quinta-feira, 23 de maio de 2013

ANÁLISE APRESENTAÇÃO SEMINÁRIO DIA 2/5/2013



        O seminário da disciplina de fisiologia do exercício ocorreu no dia 2 de maio de 2013, em que quatro assuntos já estudados na cadeira foram apresentados: metabolismo, sistemas neuromuscular e endócrino.  Um dos artigos apresentados no seminário tem como título: "Effect of Fat and CHO Meals on Intermittent Exercise in Soccer Players", os autores são: A. T. Hulton, J. P. Edwards, W. Gregson , D. MacLaren , D. A. Doran e foi analisado pelos acadêmicos da educação física Guano Barbosa, Guilherme Farias, Jacson Severo e Luciano Montone.
           O presente artigo tem como objetivo —Investigar os efeitos metabólicos e de desempenho, após uma refeição rica em CHO e após uma refeição rica em gorduras, seguidos de um exercício intermitente de alta intensidade.  Na sua introdução ele trás opiniões de diversos autores ressaltando que refeições ricas em gorduras permitem/geram um aumento da disponibilidade dos ácidos graxos durante o período pós-prandial (refeição) e no começo do exercício, juntamente com um aumento na taxa de oxidação de gordura, resultando em uma performance igual ou melhor. É importante destacar os observações feitas por Balsom P (1999): " Dieta rica em CHO, antes de jogos reduzidos de futebol, resultou nos atletas realizando um número significantemente maior de atividades em alta intensidade "  e por  Krustrup P (2006):" —Recentemente, autores pesquisaram os níveis de glicogênio muscular pré e pós jogo, além de notarem uma redução dos níveis gerais de glicogênio muscular, também encontraram que cerca de 47%  das fibras musculares estavam quase ou completamente sem glicogênio após a partida.". Esse artigo é inovador pois este tipo de estudo antes de um protocolo simulado de futebol, não foi investigado anteriormente.

No estudo foram analisados:
  • —10 Homens.
  • Todos jogadores de futebol por lazer,
  •  Treinando duas vezes por semana e tendo um jogo competitivo por semana, durante o estudo.
  • —Média de idade: 24,3 ± 2,3 (Variação de 22 a 26,6 anos).
  • —Estatura média: 1,76 ± 6 cm (variação de 170 a 185 cm).
  • —Massa corporal média: 74.2 ± 9.8 Kg (variação de 57.95 a 85.75 kg).
—   Cada participante compareceu ao laboratório 4 vezes (média = temperatura 19.7ºC, umidade relativa do ar 28,9%). Nos dois primeiros encontros tinham como objetivo adaptar o protocolo intermitente de esteira. Se a diferença do teste contra relógio fosse superior a 2% o teste era refeito da mesma maneira até que se enquadrasse em até 2%.Apenas um participante teve que voltar pela 3ª vez. As últimas duas vezes foram para completar a condição experimental, sendo conduzidas de maneira contrabalanceadas com intervalo de 7 dias.

              A refeição do teste foi feita onde todos os participantes consumiram um café da manhã as 8 horas com cereais e suco de frutas (energia total = 377 kcal; CHO = 79 g; gordura = 3 g; proteína = 13 g) nos dias de teste.Foi solicitado que não consumissem álcool e nem praticassem exercício extenuante  48h antes dos testes. A dieta 24h antes dos teste se manteve a mesma nos dois grupos, sendo que os participantes consumiram 346.8g de CHO com uma ingesta calórica total de 2303.6 kcal, representando 60% da energia oriunda de carboidratos.
               O protocolo foi feito as 11h10min onde foram coletados 20ml de sangue venoso. Após essa coleta, os participantes consumiram a refeição teste as 11h30min (3h30min antes de começar o exercício, simulando um dia de jogo de futebol com inicio as 15h).Foi feita uma coleta de sangue através do dedo, pré e pós refeição, para determinar os níveis de glicose no sangue.
                 Durante o período pós-refeição os participantes ingeriram 1L de água e descansaram até as 14h30min para então voltarem ao laboratório onde seria retirada uma amostra de sangue pré-exercício.
Antes do início do teste as 15h, realizaram um aquecimento composto por trote lento e aquecimento estático.O protocolo especifico de futebol foi realizado em uma esteira motorizada. O protocolo consiste na reprodução de movimentos comuns do futebol: caminhadas, trotes, correndo, piques e ficar parado.
              Amostras de sangue capilar foram coletadas e analisadas para verificar a glicose sanguínea, após 10, 20 e 30min com o objetivo de averiguar se a hipoglicemia rebote foi evidente nas primeiras fases do exercício.
Foi fornecido aos participantes, água, no intervalos de 15 minutos, e outra amostra de sangue venoso foi coletada. O segundo tempo de 45min foi uma reprodução das atividades realizadas nos primeiros 45min, totalizando assim uma reprodução de uma partida com 90 min. O gás expirado foi utilizado para calcular a oxidação de CHO e lipídios. A frequência cardíaca foi medida durante todo o teste, sendo registrada a média a cada 5 min.O teste de desempenho foi de 1km contra relógio onde os participantes não obtinham conhecimento da velocidade e do tempo mostrados na esteira. Um teste de desempenho pareceu mais apropriado do que um teste de capacidade de exercício (tempo de fadiga) para representar “o que ainda restou no tanque”. Além disso, uma tarefa de alta intensidade exige a utilização de todas as fibras musculares, principalmente das Tipo IIx.

              Segundo os resultados do estudo, não foram encontrados RRC e RRL para as concentrações de insulina, lactato e glicose sanguínea, porém, foi encontrado um efeito importante sobre a glicose sanguínea. Também podemos perceber que quando a curva insulina/tempo é analisada, sugere uma importância fisiológica. Importante citarmos que concentrações significantemente maiores de glicerol e ácidos graxos plasmáticos foram encontradas após a RRL do que em relação à RRC, assim como para as concentrações de β- Hidroxybutirato. Também foi visto que a taxa de oxidação de gordura foi significativamente maior após a RRL, a taxa de oxidação de CHO foi significativamente maior após a RRC; foi observado um aumento da oxidação de gorduras durante o tempo, a qual foi se aproximando significativamente para um efeito de interação; o tempo de conclusão da atividade de desempenho foram 229.4 ± 26.5s e 228.8 ±14.4 s, após RRC e RRL respectivamente, indicando semelhanças entre as condições.
              A partir de uma análise individual observou-se  que 5 participantes foram mais rápidos após a RRC e 5 foram mais rápidos após a RRL. Além disso, não houve efeitos significativos no desempenho quando os dados foram analisados por ordem de teste. (Test 1: 226.2 ± 14 s; Test 2: 231.8 ± 26.4 s). É muito
      importante citarmos que a frequência cardíaca e a percepção subjetiva de esforço aumentaram durante o protocolo, sem apresentar diferenças entre as condições. (FC − RRL: 145 ± 5.93, RRC: 146 ± 7.71; PSE − RRL: 13.0 ± 1.13, RRC: 13.5 ± 1.34).
                   Com o trabalho chegamos a principal conclusão de que o aumento da oxidação e metabolização de gorduras após a ingesta de uma RRL, resulta em um desempenho similar para o teste de 1km após exercícios intermitentes de alta intensidade.Também podemos dizer que a oxidação de gorduras após o consumo de RRL foi cerca de 28% maior se comparado após o consumo de RRC, por outro lado, a oxidação de carboidratos foi cerca de 35% maior após a RRC se comparado após a ingestão de RRL.
                As refeições ricas em CHO suprimiram a concentração de ácidos graxos plasmáticos, que pode ter ocorrido pelo fato da RRL conter 59.4g de CHO comparadas com as 160g da RRC, e foram encontradas concentrações elevadas de glicerol após RRF, descoberta pode ser um indicativo de uma taxa  maior de lipólise.
                A elevada concentração de metabolismo de gordura após o consumo de RRL em relação a RRC pode ser atribuída a maior disponibilidade de gordura após a RRL. No entanto, também pode ser uma consequência dos elevados níveis de concentração de insulina precedente da RRC, a insulina é conhecida como um hormônio anti-lipolítico que pode talvez suprimir a lipólise.Teoricamente, o consumo de RRC deve mediar a liberação de insulina e a subsequente inibição da lipólise. Apesar dos aumentos observados na oxidação e metabólitos de gorduras, o presente estudo não encontrou diferenças no teste de 1km contra relógio após exercício intermitente de alta intensidade com ambas refeições.
               A  conclusão do trabalho nos mostra que após um café da manhã padrão e uma ingesta adequada de CHO 24h pré teste, o consumo de refeições pré exercício ricas em CHO ou lipídios produzem uma performance similar em um teste de 1km contra relógio após um protocolo de futebol, apesar das variações de oxidação de CHO e gordura. E estas condições indicam que os jogadores podem ter maiores opções de alimentos do que lhes é habitualmente oferecido.


                  Podemos dizer que o artigo foi bem apresentado pelos colegas, mostrando-nos mais uma vez a aplicação das teorias citadas em aulas na prática. Como dito pelo professor, esse é um estudo simples, porém, em nosso modo de ver, interessante para a aplicabilidade da matéria.



























sábado, 4 de maio de 2013

SISTEMA ENDÓCRINO III


PÂNCREAS, DIABETES MELLITUS E DIABETES INSIPIDUS


Pâncreas

   É uma glândula tanto endócrina quanto exócrina.
     Porção endócrina é fundamentalmente centrada nas ilhotas de Langerhans , onde temos as células α (alfa),  β (beta), e ɣ (gama).
·                 As células BETA PANCREÁTICAS secretam INSULINA, que ativa a translocação de GLUT 4 por uma via de sinalização intracelular, e dessa forma, estimula a captação de glicose, além de estimular a síntese de proteínas e triglicerídeos pela via da lipase lipoproteica.
·         As células ALFA secretam GLUCAGON, que estimula a glicogenólise (quebra do glicogênio), liberando glicose para a corrente sanguínea, ao mesmo tempo ele estimula a lipase hormônio sensitiva, estimulando a quebra do triglicerídeo e a disponibilização do ácido graxo livre na corrente sanguínea.  
    Precisamos entender como a INSULINA, o GLUCAGON e a GLICEMIA se comportam em um indivíduo normal frente ao exercício. 








    O exemplo é dado por um indivíduo realizando exercício com 70% de consumo de oxigênio, ou seja, em uma intensidade média. O indivíduo foi mantido realizando o exercício durante um certo tempo em intensidade fixa.
A partir do caso citado, faremos a comparação entre o comportamento da INSULINA, do GLUCAGON e da GLICEMIA.  Sem esquecer que o exercício age no sistema de sinalização insulínica fazendo com que ocorra aumento da sensibilidade do receptor de insulina e aumento da translocação de GLUT 4 através de uma via independente de insulina.


·         Indivíduo normal (destreinado)

      Decréscimo da secreção de insulina-pois há o aumento na sensibilidade dos receptores de insulina e principalmente porque ocorre o aumento da translocação do GLUT 4 por uma via independente da insulina. Isso faz com que a insulina se torne cada vez mais eficiente no manejo da glicemia. (Diminuição dos níveis de insulina em relação aos níveis de repouso.)
 Decréscimo da glicemia- diminuição sustentável.
Aumento do glucagon- aumento com a tentativa de manter a glicemia.

·         Indivíduo treinado
        Decréscimo da insulina, porém, menor aumento em relação ao indivíduo destreinado.
 Leve aumento da glicemia, com seguida manutenção de valores.
 Aumento do glucagon, porém, menor aumento em relação ao indivíduo destreinado.

Obs: resposta do indivíduo treinado é atenuada, pois proporcionalmente, em comparação ao indivíduo destreinado, há uma menor captação de glicose. Isso ocorre em um indivíduo treinado porque ele utiliza mais e de melhor forma a gordura, sendo assim, poupa carboidratos, ou seja, não precisa de um metabolismo de carboidratos muito ativado. Como o metabolismo de carboidratos é menor, ele está respondendo menos nesse sistema de controle.

Obs.geral: se houver modificação na intensidade, para uma intensidade maior, por exemplo, quanto mais intenso o exercício menor será  a secreção de insulina e maior a de glucagon, a de glicemia apresenta um fenômeno em que ela primeiramente sobe e depois desce, quanto maior é a intensidade maior é a glicemia, e aos pouco ela começa a cair. Pode ser que em uma dessas quedas seja atingido um nível de hipoglicemia, por isso, é necessário um cuidado especial. É importante destacarmos que quanto mais sedentário, mais destreinado é o indivíduo, maior é o risco de hipoglicemia.

HIPOGLICEMIA

Glicemia normal de jejum= inferior a 100 mg/dc.
Hipoglicemia de jejum= não é definida por critérios de concentração, é definida por sintomas clínicos.


DIABETES MELLITUS- DIABETES INSIPIDUS

Características comuns aos dois tipos:
  Poliúria: muita urina (principal característica);
   Polidipsia: muita cede;
  Polifagia: indivíduo come muito.

DIABETES INSIPIDUS (urina sem gosto)
O indivíduo urina muito,pois há uma diminuição/incapacidade na secreção de ADH (hormônio antidiurético).
Esse tipo é menos frequente e não é grave.


DIABETES MELITUS (urina doce)
O indivíduo tem como principal característica a alta glicemia, e por consequência ocorre a poliúria, a polidipsia e a polifagia.

DIABETES MELITUS TIPO I

        É a diabetes juvenil, que aparece na primeira infância, em média até os 4 anos. Ocorre pela destruição da célula que causa uma diminuição na secreção de insulina = INSULINO DEPENDENTE.

Tratamento:
o   Insulina
o   Dieta
o   Exercício

       Importante destacarmos que até a década de 20, a expectativa de vida de um paciente diabético tipo I era em média de três a quatro anos pois não havia tratamento. A insulina foi descoberta/houve o início da extração em porcos a partir de 1922, o que mudou totalmente a vida desses pacientes. Hoje em dia, com a tecnologia do DNA recombinante, não é usual a utilização da insulina porcina, mas sim o uso da insulina sintética, produzida em laboratório.

Características do processo de instalação do Diabetes:
o   Emagrecimento rápido da criança
o   Muita cede
o   Muita fome

·                      A atitude de levar a criança ao médico deve ser tomada imediatamente, para que se inicie o tratamento o mais rápido possível, já que não existe cura para a doença.


DIABETES MELLITUS TIPO II

      Corresponde a maioria dos casos, cerca de 80% deles.  Diabetes que acontece na maturidade, normalmente relacionada à obesidade e em princípio o paciente NÃO É INSULINO DEPENDENTE. O paciente apresenta resistência à insulina, normalmente relacionada à obesidade ele tem a implantação de lípedes de triglicerídeos intramusculares e outras lípides, assim como  ceramidas, que se instala intracelularmente e interrompe o processo de sinalização da insulina até a translocação do GLUT 4. Como existe uma interferência bioquímica nesse processo, o paciente apresenta resistência à insulina, apesar de secretar insulina. Essa insulina liga o receptor mas não consegue desencadear a sinalização, sendo assim, não vai existir GLUT 4 em nível adequado na membrana, não há captação de glicose. O efeito final é o mesmo, porém neste caso, a etiologia é diferente da Diabetes tipo I. Então, ele apresenta resistência à insulina.

Tratamento:
o   Hipoglicemiantes orais
o    Dieta
o   Exercício

Caso especial: HIPERINSULEMIA

Paciente tem resistência à insulina. O sistema de controle da glicemia e o sistema de secreção de insulina é basicamente ligado à glicemia. Ou seja, quando a glicemia sobe, há a estimulação de insulina, quando a glicemia cai, há a diminuição da secreção de insulina e o aumento do glucagon. Temos um mecanismo de controle baseado na glicemia. Em um paciente que é hiperglicêmico e apresenta resistência à insulina, a hiperglicemia estimula o pâncreas a secretar insulina, a insulina não consegue exercer o seu efeito adequadamente, a glicemia continua alta, se a glicemia continua alta, ela continua estimulando o pâncreas a produzir insulina, e em consequência ocorre um quadro de HIPERINSULINEMIA.
A insulina também medeia a via simpática, também acaba afetando a ativação simpática, ou seja, o paciente passa a ter uma atividade simpática aumentada, que leva a uma frequência cardíaca mais alta, e principalmente a uma pressão arterial mais alta. Então, o paciente além de diabético, hiperglicêmico, hiperinsulinêmico e hipertenso ele é obeso.  A totalidade desse quadro traduz o conceito de SÍNDROME METABÓLICA.

Quadro ao longo dos anos:
  •        Pâncreas hiperativo- pode induzir à falência pancreática- paciente passa a necessitar do uso de insulina, tornasse insulinodependente.

  • Foco do tratamento:

                    Diminuição da resistência à insulina.




EXERCÍCIO (TIPO I E TIPO II)

         O exercício de uma maneira geral aumenta a sensibilidade de receptores de insulina (efeito agudo-durante o exercício e também efeito crônico-efeito de sucessivas sessões de treinamento) e aumenta a translocação de GLUT 4 (cronicamente- há o aumento da concentração ).
       Isso é útil aplicado aos dois casos, pois conseguiremos melhor manejar a glicemia desses pacientes.

 Para aplicarmos exercícios para estes pacientes é muito importante que saibamos os níveis de glicemia no início do exercício. 




     Se um paciente chega para fazer o exercício (não importa qual, porém, quanto mais intenso, mais severo é o fenômeno) com nível de glicemia em torno de 200. Durante o exercício ocorrerá uma queda do nível da glicemia, porém, devemos tomar cuidado com a hipoglicemia, pois existe um risco de durante a sessão de exercício o paciente apresentar tal quadro.
     Alguns cuidados podem ser tomados para que isso não ocorra, primeiramente, deve-se pedir para que o paciente chegue antes da sessão de exercício já alimentado, pois quanto maior for o período de jejum antes do exercício, maior é o risco do quadro ocorrer. Outro cuidado importante será tomado durante a sessão, que será cuidar os sinais de hipoglicemia, por exemplo, sinais na coordenação motora, que deve ser observada precocemente através da fala, pois o padrão de fonação será alterado. Esse paciente deve ser retirado imediatamente do exercício e então, deve-se oferecer urgentemente um carboidrato de absorção rápida (bala, refrigerante, qualquer coisa com bastante açúcar). 



FAIXA DE RISCO  


      250-300mg/dc (contradições em literaturas)- Nessas concentrações pode ocorrer um aumento da glicemia, pois quando o indivíduo está com a glicemia elevada ele dessensibiliza  receptores e o glucagon passa a responder de forma exacerbada, despeja ainda mais glicose do que deveria. Existe a alteração na sensibilidade de uma série de receptores que afetam este sistema.
         Para isso ocorrer provavelmente o paciente não se cuidou da maneira correta, pode não ter aplicado a insulina corretamente ou não ter se alimentado da forma correta. Diante dessa situação, é imprescindível a conversa com o paciente para ele seja avisado dos riscos que corre e para tentarmos resolver o problema juntos, fazendo com que a situação não se repita. O PACIENTE NÃO PODE FAZER EXERCÍCIO NESSE DIA.
        A educação é fundamental para o controle da saúde de um diabético, e devemos trabalhar em conjunto com outros profissionais, para que ele aprenda a se cuidar.

Um dos três centros de diabetes mais importantes do mundo está localizado em Porto Alegre, o ICD, que trabalha basicamente com a educação para a família do diabético. 

  • Acesse e confira:




(TIPO I)

    Existe diferença fundamentalmente pois há aplicação de insulina, que não é um elemento fisiológico, é artificial, ou seja, é de controle mais difícil.
     Aplicação de insulina: a mais comum é a aplicação subcutânea, pois se forma um depósito de insulina no local onde é aplicada, à medida que a microcirculação daquele local for acontecendo, a insulina vai sendo extraída e colocada na grande circulação.
   O que pode mudar, geralmente, é a maneira com que a insulina é preparada, e isso faz com que ela tenha diferentes cinéticas. Que serão demostradas no gráfico a seguir. 








A insulina regular é a mais comum, de ação rápida, vai aumentando na circulação e faz um pico em aproximadamente duas horas.

A insulina NPH é de ação lenta e faz um pico em torno de seis à oito horas.

    É fundamental o conhecimento da cinética da insulina que está sendo utilizada e do seu devido comportamento.
   É importante observarmos que o paciente não faz uso de apenas um tipo de insulina, geralmente os pacientes fazem o “regime insulínico”,  que define os tipos de insulina e seus respectivos horários de aplicação ao longo do dia.

  • Exemplo


     Supondo que um paciente segue seu regime insulínico, aplicando insulina logo ao despertar, às 7h e ele tem uma sessão de caminhada marcada para as 9h. RISCO = HIPOGLICEMIA, pois temos a coincidência do pico insulínico combinado com o aumento da sensibilidade do receptor de insulina e o aumento da translocação do GLUT 4 por uma via independente de insulina. Tudo isso associado ao alto nível de insulina teremos uma captação altíssima de glicose e este indivíduo fará um quadro de hipoglicemia em minutos.
A SOLUÇÃO é fugirmos do pico da insulina, precisamos montar a sessão de exercício afastada desses picos. O ideal seria fazer a sessão em torno de quatro horas depois da aplicação, onde já temos um certo decaimento.

      Se o exercício for feito depois de uma hora da aplicação, em princípio não haveria nenhum problema, porém precisamos lembrar que a aplicação é rotativa, se faz a aplicação em diferentes pontos do corpo, não sempre no mesmo local para evitar a repetição de agressão à pele.

    Problema: se o paciente fez a aplicação na perna e o trino será de caminhada e corrida de alta intensidade, dessa maneira, pelo exercício, iremos aumentar a circulação local, acelerando o processo de extração de insulina no depósito, sendo assim, poderá ocorrer a antecipação do pico e a consequente hipoglicemia.

     As soluções possíveis levam em consideração mexer no regime insulínico, juntamente com o médico responsável ou, conhecendo o treino que faremos, podemos conversar com o paciente e pedir para que a aplicação seja feita em locais onde não ocorrerá grande estímulo, e consequentemente não teremos efeitos indesejáveis.

(TIPO I E II)
  •        Alteração na capacidade de coagulação sanguínea
  •         Fragilidade vascular aumentada em função da hiperglicemia
  •     Muito suscetível a formação de hematomas (muito cuidado com atividades que geram mais impacto, contato e riscos ligados a esta suscetibilidade)
  •         Dessensibilização  das extremidades



RESULTADOS ESPERADOS A MÉDIO E LONGO PRAZO

      Melhorar a resistência à insulina, por efeito direto sobre o tecido muscular, diminuindo os lípides intramusculares, aumentando GLUT 4 e melhorando a sinalização intramuscular.

Tipo I- vai aplicar menos insulina
Tipo II- é a que melhor responde ao exercício, pois ele age tanto no maior problema que é a resistência à insulina, quanto na origem do problema, que é a obesidade, e o resultado é que temos condições de alterar completamente esse quadro.


Destaques da aula

·              Importante destacarmos que o Rio Grande do Sul é o estado com mais prevalência de Diabetes.


·             Cuidado especial: PÉ DIABÉTICO, devido a uma dessensibilização  das extremidades, fragilidade vascular aumentada e ao risco de hemorragias, precisamos ter um cuidado especial com os pés destes pacientes em atividades de impacto, levando em consideração até mesmo o calçado que ele está utilizando. 









SISTEMA ENDÓCRINO II



  • HORMÔNIOS DA TIREOIDE

           O TRH age sobre a hipófise para secretar o hormônio Tireoide Estimulante conhecido como TSH. Esse por sua vez, estimula a glândula Tireoide a secretar os hormônios Triiodotironina (T3) e Tiroxina (T4). 






          A doença relaciona a estrutura molecular do T3 e do T4 é conhecida como Bócio Endêmico. Essa patologia é restrita a uma área geográfica, sendo assim mais comum no centro do Brasil em que o solo é pobre de iodo, fazendo com que a maioria dos alimentos tenham pouca quantidade de iodo. O bócio endêmico tem como característica a hipertrofia da glândula tireoide acompanhada de um hipotireoidismo, pois não há oferta de iodo suficiente, fazendo com que a glândula não secrete os hormônios.
         A adição de iodo ao cloreto de sódio foi uma das medidas utilizadas para adicionar os nutrientes faltantes que provocam doenças, na alimentação da sociedade. O único problema ainda não solucionado com clareza são as quantidades que devem ser aplicadas.
        As variações nos hormônios da tireoide geram patologias conhecidas como Hipotireoidismo e Hipertireoidismo. O primeiro é resultante da deficiência dos hormônios produzidos pela tireoide e o segundo pelo excesso.
         As taxas metabólicas estão relacionadas com os hormônios da tireoide. Quando há um aumento desses hormônios, há um aumento das taxas metabólicas como, por exemplo: gasto calórico e aumento do catabolismo de carboidratos. Isso gera consequências, como no hipertireoidismo em que há um aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial e a perda de peso. No hipotireoidismo ocorre ao contrário, fazendo com que o indivíduo tenha uma tendência a obesidade e hipotensão. Esses são fenômenos do metabolismo dos quais as variações hormonais da tireoide podem causar.



COMO OS HORMÔNIOS DA TIREOIDE RESPONDEM EM UMA SITUAÇÃO DE EXERCÍCIO?



     Um determinado nível de hormônio responde a atividade metabólica. Essa não se altera muito durante o dia, se mantém estável ao longo de um período, apenas sofre algumas variações.
       Quando uma sessão de exercício de 1 hora é iniciada ocorre um aumento dos hormônios da tireoide concomitantemente ao exercício, justificando um aumento na atividade metabólica, no consumo de gordura e carboidratos entre outros. Logo após, ocorre uma queda abaixo do normal. Há um desnivelamento nos níveis de T3 e T4, até 3 horas após o exercício e só depois retorna ao normal. Outro efeito estranho que ocorre é o REBOTE, ou seja, os hormônios da tireoide são elevados acima do repouso novamente e depois se estabilizam.
       Esse é o efeito típico do exercício agudo sobre os hormônios da tireoide. O fato é que em função do exercício ocorre mais aumento do que diminuição de T3 e T4.

       Os indivíduos tem uma adequação entre ingesta e gasto calórico. Um exemplo seria em uma semana da qual tivemos um alto nível de estresse, ocorre um maior gasto calórico, com isso ingerimos mais alimentos. E vice versa para o contrário dessa situação. O sistema regula essas variações fazendo com que não se tenha grandes alterações na massa corporal.


      A nutricionista diminui a ingesta calórica provocando um desequilíbrio entre gasto e ingesta. Esse método é eficiente para pessoas que desejam perder de 3 a 4kg, pois tem um efeito rápido de 1 semana. Porém para obesos que necessitam perder de 30 a 40 kg é muito difícil.
    Na segunda semana, haverá um emagrecimento menor e com o passar do tempo à quantidade vai caindo, pois vai se equiparando com o gasto energético, provocando uma grande dificuldade para emagrecer.

      O gráfico acima mostra que apenas a dieta não é eficiente para o emagrecimento, assim como apenas exercícios também não são eficientes. O mecanismo mais eficiente para o emagrecimento é unir uma dieta padrão com o exercício. Ocorre que artificialmente estamos mantendo uma taxa metabólica elevada e mantendo o desequilíbrio entre ingesta e gasto.



As vantagens obtidas com esse mecanismo são:

1-      Não é necessário exercícios de grande rendimento, volume, intensidade ou frequência semanal. Sendo sempre o melhor exercício, aquele do qual o indivíduo melhor se adapta e se enquadra.
2-      Não é necessária uma dieta radical.

Com isso, aumenta a aderência do paciente ao tratamento.


HORMÔNIO GONADOTRÓFICOS

       Apresentam diferentes comportamento na secreção, sendo no homem mais estável e na mulher de forma pulsátil. Como na mulher a secreção ocorre desta forma, consequentemente os estímulos ao nível de gônada são pulsáteis também.
      O GNRH estimula a hipófise a secretar LH e FSH. Esses por sua vez, estimulam as gônadas a secretar hormônios como por exemplo: testosterona, progesterona, estrógeno. 



MULHERES
        As variações ocorrem em um ciclo de 28 dias para mais ou para menos.







1º MOMENTO: LH e FSH sobrem. Em função desse aumento, existe um estímulo para a MATURAÇÃO FOLICULAR. Nessa fase os ovários que tem no seu interior um óvulo primordial em estado inicial começam a maturar juntamente com os óvulos. Isso ocorre simultaneamente entre 6 e 12 folículos. Em determinado momento, um folículo começa a se maturar mais que os outros que involuem.
OBS: Esse processo só tem exceção na formação de gêmeos.


2ª MOMENTO :Quando ocorre a maturação do folículo, ele começa a secretar o hormônio Estrógeno que começa a aumentar na circulação. Esse hormônio tem a função de preparar a espessa parede do endométrio aumentando a irrigação e a produção de muco, fazendo com que o útero possa receber o óvulo. O folículo se rompe e o nível de estrógeno cai, ocorrendo assim a segunda ovulação. Logo após os níveis de estrógeno aumentam novamente.

3º MOMENTO: O estrógeno tem uma função inibitória sobre o LH e o FSH. Quando o estrógeno cai, libera secreção de LH e FSH e a mulher tem um pico desses hormônios e provoca a liberação do óvulo de 16 a 24 horas após. A ovulação ocorre no 14º dia, com isso a estrutura já recuperou a sua função e começa a aumentar novamente o nível de estrógeno.
       O óvulo é liberado e capturado pelas fímbrias uterinas, vai pelas tubas e chega até o útero. Se houver a fecundação o nível de progesterona segue aumentando junto com o estrógeno. Ao longo da gestação, ocorre a inibição do eixo hipotalâmico hipofisário inibindo LH e FSH. A mulher se torna anovulatória (não ovula mais) durante a gestação. Logo após o parto retorna o processo normal.

4º MOMENTO: O líquido que estava dentro do óvulo é liberado e coagula formando o Corpo Lúteo que possui a função secretora de Progesterona, aumentando assim o seu nível.

5º MOMENTO: Se não acontece a fecundação ( prazo de 72 horas para ser fecundado) o óvulo entra em involução. A progesterona e o estrógeno começam a cair, ao final, o endométrio descama ocorrendo a menstruação. O LH e o FSH sobem novamente começando outro ciclo.






OBS: O anticoncepcional joga os níveis, inibindo os eixos hipotalâmicos não ocorre o processo.


      Em esportes dos quais as atletas necessitam ficar magras em função da demanda metabólica do exercício (exemplo ginastas e maratonistas), como ocorre uma diminuição do colesterol, que é um substrato para  a formação de esteroides, a mulher fica amenoréica ( diminuição da fertilização e da menstruação). Com isso essas mulheres tem tendência a osteoporóide (diminuição da densidade mineral óssea) e esse problema deve ser prevenido com acompanhamento dos seus exercícios de treinamento, as vezes esse deve ser cessado para que ocorra a menarca da atleta.
       Antigamente na década de 70 e 80 para as atletas era melhor haver a menarca mais tardia, pois com ela ocorre a perda de elasticidade muscular, a perda da flexibilidade e um estirão puberal provocando a perda de coordenação e o aumento da força. Na ginástica as meninas começavam a treinar com 6 anos de idade e com 16 anos já eram consideradas ex atletas, ocorrendo um alto desempenho durante os 14 anos de idade.
      Ao longo dos anos a confederação proibiu as participações em competições internacionais para menores de 16 anos. Com isso, não consegue ter uma atleta com menarca tão tardia. Agora no esporte preferem meninas com menarcas mais precoces, pois há mais tempo para treinamento. Isso permite que as atletas permaneçam com alto nível até a fase adulta.


DESORDEM DIAFORÉTICA MENSTRUAL (TPM)

      Normalmente os exercícios que geram mais gasto energético alteram os sintomas, diminuindo em termos de ansiedade entre outros. 


HOMEM

      Não ocorre um ciclo, pois permanece estável. Há uma relação direta de intensidade e secreção entre testosterona e exercícios.


ANABÓLICOS ESTERÓIDES: Estimulam a síntese proteica e o ganho de  massa muscular.


EFEITOS CONTROLATERAIS




        O uso por grandes atletas não é tão preocupante, pois existem muitos profissionais em função deles para minimizar esses agravantes. O problema é ser usado por pessoas leigas.



HORMÔNIO DE LIBERAÇÃO CORTICOTROFINA (CRH)


        Atua na ACTH para secreção de Cortisol que é antiinflamatório e aumenta o catabolismo de proteínas. Durante um exercício sofre aumento. Normalmente usa-se esse hormônio no meio de um exercício, ele é aplicado em alguma lesão articular para acelerar o processo de recuperação. O cortisol deve ser aplicado no máximo 3 vezes ao ano, pois possui efeito catabólico ou seja, começa a consumir as estruturas proteicas da articulação, provocando assim maiores problemas.



HORMÔNIO DA MEDULA SUPRA RENAL- ADRENALINA E NORADRENALINA


A curva vai deslocar para direita em cargas mais altas quando treinamos o atleta.




- Quanto mais alta a relação, maior é o estress físico.
- Quanto mais baixa, maior o estress mental.

A noraadrenalina está diretamente relacionada com a curva de lactato, pois estimula a glicólise.

CATECOLAMINAS BASAIS ao longo do treinamento, a medida que melhora as condições físicas, ela vai caindo.