A geração de energia onde são
utilizados CREATINA FOSFATO, GLICOSE, LIPÍDIO e PROTEÍNA tem como principal
foco a resíntese de ATP. Durante um exercício em que há uma demanda excessiva
de gasto energético, esses sistemas se inter-relacionam. A dinâmica de
liberação de energia de um atleta de 100 metros rasos, não é igual à de um
maratonista.
Na
década de cinquenta, o primeiro
pesquisador estudou como é a liberação de energia em diferentes atividades.
Desta forma, criou um gráfico que envolve percentual da liberação de energia ao
longo do tempo de diferentes provas atléticas.
CONCEITOS IMPORTANTES PARA COMPREENSÃO DO
GRÁFICO:
INTENSIDADE ABSOLUTA- A partir de unidades físicas (velocidade,
potência, força, tempo). Medida em: Km/h, m/s, Watts, Quilos.
Exemplo: Para
diferentes tipos de esportes, o indivíduo pode correr 10 segundos ou 10 minutos a 100%,
porém esse não correrá da mesma maneira. Ao tentar correr os 10 minutos da mesma forma que
nos 10 segundos, esse parará antes, pois entrará em fadiga e não completará a
prova.
INTENSIDADE RELATIVA- Relativa ao indivíduo e a sua capacidade máxima
de trabalho. Expressa em porcentagem do máximo.
Exemplo: Sempre nos referimos a uma
capacidade máxima de um indivíduo. Em uma corrida 11 KM/H pode ser uma alta
intensidade para alguns atletas e para outros não.
ANÁLISE DO GRÁFICO
11- 10 SEGUNDOS - Um atleta em uma prova de tiro de 10 segundos
usa predominantemente a rota ATP- CP (Creatina Fosfato), com uma pequena contribuição
de Glicose e Aeróbio. Ao aumentarmos a
duração, diminuímos a intensidade da rota de CP.
22- 40 SEGUNDOS- A rota predominante é a da Glicólise, sempre com
uma baixa participação da CP e um aumento na contribuição da rota aeróbia.
33- 3 MINUTOS- Ocorre
equiparação em termos percentuais de glicose e sistema aeróbio, CP continua
existindo, porém cai muito em termos de contribuição.
OBS: Ao fazer um exercício de 5 minutos de duração
e olhar no gráfico, muitas pessoas pensam que começarão utilizando apenas CP e
conforme o tempo aumenta, utiliza apenas glicose ou o exercício se torna
aeróbio.Porém, as rotas se inter-relacionam durante uma atividade física.
Ao longo dos anos,
notou-se que o gráfico deste pesquisador havia limitações, desta forma elas foram sendo “corrigidas” por pesquisadores dos
EUA. Esses fizeram a mesma forma de análise, porém focando somente para o
sistema aeróbio com capacidade de 100 %. Ao trabalhar só com o sistema aeróbio,
os tempos se tornaram mais longos, na faixa de minutos.
· 10 minutos – Em uma pista,
com intensidade máxima, predomina a utilização de CARBOIDRATOS, com
contribuição razoável de lipídios.
· 30 MINUTOS- na velocidade
máxima, predomina utilização de GORDURA
e contribuição razoável de carboidrato.
·Aproximadamente 20 minutos: Ocorre
uma equiparação em termos energéticos entre lipídios e carboidratos.
Exemplos:
Um
paciente é analisado fazendo um
exercício. Informações são coletadas como: frequência cardíaca, frequência
respiratória, consumo de oxigênio e lactato. Em seguida devemos tentar
responder a seguinte pergunta:
“NESSA INTENSIDADE, QUANTO TEMPO ELE CONSEGUE
AGUENTAR?”
·
Se ele suportar em torno de 20 segundos = ATP-CP
·
3 à 4 minutos = AERÓBIO com contribuição de
glicólise anaeróbia
·
30 minutos = AERÓBIO LIPOLÍTICO
OBS:
LEMBRANDO QUE TEMPO É EXPRESSÃO DA INTENSIDADE.
- SUPINO
Podemos
falar de 100% de carga, ou de repetições. Pensando em carga máxima, precisamos saber quanto tempo se
passou durante essa repetição.Se para realizá-la, uma pessoa demora de
1 à 2 segundos, está usando a via ATP-CP.
Analisando a intensidade máxima em termos de repetição, precisamos analisar
quantas repetições o indivíduo consegue fazer com uma determinada carga. Ao saber o
número de repetições, podemos ver o tempo que esse demorou para realizá-las. Esse é o
número de repetições máxima, para que seja possível a
análise dos gráficos.
Exemplo:
10 repetições em 20 segundos = Transição de CP para GLICÓLISE, como mostra no primeiro gráfico. Ao fazer as mesmas 10 repetições agora em 10 segundos, a
frequência aumenta, e o sistema usado é o da CP.
PROVAS ACÍCLICAS
Em provas acíclicas, como por exemplo o
futebol, precisamos decompor a atividade. A distância percorrida por um jogador
é de mais ou menos 10 Km por partida, com isso é necessário analisar de que maneira isso ocorre.
Certos estudos demonstram as várias formas de correr, por exemplo, a técnica de filmagem de Moraci. Essa diz que precisamos decompor a maneira como um jogador age durante uma partida de futebol. Ao analisar os tiros em termos de frequência, e a sua distância, separamos os tiros de 05 ,10 ,15 ,20,30 e 40 metros.
Certos estudos demonstram as várias formas de correr, por exemplo, a técnica de filmagem de Moraci. Essa diz que precisamos decompor a maneira como um jogador age durante uma partida de futebol. Ao analisar os tiros em termos de frequência, e a sua distância, separamos os tiros de 05 ,10 ,15 ,20,30 e 40 metros.
Ação do jogador- Realizar tiros de 5 e 10 metros.
Um
jogador normalmente faz de 500 a 700
metros tiro. Em média 70 tiros de 10 metros durante noventa minutos (menos de um tiro por minuto). Os tiros de 10
metros são feitos em aproximadamente 2 ou 3 segundos, usando a via ATP-CP como
o seu sistema energético.
A
base aeróbia de um jogador de futsal é muito maior do que a de um jogador de
futebol calmo. Em termos energéticos, o basquete lembra o futsal, pois tem a ação
em alta intensidade por mais tempo. Assim faz com que o sistema se desloque
para a direita, obtendo mais glicólise e sistema aeróbio.
Ao vermos as peculiaridades de alguns
esportes, podemos perceber a grande importância de conhecer a fundo a atividade
em que iremos trabalhar.
EXEMPLOS:
EXEMPLOS:
Boxe olímpico (4 rounds): Existe o tempo de “proteção”. Assim o risco de
locaute é muito baixo, pois a contagem é pelo número de toques. Não se pode
gastar tempo analisando o concorrente, é necessário dar o maior número de socos
possíveis, pois há uma maior necessidade de resistência anaeróbia para
conseguir manter a frequência de socos.
Boxe profissional (até 12 rounds): Utiliza
menos proteção, estuda mais o adversário e difere menos na quantidade de socos. Há
mais tempo de intervalo entre os golpes, isso faz com que aumente a ressíntese de CP e ATP, fazendo com que a potência do soco seja maior em relação ao boxe
olímpico. Outra característica gira em torno de manter a guarda, ao longo dos
12 rounds. Essa acaba se alterando com isso, a resistência anaeróbica é fundamental para mantê-la. A resistência aeróbia é necessária para os membros inferiores, pois mantém a mobilidade do atleta.
Dança: Uma das modalidades onde menos existe regra,pois ela tem momentos em
altíssima intensidade (maior do que a maioria dos atletas de prova anaeróbia),
e momentos de intensidade muito baixa e longa duração. As variáveis dependem do
momento da dança, e por isso é necessário treina tudo.
COMO
MEDIR CONSUMO DE OXIGÊNIO E DE LACTATO:
O consumo
de oxigênio é calculado a partir dos gases expirados e a sua unidade é mililitros
por minuto (unidade absoluta). Por esse motivo, é muito complicado para comparar
pessoas com massas corporais diferentes pois quanto mais massa, mais consumo
de oxigênio. É possível que alguém com
menos massa, em exercício, atinja consumo mais alto do que o de mais peso, porque esse pode entrar em fadiga antes. Ao continuar o exercício com intensidade
cada vez mais alta, há a possibilidade que o de menor massa atinja o consumo máximo ainda
mais alto do que o de maior massa. Porém, o de maior massa tem vantagens, pois
já sai com nível de oxigênio maior.
Para
evitar problemas ao se trabalhar com massas diferentes, se RELATIVIZA. Divide-se o consumo de oxigênio pela massa corporal, então teremos a medida
relativa.
O
consumo de oxigênio relativo de repouso médio é de 3,5 mil.kg-1.min-1. O teste
de consumo de oxigênio é feito em carga progressiva ou retangular. A carga
progressiva tem determinado consumo em relação à carga de trabalho. A medida
que vou aumentando a carga de trabalho, o consumo vai aumentando. Ele responde
ao aumento de carga. Com muita frequência esse indivíduo atinge um ponto máximo
e entra em fadiga. Em outras situações, atinge o ponto máximo e entra em platô.
O
platô é caracterizado por um aumento de carga sem que o consumo de oxigênio
aumente. Para conseguir o platô preciso de uma resistência anaeróbia muito
grande, pois o platô demonstra claramente que o sistema aeróbio atingiu a
máxima capacidade. Se estou conseguindo aumentar a carga, não é mais pelo
sistema anaeróbio. Para sustentar tudo isso, é necessário ter sistema anaeróbio
e motivação, caso contrário, não mantém o platô.
O QUE ACONTECE COM O CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO AO TREINARMOS?
Podemos supor que no dia de hoje, o consumo
seja de 40 ml.kg.min., com o treino, o que acontece com a curva de consumo de
oxigênio é: consumo de repouso não muda (como regra geral), consumo de O2 não
muda nas diferentes cargas, porém, vai continuar aumentando até atingir um
valor mais alto, e o ponto de fadiga vai se deslocar para uma carga mais alta.
O
comportamento padrão do consumo máximo de oxigênio se dá por TESTE – RETESTE
COM TREINAMENTO. É possível que tenhamos um mudança nas cargas submáxima. Ao
melhorar a economia do gesto, tem-se menor consumo, ou seja, o gesto tornou-se
mecanicamente mais econômico. Houve
melhora na técnica de execução. E o reflexão de tudo isso se dará em provas
próximas, além de haver menor gasto energético durante a prova.
Pela melhora de execução do gesto há uma diminuição do gasto energético ao
longo da prova, por exemplo, se ao longo de uma prova, uma atleta corre a 52
ml.kg.min, pelo fato do treinamento, ela baixa para 50 mi.kg.min. Diferença de
2 ml.kg.min, e se multiplicarmos esse valor pelo tempo da prova, perceberemos a
economia que é realizada.
Exemplo:
Maratona de 2h30min- 150 minutos = 300 ml de o2 de economia.
A melhora da técnica de execução do gesto, de movimento, há melhora no
desempenho. Sem melhorar o consumo máximo de O2 eventualmente.
TESTE
DE 12 MINUTOS/ TESTE DE KOOPPER
Este
é um teste muito famoso que entrou no Brasil na década de 60. Se baseia em um
teste de 12 minutos contra o relógio, percorrendo a maior distância possível.
Obtemos o índice de capacidade aeróbia.
Foi
desenvolvido através de soldados da aeronáutica norte-americana e feito um
estudo de correlação entre a distância percorrida no teste e o consumo máximo
de oxigênio, medido em laboratório. Usou-se 360 soldados. O teste de 12 minutos
máximo, tinha predominância aeróbia (mais de 3 minutos) e do sistema aeróbio
glicolítico.Este
teste é comumente aplicado em crianças na escola, o que totalmente
inadequado.
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