O seminário da disciplina de fisiologia do exercício ocorreu no dia 2 de maio de 2013, em que quatro assuntos já estudados na cadeira foram apresentados: metabolismo, sistemas neuromuscular e endócrino. Um dos artigos apresentados no seminário tem como título: "Effect of Fat and CHO Meals on Intermittent Exercise in Soccer Players", os autores são: A. T. Hulton, J. P. Edwards, W. Gregson , D. MacLaren , D. A. Doran e foi analisado pelos acadêmicos da educação física Guano Barbosa, Guilherme Farias, Jacson Severo e Luciano Montone.
O presente artigo tem como
objetivo Investigar os efeitos metabólicos e de desempenho, após uma refeição rica em CHO e após
uma refeição rica em gorduras, seguidos de um
exercício intermitente de alta intensidade. Na sua introdução
ele trás opiniões de diversos autores ressaltando que refeições ricas em
gorduras permitem/geram um aumento da disponibilidade dos ácidos graxos durante
o período pós-prandial (refeição) e no começo do exercício, juntamente com um
aumento na taxa de oxidação de gordura, resultando em uma performance igual ou
melhor. É importante destacar os observações feitas por Balsom P (1999): " Dieta rica em CHO, antes de jogos
reduzidos de futebol, resultou nos atletas realizando um número
significantemente maior de atividades em alta intensidade " e
por Krustrup P (2006):" Recentemente,
autores pesquisaram os níveis de glicogênio muscular pré e pós jogo, além de
notarem uma redução dos níveis gerais de glicogênio muscular, também encontraram
que cerca de 47% das fibras musculares estavam quase ou completamente sem
glicogênio após a partida.". Esse artigo é inovador pois este tipo de estudo antes de um protocolo simulado de futebol, não foi
investigado anteriormente.
No estudo foram analisados:
- 10 Homens.
- Todos jogadores
de futebol por lazer,
- Treinando
duas vezes por semana e tendo um jogo competitivo por semana, durante o estudo.
- Média
de idade: 24,3 ± 2,3 (Variação de 22 a 26,6 anos).
- Estatura
média: 1,76 ± 6 cm (variação de 170 a 185 cm).
- Massa
corporal média: 74.2 ± 9.8 Kg (variação de 57.95 a 85.75 kg).
Cada participante
compareceu ao laboratório 4 vezes (média = temperatura 19.7ºC, umidade relativa
do ar 28,9%). Nos dois primeiros encontros tinham como objetivo adaptar o
protocolo intermitente de esteira. Se a diferença do teste contra relógio
fosse superior a 2% o teste era refeito da mesma maneira até que se enquadrasse
em até 2%.Apenas um participante teve que voltar pela 3ª vez. As últimas
duas vezes foram para completar a condição experimental, sendo conduzidas de
maneira contrabalanceadas com intervalo de 7 dias.
A refeição do teste foi feita onde todos
os participantes consumiram um café da manhã as 8 horas com cereais e suco
de frutas (energia total = 377 kcal; CHO = 79 g; gordura = 3 g; proteína = 13
g) nos dias de teste.Foi solicitado que não consumissem álcool e nem
praticassem exercício extenuante 48h antes dos testes. A dieta 24h antes
dos teste se manteve a mesma nos dois grupos, sendo que os participantes
consumiram 346.8g de CHO com uma ingesta calórica total de 2303.6 kcal,
representando 60% da energia oriunda de carboidratos.
O protocolo foi feito as 11h10min onde foram coletados 20ml
de sangue venoso. Após essa coleta, os participantes consumiram a refeição
teste as 11h30min (3h30min antes de começar o exercício, simulando um dia de
jogo de futebol com inicio as 15h).Foi feita uma coleta de sangue através do
dedo, pré e pós refeição, para determinar os níveis de glicose no sangue.
Durante o período pós-refeição os participantes
ingeriram 1L de água e descansaram até as 14h30min para então voltarem ao
laboratório onde seria retirada uma amostra de sangue pré-exercício.
Antes do início do teste as 15h, realizaram um aquecimento composto por trote lento e aquecimento estático.O protocolo especifico de futebol foi realizado em uma esteira motorizada. O protocolo consiste na reprodução de movimentos comuns do futebol: caminhadas, trotes, correndo, piques e ficar parado.
Antes do início do teste as 15h, realizaram um aquecimento composto por trote lento e aquecimento estático.O protocolo especifico de futebol foi realizado em uma esteira motorizada. O protocolo consiste na reprodução de movimentos comuns do futebol: caminhadas, trotes, correndo, piques e ficar parado.
Amostras de sangue capilar foram coletadas e analisadas para
verificar a glicose sanguínea, após 10, 20 e 30min com o objetivo de averiguar
se a hipoglicemia rebote foi evidente nas primeiras fases do exercício.
Foi fornecido aos participantes, água, no intervalos de 15 minutos, e outra amostra de sangue venoso foi coletada. O segundo tempo de 45min foi uma reprodução das atividades realizadas nos primeiros 45min, totalizando assim uma reprodução de uma partida com 90 min. O gás expirado foi utilizado para calcular a oxidação de CHO e lipídios. A frequência cardíaca foi medida durante todo o teste, sendo registrada a média a cada 5 min.O teste de desempenho foi de 1km contra relógio onde os participantes não obtinham conhecimento da velocidade e do tempo mostrados na esteira. Um teste de desempenho pareceu mais apropriado do que um teste de capacidade de exercício (tempo de fadiga) para representar “o que ainda restou no tanque”. Além disso, uma tarefa de alta intensidade exige a utilização de todas as fibras musculares, principalmente das Tipo IIx.
Foi fornecido aos participantes, água, no intervalos de 15 minutos, e outra amostra de sangue venoso foi coletada. O segundo tempo de 45min foi uma reprodução das atividades realizadas nos primeiros 45min, totalizando assim uma reprodução de uma partida com 90 min. O gás expirado foi utilizado para calcular a oxidação de CHO e lipídios. A frequência cardíaca foi medida durante todo o teste, sendo registrada a média a cada 5 min.O teste de desempenho foi de 1km contra relógio onde os participantes não obtinham conhecimento da velocidade e do tempo mostrados na esteira. Um teste de desempenho pareceu mais apropriado do que um teste de capacidade de exercício (tempo de fadiga) para representar “o que ainda restou no tanque”. Além disso, uma tarefa de alta intensidade exige a utilização de todas as fibras musculares, principalmente das Tipo IIx.
Segundo os resultados do estudo, não foram
encontrados RRC e RRL para as concentrações de insulina, lactato e glicose
sanguínea, porém, foi encontrado um efeito importante sobre a glicose
sanguínea. Também podemos perceber que quando a curva insulina/tempo é
analisada, sugere uma importância fisiológica. Importante citarmos que concentrações
significantemente maiores de glicerol e ácidos graxos plasmáticos foram
encontradas após a RRL do que em relação à RRC, assim como para as
concentrações de β- Hidroxybutirato.
Também foi visto que a taxa de oxidação de gordura foi significativamente maior
após a RRL, a taxa de oxidação de CHO foi significativamente maior após a RRC;
foi observado um aumento da oxidação de gorduras durante o tempo, a qual foi se
aproximando significativamente para um efeito de interação; o tempo de
conclusão da atividade de desempenho foram 229.4 ± 26.5s e 228.8 ±14.4 s, após
RRC e RRL respectivamente, indicando semelhanças entre as condições.
A partir de uma análise individual observou-se que 5
participantes foram mais rápidos após a RRC e 5 foram mais rápidos após a RRL.
Além disso, não houve efeitos significativos no desempenho quando os dados
foram analisados por ordem de teste. (Test 1: 226.2 ± 14 s; Test 2: 231.8 ±
26.4 s). É muito
importante citarmos que a frequência cardíaca e a
percepção subjetiva de esforço aumentaram durante o protocolo, sem apresentar
diferenças entre as condições. (FC − RRL: 145 ± 5.93, RRC: 146 ± 7.71; PSE −
RRL: 13.0 ± 1.13, RRC: 13.5 ± 1.34).
Com o trabalho chegamos a principal conclusão
de que o aumento da oxidação e metabolização de gorduras após a ingesta de uma
RRL, resulta em um desempenho similar para o teste de 1km após exercícios
intermitentes de alta intensidade.Também podemos dizer que a oxidação de
gorduras após o consumo de RRL foi cerca de 28% maior se comparado após o
consumo de RRC, por outro lado, a oxidação de carboidratos foi cerca de 35%
maior após a RRC se comparado após a ingestão de RRL.
As refeições ricas em CHO suprimiram a
concentração de ácidos graxos plasmáticos, que pode ter ocorrido pelo fato da
RRL conter 59.4g de CHO comparadas com as 160g da RRC, e foram encontradas
concentrações elevadas de glicerol após RRF, descoberta pode ser um indicativo
de uma taxa maior de lipólise.
A elevada concentração de metabolismo de
gordura após o consumo de RRL em relação a RRC pode ser atribuída a maior
disponibilidade de gordura após a RRL. No entanto, também pode ser uma
consequência dos elevados níveis de concentração de insulina precedente da RRC,
a insulina é conhecida como um hormônio anti-lipolítico que pode talvez
suprimir a lipólise.Teoricamente, o consumo de RRC deve mediar a liberação de
insulina e a subsequente inibição da lipólise. Apesar dos aumentos observados
na oxidação e metabólitos de gorduras, o presente estudo não encontrou
diferenças no teste de 1km contra relógio após exercício intermitente de alta
intensidade com ambas refeições.
A conclusão do trabalho nos mostra que após um café
da manhã padrão e uma ingesta adequada de CHO 24h pré teste, o consumo de
refeições pré exercício ricas em CHO ou lipídios produzem uma performance
similar em um teste de 1km contra relógio após um protocolo de futebol, apesar
das variações de oxidação de CHO e gordura. E estas condições indicam que os jogadores
podem ter maiores opções de alimentos do que lhes é habitualmente oferecido.
Podemos dizer que o artigo foi bem apresentado
pelos colegas, mostrando-nos mais uma vez a aplicação das teorias citadas em
aulas na prática. Como dito pelo professor, esse é um estudo simples, porém, em
nosso modo de ver, interessante para a aplicabilidade da matéria.