quinta-feira, 23 de maio de 2013

ANÁLISE APRESENTAÇÃO SEMINÁRIO DIA 2/5/2013



        O seminário da disciplina de fisiologia do exercício ocorreu no dia 2 de maio de 2013, em que quatro assuntos já estudados na cadeira foram apresentados: metabolismo, sistemas neuromuscular e endócrino.  Um dos artigos apresentados no seminário tem como título: "Effect of Fat and CHO Meals on Intermittent Exercise in Soccer Players", os autores são: A. T. Hulton, J. P. Edwards, W. Gregson , D. MacLaren , D. A. Doran e foi analisado pelos acadêmicos da educação física Guano Barbosa, Guilherme Farias, Jacson Severo e Luciano Montone.
           O presente artigo tem como objetivo —Investigar os efeitos metabólicos e de desempenho, após uma refeição rica em CHO e após uma refeição rica em gorduras, seguidos de um exercício intermitente de alta intensidade.  Na sua introdução ele trás opiniões de diversos autores ressaltando que refeições ricas em gorduras permitem/geram um aumento da disponibilidade dos ácidos graxos durante o período pós-prandial (refeição) e no começo do exercício, juntamente com um aumento na taxa de oxidação de gordura, resultando em uma performance igual ou melhor. É importante destacar os observações feitas por Balsom P (1999): " Dieta rica em CHO, antes de jogos reduzidos de futebol, resultou nos atletas realizando um número significantemente maior de atividades em alta intensidade "  e por  Krustrup P (2006):" —Recentemente, autores pesquisaram os níveis de glicogênio muscular pré e pós jogo, além de notarem uma redução dos níveis gerais de glicogênio muscular, também encontraram que cerca de 47%  das fibras musculares estavam quase ou completamente sem glicogênio após a partida.". Esse artigo é inovador pois este tipo de estudo antes de um protocolo simulado de futebol, não foi investigado anteriormente.

No estudo foram analisados:
  • —10 Homens.
  • Todos jogadores de futebol por lazer,
  •  Treinando duas vezes por semana e tendo um jogo competitivo por semana, durante o estudo.
  • —Média de idade: 24,3 ± 2,3 (Variação de 22 a 26,6 anos).
  • —Estatura média: 1,76 ± 6 cm (variação de 170 a 185 cm).
  • —Massa corporal média: 74.2 ± 9.8 Kg (variação de 57.95 a 85.75 kg).
—   Cada participante compareceu ao laboratório 4 vezes (média = temperatura 19.7ºC, umidade relativa do ar 28,9%). Nos dois primeiros encontros tinham como objetivo adaptar o protocolo intermitente de esteira. Se a diferença do teste contra relógio fosse superior a 2% o teste era refeito da mesma maneira até que se enquadrasse em até 2%.Apenas um participante teve que voltar pela 3ª vez. As últimas duas vezes foram para completar a condição experimental, sendo conduzidas de maneira contrabalanceadas com intervalo de 7 dias.

              A refeição do teste foi feita onde todos os participantes consumiram um café da manhã as 8 horas com cereais e suco de frutas (energia total = 377 kcal; CHO = 79 g; gordura = 3 g; proteína = 13 g) nos dias de teste.Foi solicitado que não consumissem álcool e nem praticassem exercício extenuante  48h antes dos testes. A dieta 24h antes dos teste se manteve a mesma nos dois grupos, sendo que os participantes consumiram 346.8g de CHO com uma ingesta calórica total de 2303.6 kcal, representando 60% da energia oriunda de carboidratos.
               O protocolo foi feito as 11h10min onde foram coletados 20ml de sangue venoso. Após essa coleta, os participantes consumiram a refeição teste as 11h30min (3h30min antes de começar o exercício, simulando um dia de jogo de futebol com inicio as 15h).Foi feita uma coleta de sangue através do dedo, pré e pós refeição, para determinar os níveis de glicose no sangue.
                 Durante o período pós-refeição os participantes ingeriram 1L de água e descansaram até as 14h30min para então voltarem ao laboratório onde seria retirada uma amostra de sangue pré-exercício.
Antes do início do teste as 15h, realizaram um aquecimento composto por trote lento e aquecimento estático.O protocolo especifico de futebol foi realizado em uma esteira motorizada. O protocolo consiste na reprodução de movimentos comuns do futebol: caminhadas, trotes, correndo, piques e ficar parado.
              Amostras de sangue capilar foram coletadas e analisadas para verificar a glicose sanguínea, após 10, 20 e 30min com o objetivo de averiguar se a hipoglicemia rebote foi evidente nas primeiras fases do exercício.
Foi fornecido aos participantes, água, no intervalos de 15 minutos, e outra amostra de sangue venoso foi coletada. O segundo tempo de 45min foi uma reprodução das atividades realizadas nos primeiros 45min, totalizando assim uma reprodução de uma partida com 90 min. O gás expirado foi utilizado para calcular a oxidação de CHO e lipídios. A frequência cardíaca foi medida durante todo o teste, sendo registrada a média a cada 5 min.O teste de desempenho foi de 1km contra relógio onde os participantes não obtinham conhecimento da velocidade e do tempo mostrados na esteira. Um teste de desempenho pareceu mais apropriado do que um teste de capacidade de exercício (tempo de fadiga) para representar “o que ainda restou no tanque”. Além disso, uma tarefa de alta intensidade exige a utilização de todas as fibras musculares, principalmente das Tipo IIx.

              Segundo os resultados do estudo, não foram encontrados RRC e RRL para as concentrações de insulina, lactato e glicose sanguínea, porém, foi encontrado um efeito importante sobre a glicose sanguínea. Também podemos perceber que quando a curva insulina/tempo é analisada, sugere uma importância fisiológica. Importante citarmos que concentrações significantemente maiores de glicerol e ácidos graxos plasmáticos foram encontradas após a RRL do que em relação à RRC, assim como para as concentrações de β- Hidroxybutirato. Também foi visto que a taxa de oxidação de gordura foi significativamente maior após a RRL, a taxa de oxidação de CHO foi significativamente maior após a RRC; foi observado um aumento da oxidação de gorduras durante o tempo, a qual foi se aproximando significativamente para um efeito de interação; o tempo de conclusão da atividade de desempenho foram 229.4 ± 26.5s e 228.8 ±14.4 s, após RRC e RRL respectivamente, indicando semelhanças entre as condições.
              A partir de uma análise individual observou-se  que 5 participantes foram mais rápidos após a RRC e 5 foram mais rápidos após a RRL. Além disso, não houve efeitos significativos no desempenho quando os dados foram analisados por ordem de teste. (Test 1: 226.2 ± 14 s; Test 2: 231.8 ± 26.4 s). É muito
      importante citarmos que a frequência cardíaca e a percepção subjetiva de esforço aumentaram durante o protocolo, sem apresentar diferenças entre as condições. (FC − RRL: 145 ± 5.93, RRC: 146 ± 7.71; PSE − RRL: 13.0 ± 1.13, RRC: 13.5 ± 1.34).
                   Com o trabalho chegamos a principal conclusão de que o aumento da oxidação e metabolização de gorduras após a ingesta de uma RRL, resulta em um desempenho similar para o teste de 1km após exercícios intermitentes de alta intensidade.Também podemos dizer que a oxidação de gorduras após o consumo de RRL foi cerca de 28% maior se comparado após o consumo de RRC, por outro lado, a oxidação de carboidratos foi cerca de 35% maior após a RRC se comparado após a ingestão de RRL.
                As refeições ricas em CHO suprimiram a concentração de ácidos graxos plasmáticos, que pode ter ocorrido pelo fato da RRL conter 59.4g de CHO comparadas com as 160g da RRC, e foram encontradas concentrações elevadas de glicerol após RRF, descoberta pode ser um indicativo de uma taxa  maior de lipólise.
                A elevada concentração de metabolismo de gordura após o consumo de RRL em relação a RRC pode ser atribuída a maior disponibilidade de gordura após a RRL. No entanto, também pode ser uma consequência dos elevados níveis de concentração de insulina precedente da RRC, a insulina é conhecida como um hormônio anti-lipolítico que pode talvez suprimir a lipólise.Teoricamente, o consumo de RRC deve mediar a liberação de insulina e a subsequente inibição da lipólise. Apesar dos aumentos observados na oxidação e metabólitos de gorduras, o presente estudo não encontrou diferenças no teste de 1km contra relógio após exercício intermitente de alta intensidade com ambas refeições.
               A  conclusão do trabalho nos mostra que após um café da manhã padrão e uma ingesta adequada de CHO 24h pré teste, o consumo de refeições pré exercício ricas em CHO ou lipídios produzem uma performance similar em um teste de 1km contra relógio após um protocolo de futebol, apesar das variações de oxidação de CHO e gordura. E estas condições indicam que os jogadores podem ter maiores opções de alimentos do que lhes é habitualmente oferecido.


                  Podemos dizer que o artigo foi bem apresentado pelos colegas, mostrando-nos mais uma vez a aplicação das teorias citadas em aulas na prática. Como dito pelo professor, esse é um estudo simples, porém, em nosso modo de ver, interessante para a aplicabilidade da matéria.



























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