aérea, aumentando a sobrecarga na musculatura expiratória
(dificuldade em expirar).
RESULTADO: aumento da pressão alveolar e o ar
sai sob pressão, gerando o “sibilo asmático”.
O Broncoespasmo causa uma diminuição do volume expiratório, aumentando o
ar residual, o que se caracteriza como um quadro de hiperinsuflação, gerando
cronicamente o aumento da pressão alveolar.
Característica do asmático no qual o tratamento não funciona bem:
DEFORMAÇÃO ÓSSEA DO TÓRAX ( causado pela alta pressão alveolar), gerando
alterações posturais, etc.
ASMA X BRONQUITE ASMÁTICA
ASMA: o indivíduo tem grises agudas de
broncoespasmo.
BRONQUITE ASMÁTICA: o indivíduo tem 24 h por dia de
broncoespasmo (menos intensa que a crise de asma).
RELAÇÃO ENTRE SISTEMA RESPIRATÓRIO E DESEMPENHO AERÓBIO
·
Normalmente
essa questão é respondida quando se fala em sistema respiratório , discutindo a
Capacidade Vital.
·
Para
montar um estudo que relacione capacidade vital com desempenho aeróbio,
devemos:
1º: Medir a CV de todos
os participantes (Espirômetro). A CV será variada entre eles.
2º: Critério de
desempenho aeróbio (Teste). Medir o consumo máximo de oxigênio (VO2
máx.) de todos (Ergoespirometria).
Assim, temos CV em Litros e VO2 máx. em L. min-1.
FAZER UM
ESTUDO DE CORRELAÇÃO ENTRE CV E VO2 MÁX!
Eixo “x”-
variável independente
Eixo “y”-
variável dependente
v Cada ponto é um indivíduo (com medida
de CV e VO2 máx.)
v Em 1969 foi realizado esse estudo e
publicado em uma revista. Os resultados que foram encontrados estão
representados pelo gráfico 1:
·
EXISTE
CORRELAÇÃO (a reta comprova) à Quanto maior a CV, maior a VO2 máx.
v No entanto, 6 meses depois do estudo
anterior ser publicado, um outro estudo foi realizado e também publicado em uma
segunda revista, demonstrando resultados diferentes, como está representado no
gráfico 2:
·
NÃO
HÁ CORRELAÇÃO. A aplicação do conceito faz mais sentido pois nesse estudo foi
levado em conta o peso do indivíduo (relativizou o consumo de O2 pelo peso).
VANTAGEM:
·
Indivíduos
diferentes possuem consumos de oxigênio diferentes.
·
O
Gráfico 2 é mais real, pois divide pela massa do indivíduo à Consumo para cada kg.
·
A
correlação que é significativa no Gráfico 1, desaparece no Gráfico 2
CONCLUSÃO:
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