INTRODUÇÃO:
Já existe a evidência de que um
período único de exercício reduz significativamente a pressão arterial, durante
o período pós-exercício em pacientes com hipertensão. Todavia, os mecanismos
que embasam essa resposta ainda são controversos.
Apesar do fato de que um único período de exercício provoca uma redução na pressão arterial num período após o exercício não é claro se essa redução persiste o suficiente para ter relevância clínica, particularmente em paciente hipertensos idosos, em que a pressão arterial alta é uma preocupação primária/importante. Então, os objetivos do presente estudo são:
Apesar do fato de que um único período de exercício provoca uma redução na pressão arterial num período após o exercício não é claro se essa redução persiste o suficiente para ter relevância clínica, particularmente em paciente hipertensos idosos, em que a pressão arterial alta é uma preocupação primária/importante. Então, os objetivos do presente estudo são:
1 Testar
a hipótese de que o exercício dinâmico de 45 min de baixa intensidade possa
causar uma hipotensão pós-exercício em pacientes não obesos idosos e
hipertensos, como consequência de uma diminuição do débito cardíaco associado
com mudanças na função do ventrículo esquerdo.
2 Testar
a hipótese de que a hipotensão pós-exercício, associada com a diminuição do
debito cardíaco vai reduzir significativamente o trabalho cardíaco durante o
período pós-exercício.
3 Testar
a hipótese de que um exercício de baixa intensidade pode reduzir a pressão
arterial, em um período de 22h após, em pacientes não obesos idosos e
hipertensos.
MÉTODOS:
Foram estudados 24 pacientes hipertensos idosos (68,9
média idade +- 1,5 anos) e 18 pacientes controles normotensos, pareados por
idade (68,1 idade +- 1,2 anos). O débito cardíaco (avaliado pela reinalação de
dióxido de carbono) e pressão arterial (por ausculta) foram medidos em repouso
e após um período de 45 min de exercício em bicicleta de baixa intensidade (50%
de consumo máximo de oxigênio), e aos 15, 30, 60 e 90 min após o exercício.
Também foi avaliada a função ventricular esquerda por ecocardiograma (por
Doppler). O monitoramento da pressão arterial ambulatorial foi avaliado depois
de 45 min de exercício ou 45 min de repouso, de uma maneira randomizada
RESULTADOS:
Nos pacientes hipertensos, o exercício provocou uma
redução significativa da pressão arterial, débito cardíaco, volume
sistólico/volume de ejeção e volume diastólico final do ventrículo esquerdo. É
também provocou uma redução significativa na pressão arterial sistólica,
diastólica e média, durante um período de 22 h, de dia e à noite.
DISCUSSÃO:
Os maiores novos
achados do presente estudo são:
1) a redução
precoce da pressão arterial pós-exercício e débito cardíaco após um período curto de exercício dinâmico em
pacientes não obesos hipertensos idosos está associada com uma diminuição no
volume diastólico final do ventrículo esquerdo.
2) a redução
tanto da pressão sistólica quanto do débito cardíaco após o exercício provoca
uma diminuição significativa do trabalho cardíaco.
3) a hipotensão
pós-exercício em idosos hipertensos não obesos tem a duração de 22 h.
Os dados hemodinâmicos obtidos neste
estudo mostram que a hipotensão pós-exercício em pacientes idosos hipertensos
está associada com uma diminuição no débito cardíaco. Além disso, durante os
primeiros 30 minutos, esta redução do débito cardíaco é primariamente devido a
uma diminuição do volume de ejeção, como consequência de um menor volume
diastólico final do ventrículo esquerdo. De 60 a 90 min pós-exercício a
hipotensão parece ser mediada tanto pela redução sustentável no volume de
ejeção quanto pela redução progressiva na frequência cardíaca. Em indivíduos
normotensos, em quem o débito cardíaco ou volume de ejeção não foram
modificados, não teve nenhuma hipotensão pós-exercício.
Um estudo anterior de idosos hipertensos tem atribuído a redução da pressão arterial à um débito cardíaco menor. A presente investigação estende este achado à mediação do volume diastólico final ventricular esquerdo.
Alguns pesquisadores
atribuíram a redução na pressão arterial após o exercício,a uma diminuição da
resistência vascular periférica. Hara e Floras demonstraram que hipotensão
pós-exercício foi causado por vasodilatação periférica em indivíduos
normotensos e hipertensos jovens. Além disso, eles referem que a redução no
volume de ejeção foi contrabalançada por taquicardia persistente, o que resultou
em um aumento do débito cardíaco após o exercício. No presente estudo, não foi
encontrada diminuição da resistência vascular periférica. Existe, pelo menos,
uma possível explicação para essa controvérsia. Os mecanismos de base à resposta
vasodilatadora pós-exercício em idosos hipertensos são diferentes daqueles
pacientes hipertensos jovens. Em pacientes mais idosos, em que alterações
vasculares são esperadas, a redução da pressão arterial depende primariamente
de uma redução do débito cardíaco em vez de uma diminuição da resistência
vascular periférica.
A novidade do estudo é a constatação de que exercícios de baixa carga provocam uma diminuição significativa no trabalho cardíaco durante o período pós-exercício em pacientes idosos hipertensos. Estes resultados têm implicações clínicas, porque o trabalho cardíaco (produto de fluxo de pressão) é bem correlacionado com o consumo miocárdico de oxigênio(20). No presente estudo, a diminuição do trabalho cardíaco é principalmente devido a uma redução da PAS e do volume de ejeção. Em indivíduos normotensos, em que a PAS e o volume de ejeção ficaram inalterados após o exercício, não houve redução do trabalho cardíaco.
Pelo menos uma quantidade de informação liga nossos achados à relevância clínica do exercício em idosos hipertensos. Idosos hipertensos podem manter uma pressão arterial menor por 22 h, possivelmente prevenindo novos eventos cardiovasculares.
Um estudo anterior de idosos hipertensos tem atribuído a redução da pressão arterial à um débito cardíaco menor. A presente investigação estende este achado à mediação do volume diastólico final ventricular esquerdo.
A novidade do estudo é a constatação de que exercícios de baixa carga provocam uma diminuição significativa no trabalho cardíaco durante o período pós-exercício em pacientes idosos hipertensos. Estes resultados têm implicações clínicas, porque o trabalho cardíaco (produto de fluxo de pressão) é bem correlacionado com o consumo miocárdico de oxigênio(20). No presente estudo, a diminuição do trabalho cardíaco é principalmente devido a uma redução da PAS e do volume de ejeção. Em indivíduos normotensos, em que a PAS e o volume de ejeção ficaram inalterados após o exercício, não houve redução do trabalho cardíaco.
Pelo menos uma quantidade de informação liga nossos achados à relevância clínica do exercício em idosos hipertensos. Idosos hipertensos podem manter uma pressão arterial menor por 22 h, possivelmente prevenindo novos eventos cardiovasculares.
CONCLUSÃO:
Quarenta e cinco minutos de exercícios
de baixa intensidade diminuem o volume diastólico final do ventrículo esquerdo
e, como consequência, o volume de ejeção e o débito cardíaco em pacientes não
obesos idosos hipertensos. Estas alterações hemodinâmicas explicam, em grande
parte, a hipotensão pós-exercício em pacientes não obesos idosos hipertensos.
Exercício dinâmico de baixa intensidade deve ser fortemente recomendado para
pacientes idosos hipertensos, uma vez que, além de reduzir o trabalho cardíaco
durante o período pós-exercício, provoca uma diminuição na pressão arterial, que
tem a duração de 22 h.