quarta-feira, 27 de março de 2013

DOCUMENTÁRIO: MUITO ALÉM DO PESO

Muito Além do Peso” sob o olhar crítico de quatro estudantes de fisioterapia

             Os documentários contam histórias de crianças brasileiras com excesso de peso, todas com quadro clínico de doenças crônicas que no passado só apareciam após os 60 anos de idade.
          Guerra suja: essa foi uma das expressões usadas por vários profissionais durante o vídeo, relacionando a grande “rasteira” que o marketing aplica em pais e educadores que tentam ensinar bons hábitos alimentares às crianças. O golpe baixo de inserir personagens de desenhos animados e filmes que fazem sucesso entre crianças à alimentos que estão definitivamente fora de um bom padrão nutricional. 
            Uma mãe, ao longo do documentário, confessa que se sentia culpada ao trabalhar na empresa MC DONALDS tendo que agir de maneira conivente com toda a propaganda e incentivo feito pela empresa ao vincular de forma absurda um produto com algo que atraia seu público alvo, fazendo com que a necessidade desse consumo torne-se irresistível. Ela conta que deixou o emprego pois tinha uma consumidora em sua própria casa, e não era capaz de pedir para a filha não consumir sendo que ela mesma contribuía para o sucesso do produto e de tudo que estava por trás dele, como por exemplo, a grande fortuna que a empresa movimentava a partir dessas atitudes. 
          Atitude, em nosso modo de ver, é o que falta para muitos pais que perdem o controle dos filhos, situação cada vez mais comum em nossa sociedade. Em vários momentos percebemos que as crianças manipulam os pais com chantagens e “birras” para conseguirem o que querem, pois sabem que assim conseguirão. 
           Podemos afirmar que o sedentarismo está diretamente ligado ao sobrepeso e à obesidade, que se torna cada vez mais comum em nossa sociedade. Sabemos também que hábitos saudáveis são cada vez mais raros, tanto entre as crianças, que passam a maior parte de seu tempo alienados a computadores, televisores e games, quanto entre adultos, que na maioria das vezes por falta de tempo, têm uma vida sedentária aliada a hábitos não saudáveis de alimentação. Muitas das crianças brasileiras não sabem mais o que é brincar de pega-pega, esconde-esconde ou jogar bola na rua com seus vizinhos, algo praticamente impensável para o desenvolvimento de crianças, influenciando diretamente em sua mobilidade e vida pessoal. Como visto no filme, e divulgado em muitos meios de comunicação por profissionais de saúde, a saúde psicológica de uma criança é extremamente afetada, pois ela percebe que é diferente das outras, não tem tantos amigos e isso é um dos motivos que faz com que ela não brinque na rua e sim em casa, com espaço limitado, fazendo com que a televisão seja a melhor opção. Estudos mostram que quanto maior o número de horas em frente a televisão, maior o número de pessoas com obesidade.
         E como podemos proibir que uma criança, sem informação suficiente e encantada pelo mundo da fantasia que rodeia alimentos e bebidas encantadoras e que “abrem a felicidade” de consumi-las?  Obviamente essa atitude depende exclusivamente dos responsáveis, que no caso de possuírem informações importantes, devem de maneira educativa passar o conhecimento para a criança, mesmo sendo essa tarefa cada vez mais difícil, deve ser executada com firmeza. Os pais tem o hábito de dizer sim há qualquer coisa que a criança peça, o que faz com que as crianças cada vez mais percam o limite.
            Os fisioterapeutas têm várias ações referentes a obesidade, principalmente na prevenção:  com grupos de caminhadas orientadas, ou até mesmo, por ser um profissional da área da saúde, dando  incentivo e orientando os pais e também comunicando-se diretamente com a criança, o que é muito importante, pois assim a criança entende bem o que está se passando e começa a dar mais importância ao problema. 
             Em nossa vida profissional conviveremos diariamente com crianças fora dos padrões saudáveis, com diabetes tipo II, hipertensão, doenças respiratórias, problemas na coluna vertebral e baixa auto-estima, ou seja, problemas que acometiam apenas adultos e idosos estão aparecendo cada vez mais cedo. O tratamento deve iniciar por uma completa reeducação, tanto nutricional, quanto física, e que deverá ser acompanhada por profissionais adequados. A fisioterapia faz parte dessa reeducação, podendo e devendo trabalhar juntamente com outros profissionais. 
        Existem vários pensamentos para ajudar e prevenir doenças como , por exemplo, a obesidade e conseqüentemente a diabete tipo II, uma delas seria incluir nas escolas a Educação Nutricional, auxiliando em uma melhor alimentação enquanto os pais não estão perto de seus filhos, próximos as seus olhos. Outra opção seria aumentar a carga horária da Educação Física nas escolas, fazendo com que as crianças, de certa forma, tenham uma influência direta na mobilidade.
           Então, é necessário um cuidado desde sempre com a alimentação, sempre instruindo a criança da forma certa, dizendo o que é bom e o que realmente não é, o que não se deve comer. 
            Os profissionais da área da saúde sempre podem ajudar nessa situação, quando faltar aos pais alguma informação ou conhecimento, pois o seu dever é promover a saúde, também não esquecendo que a presença da família nessa mudança de hábitos e de prioridades de vida é essencial. Assim como a reeducação de todas as pessoas que convivem com ela, implicando em uma melhora na saúde de todos.

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ÁCIDOS GRAXOS E PROTEÍNAS

                                                            


                                                              ÁCIDOS GRAXOS





          Durante o exercício os níveis de ácidos graxos aumentam pois há uma mobilização do triglicerídeo para liberar ácido graxo livre para a corrente sanguínea, de forma que possa ser captado pelo músculo ativo e então ser utilizado. Para que consigam entrar no tecido muscular, há proteínas transportadoras de ácidos graxos(AG) na membrana, tais como FABP, FAT CD36, as quais utilizam o mecanismo de difusão facilitada para realizar esse transporte. Uma vez que isto ocorre, há fosforilação do AG, com gasto de 1 ATP para ativá-lo. O transporte de AG para dentro da mitocôndria depende de dois transportadores: CAT I e CAT II . CAT significa Carnitina Acil Transferase, sendo encontrada na membrana externa mitocondrial a CAT I, e na membrana interna mitocondrial CAT II. 
           O ácido graxo que está livre no citoplasma é acilado (adicionado grupamento Acil), com gasto de 2 ATP's. Por exemplo: Quando o Acil Palmitato chega na membrana mitocondrial, ele encontra a CAT I. Essa vai captar o grupamento Acilpalmitato e vai ligar esse grupamento a uma carnitina, formando acilcarnitina. A carnitina levará o grupamento acil até a membrana interna mitocondrial onde há uma CAT II. A acilcarnitina vai transferir o acil palmitato para CAT II e, consequentemente, para o interior da mitocôndria. Da CAT II  resta carnitina desacilada, pronta para receber um novo grupamento, formando um ciclo. O ácido graxo agora dentro da mitocôndria etá pronto para ser metabolizado e utilizado como fonte de energia.



  •  OBSERVAÇÃO
 - Carnitina é um aceptor do composto acilado.

           Sendo assim, temos acilpalmitato no interior da mitocôndria, e essa terá que ser oxidada, fenômeno chamado BETA OXIDAÇÃO.
       A molécula de acil palmitato no sistema mitocondrial é sequencialmente oxidada na ligação beta (segunda ligação). Ao final desse processo a molécula que antes era de 16 carbonos(C) fica com 14C + 2C. Ao longo desse processo há a formação de 1 NADH e 1 FADH. Com os 2C forma-se uma acetilcoenzima a (AcCoA) e os 14C retornam para beta oxidação e assim sucessivamente.

RESUMINDO: Em cada volta de beta oxidação forma-se 1 NADH, 1 FADH e 1 AcCoA.


         Quase no final da beta oxidação na molécula de 4C forma uma AcCoA. No entanto, resta uma molécula de 2C sendo que esta fica impossibilitada de realizar a beta oxidação, pois não há a segunda ligação, entretanto, libera-se duas AcCoA decaindo para 0C.
          NADH e FADH como estão dentro da mitocôndria, serão oxidados na Cadeia Respiratória, gerando 3 ATP's a partir do NADH e 2 ATP's a partir do FADH, portanto, a cada volta se obtém 5 ATP's.
          AcCoA formadas serão utilizadas no Ciclo de Krebs(CK) juntamente com o oxalacetato para formar citrato, gerando 3 NADH, 1 FADH e 1 ATP. Cada um desses NADH's que forem lançados na Cadeira Respiratória irão gerar 3 ATP's, então, 3 x 3 = 9 ATP's. Cada um dos FADH's irão liberar 2 ATP's, portanto 1 x 2 = 2 ATP's + 1 ATP, formando assim, no total 12 ATP's na Cadeira Respiratória para cada CK formado. 
          Contudo, o sistema precisa de um ativação (acilação do acilpalmitato no citoplasma), onde há um consumo de 2 ATP's. Na beta oxidação cada volta reconstitui 5 ATP's, sendo que ao todo são completadas 7 voltas, portanto, 5 x 7 = 35 ATP's. São formadas 8 AcCoA na beta oxidação, dando origem a 8 CK, cada CK forma 12 ATP's, portanto, 8 x 12 = 96 ATP's. Sendo assim, podemos concluir que o total de ATP's formado por palmitato é de 96. 
            Esse sistema possui velocidade de ressíntese de ATP mais baixo por ser mais complexo, quando comparado aos outros sistemas, no entanto, há uma grande vantagem: são formados 129 ATP's contra 38 ATP's da Glicólise Aeróbia, 2 ATP's da Glicólise Anaeróbia e 1 ATP da ATP-Creatinafostato(CP). Portanto, a capacidade energética desse sistema é muito maior. Por isso, que quando usamos gordura como fonte de energia conseguimos manter-nos no exercício por muito mais tempo, no entanto, é necessário baixar a intensidade. Caso a intensidade do exercício aumente, principalmente por um longo período de tempo, o sistema lipolítico que estava fornecendo uma alta quantidade de ATP, não é mais capaz de fornecer o mesmo, na velocidade que exercícios de alta intensidade requerem. Assim, dá-se preferência por sistemas mais velozes, como o glicolítico, que produzem menos energia mais rapidamente.

           
   - POR QUE UM INDIVÍDUO QUE FAZ EXERCÍCIOS DE BAIXA INTENSIDADE USANDO, PREDOMINANTEMENTE GORDURA COMO FONTE DE ENERGIA, ENTRA EM FADIGA?
     Para desvendar essa questão, foi realizado um estudo em um grupo de 40 atletas. Primeiramente fez-se uma avaliação destes atletas estabelecendo intensidades de corrida que pudessem ser cumpridas por todos, durante pelo menos 1 hora. Logo após, o estudo foi randomizado em 3 grupos. Cada grupo foi submetido a 3 dietas diferentes por 30 dias, uma dieta lipídica, uma dieta equilibrada e uma dieta rica em carboidrato. Após cumprir a dieta foi feita uma biópsia do vasto lateral do quadríceps de cada atleta para análise bioquímica.





       Resultado: O grupo que possuía a dieta rica em carboidratos, obteve uma reserva muscular de glicogênio mais alta do que os outros. O grupo que possuía a dieta lipídica, obteve a menor reserva de glicogênio. Após essas conclusões, colocou-se todos os grupos em uma mesma velocidade e analisou-se o tempo que cada um levou para alcançar a fadiga muscular.
           O grupo lipídico entrou em fadiga em, aproximadamente, 60 minutos. O grupo equilibrado entrou em fadiga em, aproximadamente, 120 minutos. O grupo carboidrato entrou em fadiga em, aproximadamente, 160 minutos.
            Lembrando que, antes da dieta todos os atletas apresentavam desempenhos semelhantes.

        Conclusão: PARA QUE HAJA UM SISTEMA LIPOLÍTICO AGINDO, PRECISA HAVER UM SISTEMA GLICOLÍTICO FUNCIONANDO COMO BASE, pois a principal função do sistema lipolítico é fornecer piruvato e oxalacetato, sendo que esse sustenta os CK's que são gerados pela beta oxidação.
          Se ao longo do exercício, diminui a oferta de glicose, piruvato e oxalacetato, ao invés de formar 8 CK's, esse sistema vai diminuindo gradativamente e o rendimento energético vai caindo. Sendo assim, diminui a formação de ATP, e o indivíduo é obrigado a diminuir a velocidade, pois há fadiga muscular. 
           A beta oxidação está formando AcCoA e essa não está encontrando oxalacetato livre para desencadear o CK. A falta de oxalacetato desencadeia um processo de associação de AcCoA's, dando origem a CORPOS CETÔNICOS, dando origem a um processo de CETOACIDOSE (H+), sendo liberado no ar exalado.


             Resumindo: Dieta de atleta deve ser rica em CARBOIDRATOS!
       


PROTEÍNAS

             -CATABOLISMO PROTEICO:

              Diferentemente de carboidrato e de gordura, proteínas não são armazenadas, pois possuem função estrutural (não é essencialmente energética), como exemplo, o tecido muscular. A proteínas muscular pode ser quebrada para dar origem a uma série de aminoácidos(AA), dentre os quais, a Alanina. A quebra da proteína muscular se deve à queda na reserva de glicogênio. Isso ocorre pois começa a haver uma série de problemas na oferta de glicose circulante (hipoglicemia), afetando o Sistema Nervoso Central. Esse por sua vez estimula a quebra da proteína, liberando alanina para a corrente sanguínea. Essa alanina é captada pelo fígado que irá desaminá-la (remoção do grupamento amina) formando piruvato. A partir disso, o piruvato pode ser reconvertido à glicose. Esse processo é chamado de CICLO DA ALANINA-GLICOSE, no qual há perda de massa muscular. A glicose que é reconvertida nesse ciclo serve tanto para manter a glicemia estável, quanto para poder ser captada novamente pelo músculo. Caso isso aconteça, o músculo produz piruvato e pode ser aminado, formando novamente alanina, a qual é utilizada para sintetizar a proteína.

       Resumindo: Quando a reserva de glicogênio está baixa, ativa a degradação de proteína para liberar a glicose no sangue. Quando a reserva de glicogênio está estável, há maior síntese de proteína.





      

      Não é indicado fazer exercícios em jejum com objetivo de perder peso. Essa condição parece ser a mais efetiva no emagrecimento, pois em jejum a reserva de glicogênio é baixa, induzindo o ciclo da alanina-glicose para manter os níveis de glicemia, diminuindo a via glicolítica e priorizando a via lipolítica, proporcionando a perda de massa muscular. No entanto, o estado de jejum predispõe a um emagrecimento imediato durante o exercício, porém, na primeira refeição o metabolismo estará ativado para a síntese da gordura e irá hiperativar o sistema.

          TAXA DE DEGRADAÇÃO DE PROTEÍNAS DURANTE O EXERCÍCIO:
          Segue um modelo que mede as escoreas nitrogenadas no suor (nitrogênio e ureia).






         1) EM REPOUSO: baixíssimos níveis de nitrogênio e ureia no suor.
         2) EM EXERCÍCIO (30 minutos):  aumenta os níveis de nitrogênio e ureia no suor.
       3) EM EXERCÍCIO COM BAIXA TAXA DE GLICOGÊNIO: os níveis de nitrogênio e ureia são altíssimos, pois há muito mais quebra de proteína.

     Obervação: Para a preservação do tecido muscular, deve haver uma reserva mínima de glicogênio. Quanto menor a reserva de glicogênio no início do exercício, mais lipídio será degradado durante o exercício.


             -ANABOLISMO PROTEICO:

            Primeiramente, para formar proteínas é necessário a SINALIZAÇÃO GÊNICA, no qual consiste em estímulos durante os primeiros estágios do desenvolvimento fetal, para que haja a síntese de DNA a fim de dar origem a todos os tecidos do corpo. Esse DNA está contido nos cromossomos, os quais são compostos por 23 pares e neles estão inseridos todo o nosso código genético. No código genético há genes que se caracterizam por uma sequencia de DNA capaz de sintetizar uma proteína. Apenas 3% do DNA contido nos cromossomos é gênico. Do DNA não gênico, 97% tem uma importante função regulatória sob o DNA gênico. 
        O DNA é uma sequência de bases nitrogenadas que sempre estão aos pares de nucleotídeos, através de pontes de hidrogênio.  Os nucleotídeos seguem uma sequencia nas suas ligações em que a Adenosina sempre se ligará à uma Timina e uma Citosina ligada à Guanina. Como o sistema é uma dupla fita, a sequência de bases será a mais diversa possível. 




            A sequência de bases pode ou não conter um gene. Partindo da hipótese de que há um gene, esse é ativado dependendo da proteína que está sendo sintetizada. As pontes de hidrogênio da dupla fita são rompidas, quando há um estímulo adequado, e com isto haverá uma exposição de uma alça de DNA que contém o gene daquela proteína. A partir disso, a leitura do gene é feita através da transcrição do RNA mensageiro que é capaz de transportar para o citoplasma a fita de DNA que foi transcrita. 




           O código genético é levado através do RNA mensageiro até o Retículo Endoplasmático Rugoso (Centro catalítico para a produção de proteínas) no qual há RNA transportador nos ribossomos. Esse irá transportar aminoácidos que irão se acoplar ao RNA mensageiro de acordo com a estrutura dos códons.Um fita de aminoácidos será transportada pelo RNA transportador. Em função das cargas das fitas de aminoácidos, elas se atraem e assumem uma configuração tridimensional, além de ter a característica biológica da própria célula. Deste modo, é finalizado o processo de síntese de proteínas. 


DESTAQUES DA SEMANA

- Em um dieta que não ofereça um determinado aminoácido, a proteína não será formada, a não ser que esse seja um AA não essencial, ou seja, que pode ser formado a partir de outros aminoácidos.

- Há indivíduo que possuem alguma doença genética em que produzem muito ou pouco determinado aminoácido.
EXEMPLO: Fenilcetonúria - Não pode ingerir fenilalanina que agrava o problema. 

- Se ocorre uma mutação onde se troca um par de aminoácidos a leitura não será mais a mesma, consequentemente outro códon será formado.
EXEMPLO: Síndrome de Down
 Trissomia do cromossomo 21- consequência: Ele produz 50% mais proteína do par 21.



           

terça-feira, 26 de março de 2013

GLICÓLISE AERÓBIA




           As duas moléculas de piruvato que são formadas por molécula de glicose poderão originar os seguintes metabólitos: ALANINA, OXALACETATO, AcCoA e LACTATO. A AcCoa precisa reagir com o oxalacetato a partir da enzina Citrato Sintase formando o citrato, e a partir daí se inicia um clico de reações chamado CICLO DE KREBS (CK). Nesse processo haverá a formação de 3 NADH, 1 FADH e 1 ATP.
          Cuidado! Dependendo do ponto de referência haverá um número diferente de NADH sendo formado. No Ciclo de Krebs são formados 3 NADH, e a partir do piruvato, 4 NADH. 



Resumindo: Para cada glicose formam-se 2 piruvatos, isso quer dizer que há 2 CK para cada molécula de glicose.




         NADH e FADH serão utilizados na Cadeia de Transporte de Elétrons/ Cadeia Respiratória que é um  sistema que se encontra na membrana interna da mitocôndria, no qual contém uma sequência de estruturas chamadas CITOCROMOS, que têm como função oxidar FADH e NADH (perda de elétrons). Os citocromos estão organizados em níveis energéticos e cada um deles compõem um complexo. Ao todo são 4 complexos citocromais, nos quais cada um deles contém mais de um citocromo.



       O NADH possui um nível energético mais alto que o FADH, sendo assim ele consegue se acoplar no complexo I, enquanto o FADH se acopla diretamente no complexo II. O NADH se acopla no complexo I e é oxidado (há liberação de energia e formação de ATP). Os elétrons arrancados são transferidos para o complexo II, complexo III e complexo IV, subsequentemente. Conforme isso acontece o NADH vai caindo de nível energético. Os mesmos processos ocorrem com o FADH, porém se distinguem na quantidade de ATP formado, o NADH forma 3 e o FADH forma 2 ATP's.
        No final do processo de transferência de elétrons a partir do NADH há liberação de 2 H+. Caso continue ocorrendo o acúmulo de H+, o meio pode tornar-se ácido, desacoplando o sistema, pois não suporta trabalhar em pH baixo. Sendo assim, quatro átomos de H+  se ligam a uma molécula de O2 e 4 elétrons, formando duas moléculas de H20 (com correção estequiométrica).





CÁLCULO DO RENDIMENTO ENERGÉTICO DA GLICÓLISE



         - A partir da metabolização de GLICOSE até piruvato e lactato são reconstituídos 2 ATP's.

         - NADH = 4 x 2 x 3 = 24 ATP's

           4 = A partir do piruvato até o CK são formados 4 NADH's;
           2 = São formados 2 piruvatos por molécula de glicose;
           3 = Cada NADH reconstitui 3 ATP's na Cadeira Respiratória.


        - FADH = 1 x 2 x 2 = 4 ATP's

          1 = A partir do CK;
          2 = 2 piruvatos por molécula de glicose;
          2 = Cada FADH reconstitui 2 ATP's na Cadeia Respiratória.

   
        - SUBSTRATO = 1 x 2 = 2 ATP's
         No CK há 1 ATP sendo formado a partir de cada piruvato, ou seja, são dois ATP's.

     
        - LANÇADEIRA DE ELÉTRONS = 3 X 2 = 6 ATP's
         3 = São os 3 ATP's gerados a partir da oxidação do NADH na Cadeira Respiratória;
         2 = São dois NADH por DPG (difosforoglicerato).


       -> TOTAL = 2 + 24 + 4 + 2 + 6 = 38 ATP'S / GLICOSE

     
       OBSERVAÇÃO: Visto que, a glicólise anaeróbia gera 2 ATP's e a Creatina Fosfato (CP) 1 ATP, o rendimento de 38 ATP's obtidos através da glicólise aeróbia possui um custo, pois a complexidade do sistema determina uma baixa velocidade gerando um baixo rendimento motor. Se utilizarmos esse sistema como fonte de energia, não podemos trabalhar na mesma velocidade que usávamos na glicólise anaeróbia, somos obrigados a baixar a intensidade

                                                                    LIPÓLISE

         Tecido adiposo é aquele que armazena gordura em forma de triglicerídeo (um glicerol ligado a 3 ácidos graxos). Sua localização é subcutânea e intraperitonial (em volta das vísceras), essa é de maior risco cardio-metabólico e de alta influência genética.





            OBESIDADE:
            
              Reconhecida como fator de doença em 1981.
           Nos últimos anos, numerosos estudos tem sido realizados para descobrir as verdadeiras causas da obesidade infantil. A maioria desses estudos tem identificado os erros doa hábitos alimentares como sendo o principal fato responsável por causar obesidade nas crianças. Além disso, a falta de atividade física bem como outros fatores genéticos têm sido identificados como principais razões por trazer ganho de peso em crianças.







           Quando analisamos o processo de multiplicação de adipócitos, as células adiposas aumentam de número rapidamente (hiperplasia) durante os três primeiros meses de vida intrauterina. Após o 3° mês intrauterino, esse número de adipócitos estabiliza até o parto (6 meses com o mesmo número de adipócitos). O bebê engorda, ganha massa adiposa baseada no aumento do tamanho desses adipócitos (hipertrofia) durante essa fase. Mais dois momentos serão cruciais no ganho de peso (por hiperplasia): até os 3 anos de idade e no início do estirão puberal.
             É importante destacar a importância do controle de peso de uma gestante, principalmente pelo fato de minimizar os danos gerados ao bebê. Se durante a gestação não houver um controle alimentar, a gestante tem grandes possibilidades de desenvolver a Diabetes Gestacional. Algumas consequências são o alto peso do bebê ao nascer e a maior tendência deste desenvolver obesidade na vida adulta. 
         Há dois tipos de obesidade, a HIPERPLÁSICA e a HIPERTRÓFICA. O obeso hiperplásico se caracteriza por engordar desde a infância, caso emagreça, há maior risco de reganhar o peso. Evitando o surgimento da criança obesa, se evita o obeso hiperplásico. O obeso hipertrófico se caracteriza por engordar somente na maturidade, possui um menor número de adipócitos se comparado ao obeso hiperplásico. 
        Analisando a estrutura do adipócito tem-se 3 ácidos graxos ligados a 1 glicerol formando um triglicerídio. Duas enzimas de ação antagônica podem agir dependendo do balanço hormonal. A enzima LHS (lipase hormônio sensitiva) atua quebrando o triglicerídeo, liberando ácidos graxos livres para a corrente sanguínea. A enzima LLP (lipase lipoproteica) atua sintetizando o triglicerídeo. Como essas enzimas são reguladas endocrinamente, vários hormônios podem interferir nesse sistema. Um exemplo é a insulina e o glucagon. Um aumento de insulina causado pela ingesta de alimentos, aumenta a captação de glicose para dentro da célula, que por sua vez estimula a LLP à sintetizar triglicerídeos. Já no período de jejum, como há a diminuição da glicemia, o aumento do glucagon estimula a quebra do glicogênio (glicogenólise) a enviar glicose para a corrente sanguínea e manter a glicemia.





DESTAQUES DA SEMANA


FALTA DE O2
          A interrupção de um vaso sanguíneo ou a diminuição de seu diâmetro, ateroesclerose, é a causa do déficit do transporte de O2, que pode levar à isquemia e consequentemente ao infarto (morte do tecido por isquemia).
                   
OBESIDADE 
 País mais obeso do mundo- EUA. 

EXERCÍCIO LOCALIZADO NÃO QUEIMA GORDURA LOCALIZADA 
          Isso ocorre pois a mobilização dos ácidos graxos (triglicerídeos) é feita de forma sistêmica. Um hormônio ao ser liberado, é secretado na corrente sanguínea junto com a adrenalina para toda a circulação, ativando a LHS de todo o corpo e todo o tecido adiposo, até mesmo o visceral, que despeja ácidos graxos livres na corrente sanguínea até a chegada ao músculo ativo para ser utilizado. 

REGIÕES PREFERENCIAIS DE DEPÓSITO DE GORDURA NO CORPO 
           Existem regiões do corpo onde temos maior localização de células adiposas, isso se deve a distribuição de receptores hormonais, definidas geneticamente. Porém, nosso genótipo é afetado pelo ambiente (fenótipo), ou seja, não necessariamente teremos o mesmo corpo de nossos pais.  
Exemplos: 
Maior quantidade de receptores de insulina no abdome = Maior quantidade de gordura localizada no abdome. 
Maior quantidade de receptores de glucagon = Pouca gordura localizada na área do abdome. 


       

quarta-feira, 20 de março de 2013

CARBOIDRATO


  • Os carboidratos são classificados como Polidoxialdeídos e seguem a fórmula geral CH(²)O(n). Os principais carboidratos são: GLICOGÊNIO e GLICOSE. O tecido muscular e o fígado são os principais locais em que o glicogênio é encontrado. Como há um grande volume de massa muscular no corpo humano, a quantidade de glicogênio nele é maior. Porém, o fígado é o local de maior concentração (4 ou 5 vezes mais).  



  • A glicose é encontrada principalmente nos fluidos corporais. Chamamos de glicemia a concentração de glicose no sangue, sendo o seu ponto de corte no jejum de 100 mg/dl.



  • A glicose que está no líquido extracelular deve ser captada para o interior das células. Este processo está interligado com a produção e captação de insulina, que serve como estímulo para o início da cascata de reações, como será descrita abaixo:


CASCATA DE REAÇÕES (Figura 1)

1- A insulina é produzida no pâncreas e conduzida no sangue até as células. 

2- Na membrana celular existem receptores que se ligam à insulina.

3- Há um estímulo de IRS (Substrato do Receptor de Insulina).

4- Ocorre a  fosforilação que ativa a proteína AKT, estimulando a vesícula. 

5- Inicia-se o processo chamado Translocação, em que há o deslocamento da vesícula de GLUT até a membrana celular havendo uma fusão entre elas. 

6- O GLUT 4, classificado como uma proteína carreadora, fica com uma parte no meio extracelular, iniciando o transporte de glicose para o interior da célula.


                                                                                                            (Figura 1)

  •  A partir da entrada da glicose no interior da célula começa a ação da enzima  Hexoquinase, iniciando o Ciclo da Glicólise.

  •   Neste processo podem ocorrer muitas falhas. Um exemplo seria a não produção de insulina, característica de pessoas portadoras de Diabetes tipo 1. Com isto, há uma menor captação de glicose, pois os GLUT´s não chegam até a membrana celular e toda a cascata de funcionamento não ocorre. Sendo assim, há um acúmulo de glicose podendo causar a destruição dos vasos sanguíneos e por consequência a amputação dos membros. Além disso, existe a Diabetes tipo 2 que normalmente é diagnosticada na maturidade. Neste caso, a pessoa produz insulina, porém essa não é reconhecida pelos seus receptores ou como ela geralmente está associada a obesidade,  os TGIM (Triglicerídeo intramuscular) impossibilitam que o GLUT 4 chegue até a membrana celular. As pessoas com diabetes tipo 2 ingerem medicamentos (Hipoglicemiantes Orais) para diminuir a resistência a insulina.

  •  A fosforilação significa adicionar um grupamento fosfato. Para que isso ocorra gasto de 1 ATP formando 1 ADP, para a glicose formar glicose-6-P (glicose com P no 6º carbono). A partir disso, é formada frutose-6-P e com o gasto de mais 1 ATP (liberando 1 ADP) e com a ação da enzima PFK (fosfofrutoquinase) ocorre a fosforilação sendo transformada em frutose-1,6-DP. A partir desse substrato dá-se origem a duas moléculas de DPG (difosforoglicerato) (Figura 2).
OBS: Enzima PFK- enzima chave no metabolismo de carboidratos. Regula, em boa parte, a velocidade global do sistema. É a mais importante porque é a mais lenta.



                                                                                      (Figura 2)


  •      O Piruvato, produto das fosforilações da glicose, é o principal elemento para o metabolismo. Ele pode participar de muitas rotas metabólicas sendo transformado em Alanina, Oxalacetato, AcetilCoA ou Lactato. De acordo com a sua concentração no meio intracelular, é direcionada a sua transformação. 
  •     O Piruvato é deslocado para o interior da mitocôndria como produto da AcetilCoA que atuará no Ciclo de Krebs. Esse transporte depende do transportador MCT1, configurando assim um sistema de difusão facilitada. A partir disto, quando há um aumento da concentração de piruvato o transporte através do carreador aumenta até o momento em que todos os carreadores são utilizados (saturação dos transportadores). A partir disso ocorre uma estabilização.

  •       Com o acúmulo de piruvato fora da mitocôndria, a enzima lactato desidrogenase (LDH) o converte em Lactato. Normalmente isto é característica de exercícios de grande exigência. O ácido lático não se acumula muito no sistema, pois é dissociado em Hidrogênio e lactato ocorrendo a acidose lática. Pela acidificação do meio, a quantidade de produção de ATP e o PH diminuem. O excesso de hidrogênio da fenda sináptica, induz a diminuição da condução neurosinaptica e a precisão da sinapse. O hidrogênio interfere na liberação de cálcio pelo Retículo Sarcoplasmático, diminuindo a contração muscular. Há uma menor quantidade de pontes cruzadas, gerando menos força e, por conseqüência, produzindo fadiga muscular (momento com maior risco de lesão).





DESTAQUES DA AULA


1- A expectativa de vida para pessoas portadoras de diabetes tipo 1 que não faz uso de insulina é de aproximadamente 35 anos.

2- O Instituto da criança com diabetes (ICD) é um dos melhores centros de tratamento para crianças portadoras de diabetes tipo 1. Ele se localiza na cidade de Porto Alegre/RS. O tratamento é realizado pelo SUS e a criança é acompanhada pelo resto da vida. Junto com as famílias dos pacientes eles procuram um controle da doença juntamente com a redução nas internações hospitalares.

Site: 
http://www.icdrs.org.br/icd.php


3- O exercício agudo é importante para portadores do diabetes tipo 2, pois há um aumento da captação de Cálcio intracelular. Esse ativa a AKT, aumentando a captação de glicose.

4- Os atletas tem uma alta captação de piruvato pelas mitocôndrias, pois diante do alto metabolismo, essas aumentam seu tamanho e seu número para que haja um melhor aproveitamento energético.


METABOLISMO



       A energia é algo capaz de realizar trabalho, ela pode ser transformada, porém nunca é perdida. Esse conceito é fundamental quando relacionamos  metabolismo ao exercício físico. Existem vários tipos de energia como: elétrica, luminosa, mecânica, química, nuclear e térmica, sendo essa a mais importante pois somos seres homeotérmicos (com temperatura constante). Na maior parte do tempo a temperatura corporal é maior que a ambiente, e por esse motivo estamos sempre perdendo calor. Porém existem mecanismos que revertem essa perda, como a conversão de energia química em energia térmica pelo metabolismo corporal, compensando esse sistema produzindo calor. 
        
      A conversão de energia ocorre principalmente no ser vivo. Esse possui todas as formas de energia, algumas em maior quantidade e outras em menor. A principal fonte de energia química para a vida é o ATP (Adenosina Trifosfato).
        
     A liberação energética é dada pela hidrólise de ATP (quebra), isso ocorre pela enzima ATPase formando ADP, Fosfato inorgânico e produzindo de 7 a 12 Kcal por mol. É necessária maior quantidade de energia na síntese de ATP (ADP+Pi) do que para a hidrólise do mesmo. As principais fontes para a ressíntese de ATP são: Creatina Fosfato, Glicose, Lipídios e proteínas.
        
     A Creatina Fosfato é um tripeptídeo (Peptídeo- sequência grande de aminoácidos que não são proteínas) e é formada no rim,essa vai para a corrente sanguínea e com isso para os tecidos (principal é o músculo esquelético). No início de um exercício há uma diminuição de ATP e com isso, um aumento de ADP que ativa a Creatina Quinase e a consequente quebra da Creatina Fosfato em Creatina + Pi, librando assim mais energia para a ressíntese de ATP (Figura 1).



                                                                      (Figura 1)




     

GRÁFICO: 

        

1- Ocorre uma queda na curva do ATP- No início do exercício ocorre a quebra do ATP , porém ainda não existe uma alta de ADP suficiente para que a creatina quinase quebre a creatina fosfato (CP) e libere energia para ressíntese de ATP.

2- Momento de Platô na curva do ATP- No momento em que o processo de ressíntese começa a ocorrer. Esse mantido pela diminuição da CP que regula a concentração de ATP.

3-  Diminuição da reserva de CP- ao mesmo tempo em que ocorre o Platô na curva de ATP. A CP não consegue mais manter o nível de ATP, ocorre a fadiga muscular, ou seja, a queda na curva do ATP.

4-  Queda na curva do ATP- Ocorre a fadiga muscular.




DESTAQUES DA AULA:

  •         Visto que dados atuais demonstram que a população mundial está crescendo em ritmo acelerado, é necessário que tenhamos cada vez mais fontes energéticas que supram as necessidades tanto alimentares quanto para a comodidade e o conforto (automóveis, refrigeradores de ar, eletricidade).

  •       A redução da taxa de natalidade, característica de países desenvolvidos, já vem sendo apresentada no Brasil. O estado do Rio Grande do Sul é o primeiro a diminuir a população, com isso tem-se a perspectiva de que a porcentagem de energia diminua caso esse processo se dissemine por outros estados.