quarta-feira, 10 de julho de 2013

SISTEMA RESPIRATÓRIO I


Há duas vias de regulação: a Via Mecânica e a Via Neural.

VIA MECÂNICA

            Quando falamos de ventilação, ou seja, o deslocamento de ar para dentro e para fora do sistema respiratório, essa ventilação depende da ação muscular. Ação da musculatura inspiratória, que é, predominantemente, diafragma, intercostais externos e esternocleidomastoideo.
            Quando analisamos a caixa torácica, temos:
  •          Em nível diafragmático, uma retificação do diafragma, no qual significa um abaixamento da musculatura que gera o aumento do diâmetro longitudinal do tórax. Por outro lado, a elevação das costelas pelos intercostais externos geram o aumento do diâmetro transversal e ântero-posterior do tórax.




  • Em um segundo momento, no qual se tem um relaxamento da musculatura inspiratória (diafragma, intercostais externos e esternocleidomastoideo), há uma diminuição nos 3 diâmetros, fazendo com que, progressivamente, a pressão alveolar se torne maior do que a pressão atmosférica, e nesse caso o ar sai.



  • PRESSÃO

  
PLEURA:
bolsa que envolve todo o pulmão
PLEURA VISCERAL: fica junto ao pulmão.
PLEURA PARIETAL: fica junto à parede do tórax.      





  •            PRESSÃO PLEURAL: em torno de -4 mmHg (Pressão negativa= força que atrai membrana parietal contra membrana visceral, mas não colaba).

INSPIRAÇÃO:

Pressão Pleural: como há aumento de volume (expansão), a pressão diminui.
Pela expansão, há uma queda na Pressão Alveolar.

À medida que a pressão alveolar cai, o Volume Pulmonar aumenta.

No entanto, em determinado momento a pressão alveolar irá se tornar menor do que a pressão atmosférica, iniciando a entrada de ar:
  O volume pulmonar continua aumentando.
 À medida que aumenta o volume pulmonar pela entrada de ar, a Pressão Alveolar aumenta.
  Em função desse processo, a Pressão Pleural irá se manter.
  Chega-se ao final do movimento chamado de Inspiração (a pressão alveolar volta aos valores iniciais).

OBS: A pressão alveolar cai no início, pois houve expansão do tórax às custas da queda da pressão pleural. A pressão pleural atingiu um valor mínimo e estabilizou, no entanto ela começou a subir, pois o ar estava entrando e aumentando o volume pulmonar.

            EXPIRAÇÃO:

  •      Com o aumento da pressão pleural, a pressão alveolar vai aumentar.
  •        À medida que essa pressão alveolar aumenta, pela própria compressão do sistema, o volume pulmonar cai.
  •      O ar, em função dessa maior pressão alveolar, começa a deixar o sistema respiratório.
  •      A pressão alveolar atinge um pico e volta.


OBS: Nota-se que os pontos de pressão são os mesmos. Onde a pressão alveolar está mais alta é a EXPIRAÇÃO, e onde a pressão alveolar está mais baixa é a INSPIRAÇÃO. Veja que a pressão pleural não sofre o efeito da entrada e saída de ar, pois é a pressão do líquido, não dependendo do volume pulmonar.


CICLO RESPIRATÓRIO NORMAL:




SITUAÇÃO ANORMAL:

   Ø  PERFURAÇÃO PLEURAL: cai a pressão pois o ar irá entrar (da maior pressão para a menor pressão). A entrada de ar nos pulmões forma uma bolsa chamada, PNEUMOTÓRAX.

         O PNEUMOTÓRAX pode ter duas vias: uma via de perfuração externa ( ex: facada fura a pleura e entra ar), ou por uma via originada do rompimento da pleura visceral (o ar vem de dentro do pulmão), gerando uma bolsa que comprime o pulmão. Sendo assim, nos dois casos no qual há a formação da bolsa de ar, essa deve ser drenada.



VOLUMES RESPIRATÓRIOS

·         Ex: Um sujeito inspira e expira em um bocal para coletar os seus gases, através de um sistema de medida e posteriormente para um sistema de registro, medindo o volume de ar que passa em um determinado momento.

·         O volume de ar deslocado em cada movimento (inspiratório e expiratório) em uma ventilação normal, é de aproximadamente 0,5 L (influenciado pelo peso e tamanho do indivíduo), também chamado de VOLUME DE AR CORRENTE (VAC).

·         VOLUME DE RESERVA INSPIRATÓRIO (VRI): volume máximo de ar em uma inspiração forçada (máxima).

·         VOLUME DE RESERVA EXPIRATÓRIO (VRE): volume máximo de ar em uma expiração forçada (máxima).

·         Inspiração máxima seguido de uma expiração máxima= CAPACIDADE VITAL (VRI+ VRE+ VAC).
·         Após a expiração forçada, ainda há ar dentro do sistema respiratório (nos alvéolos)= ESPAÇO MORTO FISIOLÓGICO (EMF- Ainda existe troca gasosa).

·         ESPAÇO MORTO ANATÔMICO (EMA): onde não existe difusão (traquéia, brônquios e bronquíolos).

·         VOLUME DE AR RESIDUAL (VAR): ar do espaço morto fisiológico + ar do espaço morto anatômico (não consegue medir por espirometria clássica). Permanece no Sistema Respiratório mesmo depois de uma expiração máxima.


·         CAPACIDADE PULMONAR TOTAL: CV (VRI+ VRE+ VAC) + VAR. É todo ar que o sistema respiratório comporta.




PROBLEMAS NESSE SISTEMA:

   v  EDEMA PULMONAR: Extravasamento de líquido. Irá ter problemas no VRI, pois como tem líquido no pulmão e ele ocupa espaço de ar, VRI cai e, conseqüentemente, irá cai a sua CV.


   
   v  FIBROSE ALVEOLAR:





CAUSAS:

   Ø  DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica): 80% dos casos são relacionados ao tabagismo. Fibrose é a fase avançada do DPOC.
   Ø  Doenças de Minero: depende do tipo de partícula que é inalada.
Mina de Areia: Ailicose (sílica)
Mina de Asbesto: Asbestose
Mina de Carvão: Carbose

OBS: As partículas atingem o alvéolo e com o passar do tempo vão “pavimentando” o alvéolo, gerando uma reação inflamatória e por fim, uma fibrose.

  Ø  MUCOVISCIDOSE: é uma doença genética, mais conhecida como Fibrose Cística.Há uma progressiva fibrose pulmonar, ou seja, o pulmão “enrijece”, causando redução do VRI, diminuindo a CV. Cura: Transplante.
Centro Importante: Pavilhão Pereira Filho da Santa Casa de Porto Alegre.

  Ø  ASMA: tem dificuldade em expulsar o ar, pois há excesso de ar nos pulmões. 




  Ø  Há um broncoespasmo causado por uma reação hiperalergênica, gerando uma broncoconstrição, levando a um aumento na resistência aérea, aumentando a sobrecarga na musculatura expiratória (dificuldade em expirar).

RESULTADO: aumento da pressão alveolar e o ar sai sob pressão, gerando o “sibilo asmático”.



       O Broncoespasmo causa uma diminuição do volume expiratório, aumentando o ar residual, o que se caracteriza como um quadro de hiperinsuflação, gerando cronicamente o aumento da pressão alveolar.
Característica do asmático no qual o tratamento não funciona bem: DEFORMAÇÃO ÓSSEA DO TÓRAX ( causado pela alta pressão alveolar), gerando alterações posturais, etc.

 ASMA X BRONQUITE ASMÁTICA

ASMA: o indivíduo tem grises agudas de broncoespasmo.

BRONQUITE ASMÁTICA: o indivíduo tem 24 h por dia de broncoespasmo (menos intensa que a crise de asma).


RELAÇÃO ENTRE SISTEMA RESPIRATÓRIO E DESEMPENHO AERÓBIO

·         Normalmente essa questão é respondida quando se fala em sistema respiratório , discutindo a Capacidade Vital.
·         Para montar um estudo que relacione capacidade vital com desempenho aeróbio, devemos:

1º: Medir a CV de todos os participantes (Espirômetro). A CV será variada entre eles.

2º: Critério de desempenho aeróbio (Teste). Medir o consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.) de todos (Ergoespirometria).



                 Assim, temos CV em Litros e VO2 máx. em L. min-1.



FAZER UM ESTUDO DE CORRELAÇÃO ENTRE CV E VO2 MÁX!


Eixo “x”- variável independente
Eixo “y”- variável dependente



   v  Cada ponto é um indivíduo (com medida de CV e VO2 máx.)
   v  Em 1969 foi realizado esse estudo e publicado em uma revista. Os resultados que foram encontrados estão representados pelo gráfico 1:

·         EXISTE CORRELAÇÃO (a reta comprova) à Quanto maior a CV, maior a VO2 máx.

   v  No entanto, 6 meses depois do estudo anterior ser publicado, um outro estudo foi realizado e também publicado em uma segunda revista, demonstrando resultados diferentes, como está representado no gráfico 2:

·         NÃO HÁ CORRELAÇÃO. A aplicação do conceito faz mais sentido pois nesse estudo foi levado em conta o peso do indivíduo (relativizou o consumo de O2 pelo peso).

VANTAGEM:

·         Indivíduos diferentes possuem consumos de oxigênio diferentes.
·         O Gráfico 2 é mais real, pois divide pela massa do indivíduo à Consumo para cada kg.
·         A correlação que é significativa no Gráfico 1, desaparece no Gráfico 2


CONCLUSÃO:










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