quinta-feira, 11 de julho de 2013

SISTEMA GASTRO INTESTINAL

Digestão e Absorção (Fisiologia e Anatomia do Sistema Gastrointestinal)

  •      Glândulas Anexas


Tubo Digestivo:
ALTO: boca e esôfago
MÉDIO: estômago, intestino delgado, pâncreas e fígado
BAIXO: intestino grosso

BOCA
         A digestão inicia na boca pela ação da amilase salivar (quebra carboidratos). Na boca já é possível absorver um pouco de glicose.  TANTO A DIGESTÃO, QUANTO A ABSORÇÃO JÁ COMEÇAM NA BOCA.

Em exercício, alguns atletas fazem bochecho com gatorade ou alguma bebida com carboidrato, justamente porquê já se tem a absorção de carboidratos na boca.

BOCA: Digestão Mecânica (Mastigação) e Digestão Química (Amilase Slivar).

LÍNGUA

       Há receptores para sentirmos os gostos: Salgado, Amargo, Doce, Azedo, Umami e Glutamato Monosódico.

UMAMI: gosto aveludado, suave. Exemplo: espinafre, couve, feijão (compostos sulfurados).
GLUTAMATO MONOSÓDICO: é adicionado aos alimentos (caldo de carne, salgadinhos, ...)

Temos um sistema bastante integrado, pois a partir do momento que sentimos o gosto de um alimento na boca juntamente com o cheiro, já se inicia a digestão. Por exemplo, quando cheiramos e enxergamos um carboidrato, já inicia a liberação de insulina (reação antecipada à reação de alimentação).

A presença do alimento na boca, junto com visão e cheiro estimulam as glândulas salivares a secretarem saliva, que contém amilase salivar, além de sais e outras substâncias.

A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos, reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo).

GLICOSE: é um monossacarídeo (carboidrato simples, isolado).

AMIDO: é um polissacarídeo (cadeia extensa de glicoses reunidas). À medida que se quebra, ocorre a liberação de glicose para a corrente sanguínea.

Os sais na saliva, neutralizam substancias ácidas e mantêm um pH levemente ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina.
Início dos movimentos peristálticos no esôfago, no momento em que o alimento está passando (músculo contrai e relaxa).

ESTÔMAGO

Suco Gástrico: solução rica em ácido clorídrico e em algumas enzimas (ex: pepsina).
PEPSINA: digere proteínas em peptídeos pequenos (cadeia de vários aminoácidos).
Como temos o ácido clorídrico agindo no alimento dentro do estômago, deve-se ter um revestimento na parede do estômago (MUCO).
As células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. A superfície estomacal é totalmente reconstituída a cada 3 dias.
AZIA: o esfíncter que bloqueia a subida do suco gástrico para o esôfago não funciona bem e como as paredes do esôfago não são protegidas para o contato com o suco gástrico, ocorre a sensação de queimação.
No estômago, o bolo alimentar transforma-se numa massa acidificada e semi-líquida, o QUIMO.
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o QUIMO é liberado no intestino delgado, onde ocorre a parte mais importante da digestão.




·         OBS: O ESTÔMAGO SERVE PARA A DIGESTÃO E ARMAZENAMENTO DO ALIMENTO, basicamente. No entanto, já se consegue absorver um pouco de glicose, aminoácidos, álcool.

O esfíncter pilórico tem a mesma função do esfíncter gastroesofágico, ou seja, ele vai fechar para que não haja refluxo.

INTESTINO DELGADO

DUODENO: é a primeira parte do intestino delgado. Duodeno em latim quer dizer “doze dedos”. Começa logo a seguir à válvula de saída do estômago que se chama “piloro”, cujo significado em latim é “porteiro”.
JEJUNO: segue ao duodeno e quer dizer “jejum”.
ÍLEO: é a parte terminal do intestino delgado e o seu nome em latim significa mesmo “parte final” do intestino delgado.

·         Os nutrientes vão sendo absorvidos ao longo de todo intestino delgado de acordo com os sítios ativos de cada nutriente.
·         A digestão do Quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo Pâncreas, que contêm diversas enzimas digestivas.
·              Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no Fígado, que apesar de não conter enzimas, tem a importante função de emulsionar as gorduras (ação detergente- separar as gorduras do meio líquido).
·         Bile é um fluido produzido pelo fígado e armazenado na vesícula biliar - capacidade de armazenar 20 - 50 ml de bile - e atua na digestão de gorduras.   A bile é caracterizada por ser alcalina (para diminuir a acidez do quimo) pela presença de bicarbonato de sódio, sais biliares, pigmentos, colesterol e bilirrubina, entre outros compostos.
·              A vesícula biliar possui um ducto (Canal de Oddi) por onde irá passar a bile até chegar ao intestino delgado para emulsionar as gorduras, ao mesmo tempo que o suco pancreático também será lançado para o intestino delgado.
·                  Cálculo Renal: formação de pedras na vesícula biliar pelo excesso de colesterol. Dimunui o volume de bile lançada, pode trancar a passagem de bile, o que gera dor e o indivíduo deve fazer cirurgia para retirar a bile.
·             Comer fibras alimentares pois elas se ligam aos sais biliares, carregando mais sais biliares para fora do organismo. Esse processo induz a uma ressíntese de sais biliares a partir do colesterol, gerando uma diminuição do excesso de colesterol na circulação.
·         O suco pancreático é uma secreção produzida pelo pâncreas que atua no processo digestivo e, através do ducto pancreático, é lançado na cavidade do duodeno.

Contém água, enzimas (amilase pancreática, lipase pancreática,tripsinogênio,
·         quimiotripsinogênio e nucleases) e grandes quantidades de íons bicarbonatos.
·         Amilase Pancreática: quebra carboidratos
·         Lipase Pancreática: quebra gorduras
·         Tripsinogênio e Quimiotripsinogênio: quebram proteínas
·         Nucleases: quebra de DNA.
·            A maioria dos nutrientes são absorvidos pela mucosa do intestino delgado, de onde passa para a corrente sanguínea.
·         Aminoácidos e carboidratos simples atravessam as células do revestimento intestinal e passam para o sangue, que se encarrega de distribuí-los a todas as células do corpo. Entretanto boa parte dos aminoácidos já inicia a absorção no próprio estômago.
·         O glicerol e os ácidos graxos resultantes da digestão de lipídios são absorvidos pelas células intestinais, onde são convertidos em lipídios e agrupados em proteínas chamadas Quilomicrons. Deste modo, são transportados para os vasos linfáticos das vilosidades intestinais, atingindo a corrente sanguínea. Os triglicerídeos que são absorvidos no intestino passam para o sistema linfático onde são quebrados em ácidos graxos e glicerol e no sangue remontam o triglicerídeo indo para o adipócito.
·         Durante a digestão, ocorre a formação de certos hormônios. Os principais hormônios relacionados à digestão:



INTESTINO GROSSO

·         Os restos de uma refeição levam cerca de nove horas para chegar ao intestino grosso, onde permanecem por três dias aproximadamente.
·         Na região final do cólon, a massa fecal (ou de resíduos), se solidifica, transformando-se em fezes.
  •          A cor e estrutura das fezes é devido à presença de pigmentos provenientes da bile.
  •          Ocorre a absorção de água para hidratar mais o corpo e para evitar que chegue muito líquido no final do intestino grosso.

  •          Prisão de Ventre/ Constipação: normalmente causado por desidratação

I    ngestão alimentar: Maior secreção de ácido clorídrico (HCL), diminuição das respostas vagais e aumento da resposta de saciedade, sinais de aumento da atividade parassimpática de absorção e secreção de CCK (libera suco pancreático), GLP1 e PYY (informam o SNC o momento de parar de comer).
·         Sistema Parasimpático: Sistema Digestório

ERROS INATOS DO METABOLISMO
·         Intolerância à Lactose: menor quantidade de Lactase (digestão comprometida de galactose e frutose)
LACTOSE= dissacarídeo
      No Instestino Delgado – ação da lactase (quebra a lactose em galactose + frutose) para que o intestino possa absorver esses monossacarídeos.
     Na intolerância à Lactose o dissacarídeo não consegue ser quebrado. Vai passar água do ambiente menos concentrado (o sangue vai ter menos concentração de açúcar) para o mais concentrado (ambiente hiperosmolar). À medida que a lactose está passando, vai tornando o ambiente hiperosmolar e vai carreando água, ou seja, vai desidratando o organismo. Com a passagem de água, algumas bactérias vão fermentando essa lactose, tornando o intestino grosso com alta concentração de água.
     Deficiência de Lactase= Diarréia

DIARRÉIA DO MARATONISTA: ingestão de alimentos inadequados antes do exercício.

ÍNDICE GLICÊMICO E CARGA GLICÊMICA

            Lembrando que digerimos e absorvemos carboidratos no estômago e intestino. À medida que digerimos o alimento, formamos glicose na corrente sanguínea. Essa alta taxa de glicose irá estimular as células beta do pâncreas a liberar insulina, o que faz com que o sangue seja retirado da corrente sanguínea, diminuindo sua concentração. A glicose chega no fígado e nos músculos, na qual é armazenada na forma de glicogênio. Resultado: diminuição da taxa de glicose. À medida que vamos ficando em jejum, vai diminuindo essa concentração de glicose e assim, irá estimular células alfa do pâncreas, liberando glucagon, induzindo a quebra do glicogênio para ser transformado em glicose.
            Diversos tipos de carboidratos tem velocidades diferentes ou geram taxas de glicose alta antes ou depois = ÍNDICE GLICÊMICO (Velocidade com que se transforma carboidrato em glicose).
            Por exemplo: alguns alimentos como o pão branco (índice glicêmico alto) é gerado uma absorção extremamente rápida (concentração de glicose bastante alta já direto na corrente sanguínea). Em alguns feijões (índice glicêmico baixo) gera uma concentração de glicemia mais estável (absorção mais lenta).



O QUE ACONTECE QUANDO SE GERA UMA TAXA MAIS ALTA DE GLICOSE OU MAIS MODERADA DE GLICOSE?

         A alta taxa de glicose induz a liberação de insulina pelo pâncreas. Por exemplo: alimentos com baixo índice glicêmico (feijões), há uma liberação de glicose moderada  e uma liberação de insulina adequada pela concentração de glicose que há na corrente sanguínea. Ao mesmo tempo, alimentos de alto índice glicêmico geram uma concentração muito grande de glicose na corrente sanguínea e com isso, há uma liberação de insulina adequada também, ou seja, em alimentos com altos índices glicêmicos geram uma concentração de insulina muito maior.

O QUE ACONTECE COM O EXCESSO DE INSULINA NA CORRENTE SANGUÍNEA?
Insulina= hormônio anabólico à induz a produção de glicogênio e triglicerídeos. Esse excesso de glicogênio e triglicerídeos gera uma predisposição á formação de gorduras. Exemplo: comer doce predispõe a formação de gordura: há uma liberação de glicose muito alta ao mesmo tempo em que há uma liberação de insulina muito rápida. Tendo uma alta concentração de insulina, a predisposição á formação de gordura é grande, comparado a alimentos com baixa glicemia, podendo depender do gasto energético de cada indivíduo.
·         A alta liberação de insulina não baixa a glicose à valores basais (normais), há uma queda brusca = HIPOGLICEMIA DE REBOTE: Há a geração de um estado hipoglicêmico em função da alta concentração de insulina na corrente sanguínea.
EXEMPLO: Pessoas que antes do exercício ingerem alimentos com alto índice glicêmico: irá gerar uma hipoglicemia de rebote (o indivíduo ficará meio tonto).

MEL: índice glicêmico médio. Há muita frutose (muito mais doce que a glicose) e essa somente é absorvida no final do intestino delgado. Como ela demora mais para ser absorvida, tem um índice glicêmico menor.

SACAROSE: glicose + sacarose. Já há glicose à índice glicêmico alto.

       Para uma liberação maior ou menor de insulina, não é somente o índice glicêmico que importa, e sim o conteúdo também de carboidratos.



       Comparando a ingestão de 10g de pão e de 100g de pão há uma grande diferença de glicemia. O pão de 100g há um alto pico de glicemia, enquanto no pão de 10g há um baixo pico de glicemia, com pouca liberação de insulina. Por isso que em pacientes diabéticos, se em casos de hipoglicemia, se der bala, ele não fica pior, pois a quantidade de carboidrato não é suficiente para haver uma liberação de insulina. CONCLUSÃO: índice Glicêmico e a Carga Glicêmica devem ser analisadas.



ADAPTAÇÕES DO EXERCÍCIO


·                Exercício intensos > que 70% do Vo2máx diminui a velocidade de digestão.

·         Atividade de baixa intensidade promove maior velocidade de digestão. Atividades leves estimulam tanto o peristaltismo quanto a digestão.

·         O nível de condicionamento é fundamental determinante para o esvaziamento gástrico. Um individuo sedentário pode apresentar desconforto com uma leve caminhada.




ALTERAM A DIGESTÃO DOS ALIMENTOS:

•Composição Química do Alimento (gorduras e proteínas irão lentificar a digestão)
•Temperatura dos alimentos (é  mais fácil absorver alimentos frios)  
•Volume (o maior volume de alimento ingerido irá lentificar o esvaziamento gástrico)


EFEITOS DA SOLUÇÃO SOBRE O ESVAZIAMENTO GÁSTRICO:

·        Volume da Solução – Aumenta com volumes maiores
·        Conteúdo Calórico – Diminui conforme a densidade calórica aumenta
·        pH – Diminui com  soluções mais ácidas


OBTENÇÃO DE DADOS DO CONTEÚDO GÁSTRICO:

       Modo de avaliação através do tubo nasogástrico




      O tubo entra pelo nariz, passa pelo esôfago e chega ao estômago e o individuo está pedalando. O que se observou foi o fluxo sanguíneo esplâncnico em relação ao consumo máximo de oxigênio.



     Fluxo Sanguíneo Esplâncnico- volume sanguíneo que chega na região abdominal em relação à intensidade do exercício.

OBSERVOU-SE: Quanto maior era a intensidade do exercício, menor era o fluxo sanguíneo.

·         Por isso se sente menos fome em exercícios intensos (diminui o fluxo sanguíneo da região abdominal).



Dupla- Amostragem: duas concentrações diferentes de carboidratos (4,5% e 9,0%).

OBSERVA-SE: Quanto maior for o volume da amostra (mais concentrado o líquido), maior será a velocidade de esvaziamento gástrico (principalmente em carboidratos).
GATORADE: 6% ( valor intermediário).

ADAPTAÇÕES GASTROINTESTINAIS AO TREINAMENTO

·         Maior motilidade gastrointestinal (peristaltismo)
Ex: Pessoas com constipação seria indicado o treinamento.
·         Maior secreção de muco (maior proteção do estômago)
·         Aumento da irrigação tecidual
·         Ação anti-ulcerogênica
Treinamento: ativação do Sistema Parasimpático (meio de diminuir FC)

APETITE X EXERCÍCIO
Alimentação e exercícios estão intimamente ligados, um tem que estar anexado ao outro. Em relação á fome e saciedade, há duas vias de sinalização para o organismo: VIA EDÔNICA (Via Sensorial- visual, degustativa e olfatória) e VIA HORMONAL (GLT1- peptídeo similar ao glucagon, GRELINA, LEPTINA,..).



GRELINA: estimula o apetite.
LEPTINA: inibe o apetite.
Centro Integrador da Fome: HIPOTÁLAMO

GRELINA

Peptídeo de 28 aminoácidos
Grelina total = Acilada (consegue passar pela barreira hematoencefálica) + Não-Acilada (não consegue atingir ao SNC)
Barreira Hematoencefálica (SNC) – Grelina Acilada

#Um dos primeiros estudos com Grelina: Estudo com ratos. Um grupo recebeu solução salina e outro grupo recebeu solução com grelina.



Os ratinhos que receberam solução salina obtiveram um consumo energético em torno de 5000 kJ (1000 cal) e os ratinhos que receberam solução com grelina obtiveram consumo energético em torno de 6000 kJ.

Grelina tem papel muito forte no consumo alimentar.

GRELINA X EXERCÍCIO

Há uma transformação da grelina, a grelina não acilada pode ser acilada a partir de uma enzima.
Um dos principais estudos com relação á grelina acilada e exercício:



      Em uma hora de exercício, no grupo controle a grelina aumentou (não fez exercício), já no grupo experimental, diminuiu a concentração de grelina acilada (tendência de ter menos fome).

Escala de Fome no Grupo Controle e Grupo Exercício:




·         Um dos mecanismos de diminuição de fome em exercício é por menores concentrações de grelina acilada.
·         À medida que o grupo controle depois de se tornar estável as concentrações e logo após receber a refeição, diminuiu novamente a grelina acilada.
·         Existem dois momentos com baixa de grelina acilada: pós exercício ou no momento do exercício e após uma refeição, pois não precisa sinalizar que está com fome.
·         No grupo exercício após a refeição também diminuiu a grelina acilada.
·         Na escala de fome o comportamento é muito parecido com o da grelina acilada: no grupo exercício baixou a fome e no grupo controle foi aumentando aos poucos a fome e logo receberam a refeição e ambos baixaram a fome.

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