Digestão e Absorção (Fisiologia e Anatomia do Sistema Gastrointestinal)
- Glândulas Anexas
• Tubo Digestivo:
ALTO: boca e esôfago
MÉDIO: estômago, intestino delgado, pâncreas e fígado
BAIXO: intestino grosso
BOCA
A digestão inicia na boca pela ação da amilase salivar (quebra carboidratos). Na boca já é possível absorver um pouco de glicose. TANTO A DIGESTÃO, QUANTO A ABSORÇÃO JÁ COMEÇAM NA BOCA.
Em exercício, alguns atletas fazem bochecho com gatorade ou alguma bebida com carboidrato, justamente porquê já se tem a absorção de carboidratos na boca.
BOCA: Digestão Mecânica (Mastigação) e Digestão Química (Amilase Slivar).
• LÍNGUA
Há receptores para sentirmos os gostos: Salgado, Amargo, Doce, Azedo, Umami e Glutamato Monosódico.
UMAMI: gosto aveludado, suave. Exemplo: espinafre, couve, feijão (compostos sulfurados).
GLUTAMATO MONOSÓDICO: é adicionado aos alimentos (caldo de carne, salgadinhos, ...)
• Temos um sistema bastante integrado, pois a partir do momento que sentimos o gosto de um alimento na boca juntamente com o cheiro, já se inicia a digestão. Por exemplo, quando cheiramos e enxergamos um carboidrato, já inicia a liberação de insulina (reação antecipada à reação de alimentação).
• A presença do alimento na boca, junto com visão e cheiro estimulam as glândulas salivares a secretarem saliva, que contém amilase salivar, além de sais e outras substâncias.
• A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos, reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo).
• GLICOSE: é um monossacarídeo (carboidrato simples, isolado).
• AMIDO: é um polissacarídeo (cadeia extensa de glicoses reunidas). À medida que se quebra, ocorre a liberação de glicose para a corrente sanguínea.
• Os sais na saliva, neutralizam substancias ácidas e mantêm um pH levemente ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina.
• Início dos movimentos peristálticos no esôfago, no momento em que o alimento está passando (músculo contrai e relaxa).
ESTÔMAGO
• Suco Gástrico: solução rica em ácido clorídrico e em algumas enzimas (ex: pepsina).
• PEPSINA: digere proteínas em peptídeos pequenos (cadeia de vários aminoácidos).
• Como temos o ácido clorídrico agindo no alimento dentro do estômago, deve-se ter um revestimento na parede do estômago (MUCO).
• As células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. A superfície estomacal é totalmente reconstituída a cada 3 dias.
• AZIA: o esfíncter que bloqueia a subida do suco gástrico para o esôfago não funciona bem e como as paredes do esôfago não são protegidas para o contato com o suco gástrico, ocorre a sensação de queimação.
• No estômago, o bolo alimentar transforma-se numa massa acidificada e semi-líquida, o QUIMO.
• Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o QUIMO é liberado no intestino delgado, onde ocorre a parte mais importante da digestão.
·
OBS:
O ESTÔMAGO SERVE PARA A DIGESTÃO E ARMAZENAMENTO DO ALIMENTO, basicamente. No
entanto, já se consegue absorver um pouco de glicose, aminoácidos, álcool.
O esfíncter pilórico tem a mesma função do
esfíncter gastroesofágico, ou seja, ele vai fechar para que não haja refluxo.
INTESTINO DELGADO
DUODENO: é a primeira parte do intestino delgado. Duodeno em latim quer dizer
“doze dedos”. Começa logo a seguir à válvula de saída do estômago que se chama “piloro”,
cujo significado em latim é “porteiro”.
JEJUNO: segue ao duodeno e quer dizer “jejum”.
ÍLEO: é a parte terminal do intestino delgado e o seu nome em latim significa
mesmo “parte final” do intestino delgado.
·
Os
nutrientes vão sendo absorvidos ao longo de todo intestino delgado de acordo
com os sítios ativos de cada nutriente.
·
A
digestão do Quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras
porções do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo Pâncreas,
que contêm diversas enzimas digestivas.
· Outra
secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no Fígado, que apesar
de não conter enzimas, tem a importante função de emulsionar as gorduras (ação detergente-
separar as gorduras do meio líquido).
·
Bile é um
fluido produzido pelo fígado e armazenado na vesícula biliar - capacidade de
armazenar 20 - 50 ml de bile - e atua na digestão de gorduras. A bile é caracterizada por ser alcalina (para
diminuir a acidez do quimo) pela presença de bicarbonato de sódio, sais
biliares, pigmentos, colesterol e bilirrubina, entre outros compostos.
· A vesícula biliar possui um ducto (Canal de Oddi)
por onde irá passar a bile até chegar ao intestino delgado para emulsionar as
gorduras, ao mesmo tempo que o suco pancreático também será lançado para o
intestino delgado.
· Cálculo Renal: formação de pedras na vesícula biliar
pelo excesso de colesterol. Dimunui o volume de bile lançada, pode trancar a
passagem de bile, o que gera dor e o indivíduo deve fazer cirurgia para retirar
a bile.
· Comer fibras alimentares pois elas se ligam aos sais
biliares, carregando mais sais biliares para fora do organismo. Esse processo
induz a uma ressíntese de sais biliares a partir do colesterol, gerando uma
diminuição do excesso de colesterol na circulação.
·
O
suco pancreático é uma secreção produzida pelo pâncreas que atua no
processo digestivo e, através do ducto pancreático, é lançado na cavidade do
duodeno.
Contém água, enzimas (amilase
pancreática, lipase pancreática,tripsinogênio,
·
quimiotripsinogênio e nucleases) e grandes quantidades de íons
bicarbonatos.
·
Amilase
Pancreática: quebra carboidratos
·
Lipase
Pancreática: quebra gorduras
·
Tripsinogênio
e Quimiotripsinogênio: quebram proteínas
·
Nucleases:
quebra de DNA.
· A
maioria dos nutrientes são absorvidos pela mucosa do intestino delgado, de onde
passa para a corrente sanguínea.
·
Aminoácidos e carboidratos
simples atravessam as células do revestimento intestinal e passam para o
sangue, que se encarrega de distribuí-los a todas as células do corpo.
Entretanto boa parte dos aminoácidos já inicia a absorção no próprio estômago.
·
O
glicerol e os ácidos graxos resultantes da digestão de lipídios são absorvidos
pelas células intestinais, onde são convertidos em lipídios e agrupados em
proteínas chamadas Quilomicrons. Deste modo, são transportados para os
vasos linfáticos das vilosidades intestinais, atingindo a corrente sanguínea.
Os triglicerídeos que são absorvidos no intestino passam para o sistema
linfático onde são quebrados em ácidos graxos e glicerol e no sangue remontam o
triglicerídeo indo para o adipócito.
·
Durante a digestão, ocorre a formação de certos
hormônios. Os principais hormônios relacionados à digestão:
INTESTINO GROSSO
·
Os restos de uma refeição levam cerca de nove horas para
chegar ao intestino grosso, onde permanecem por três dias aproximadamente.
·
Na região final do cólon, a massa fecal (ou de resíduos), se
solidifica, transformando-se em fezes.
- A cor e estrutura das fezes é devido à presença de pigmentos provenientes da bile.
- Ocorre a absorção de água para hidratar mais o corpo e para evitar que chegue muito líquido no final do intestino grosso.
- Prisão de Ventre/ Constipação: normalmente causado por desidratação
I ngestão
alimentar: Maior secreção de ácido
clorídrico (HCL), diminuição das respostas vagais e aumento da resposta de saciedade, sinais de aumento da atividade parassimpática
de absorção e secreção de CCK (libera suco pancreático), GLP1 e PYY (informam o SNC o
momento de parar de comer).
·
Sistema Parasimpático: Sistema
Digestório
ERROS INATOS DO METABOLISMO
·
Intolerância à Lactose: menor quantidade de Lactase (digestão
comprometida de galactose e frutose)
LACTOSE= dissacarídeo
No Instestino Delgado – ação da lactase (quebra a lactose em galactose +
frutose) para que o intestino possa absorver esses monossacarídeos.
Na intolerância à Lactose o dissacarídeo não consegue ser quebrado. Vai
passar água do ambiente menos concentrado (o sangue vai ter menos concentração
de açúcar) para o mais concentrado (ambiente hiperosmolar). À medida que a
lactose está passando, vai tornando o ambiente hiperosmolar e vai carreando
água, ou seja, vai desidratando o organismo. Com a passagem de água, algumas
bactérias vão fermentando essa lactose, tornando o intestino grosso com alta
concentração de água.
Deficiência de Lactase= Diarréia
DIARRÉIA DO MARATONISTA: ingestão de alimentos inadequados antes do
exercício.
ÍNDICE GLICÊMICO E CARGA GLICÊMICA
Lembrando que digerimos e absorvemos carboidratos no estômago e
intestino. À medida que digerimos o alimento, formamos glicose na corrente
sanguínea. Essa alta taxa de glicose irá estimular as células beta do pâncreas
a liberar insulina, o que faz com que o sangue seja retirado da corrente
sanguínea, diminuindo sua concentração. A glicose chega no fígado e nos
músculos, na qual é armazenada na forma de glicogênio. Resultado: diminuição da taxa de glicose. À medida que vamos ficando em jejum, vai diminuindo essa
concentração de glicose e assim, irá estimular células alfa do pâncreas,
liberando glucagon, induzindo a quebra do glicogênio para ser transformado em
glicose.
Diversos tipos de
carboidratos tem velocidades diferentes ou geram taxas de glicose alta antes ou
depois = ÍNDICE GLICÊMICO (Velocidade
com que se transforma carboidrato em glicose).
Por exemplo: alguns alimentos como o pão branco (índice glicêmico alto)
é gerado uma absorção extremamente rápida (concentração de glicose bastante
alta já direto na corrente sanguínea). Em alguns feijões (índice glicêmico
baixo) gera uma concentração de glicemia mais estável (absorção mais lenta).
O QUE ACONTECE QUANDO SE GERA UMA TAXA MAIS ALTA DE GLICOSE OU MAIS
MODERADA DE GLICOSE?
A alta taxa de glicose induz a liberação de
insulina pelo pâncreas. Por exemplo: alimentos com baixo índice glicêmico
(feijões), há uma liberação de glicose moderada
e uma liberação de insulina adequada pela concentração de glicose que há
na corrente sanguínea. Ao mesmo tempo, alimentos de alto índice glicêmico geram
uma concentração muito grande de glicose na corrente sanguínea e com isso, há
uma liberação de insulina adequada também, ou seja, em alimentos com altos
índices glicêmicos geram uma concentração de insulina muito maior.
O QUE ACONTECE COM O EXCESSO DE INSULINA NA CORRENTE SANGUÍNEA?
Insulina= hormônio anabólico à induz a produção
de glicogênio e triglicerídeos. Esse excesso de glicogênio e triglicerídeos
gera uma predisposição á formação de gorduras. Exemplo: comer doce predispõe a
formação de gordura: há uma liberação de glicose muito alta ao mesmo tempo em
que há uma liberação de insulina muito rápida. Tendo uma alta concentração de
insulina, a predisposição á formação de gordura é grande, comparado a alimentos
com baixa glicemia, podendo depender do gasto energético de cada indivíduo.
·
A alta liberação de insulina não baixa
a glicose à valores basais (normais), há uma queda brusca = HIPOGLICEMIA DE
REBOTE: Há a geração de um estado hipoglicêmico em função da alta concentração
de insulina na corrente sanguínea.
EXEMPLO: Pessoas que antes do exercício ingerem alimentos com alto
índice glicêmico: irá gerar uma hipoglicemia de rebote (o indivíduo ficará meio
tonto).
MEL: índice glicêmico médio. Há muita frutose (muito mais doce que a
glicose) e essa somente é absorvida no final do intestino delgado. Como ela
demora mais para ser absorvida, tem um índice glicêmico menor.
SACAROSE: glicose + sacarose. Já há glicose à índice glicêmico alto.
Para uma liberação maior ou menor de insulina, não é somente o índice
glicêmico que importa, e sim o conteúdo também de carboidratos.
Comparando a ingestão de 10g de pão e de 100g de pão há uma grande
diferença de glicemia. O pão de 100g há um alto pico de glicemia, enquanto no
pão de 10g há um baixo pico de glicemia, com pouca liberação de insulina. Por
isso que em pacientes diabéticos, se em casos de hipoglicemia, se der bala, ele
não fica pior, pois a quantidade de carboidrato não é suficiente para haver uma
liberação de insulina. CONCLUSÃO: índice Glicêmico e a Carga Glicêmica devem
ser analisadas.
ADAPTAÇÕES DO
EXERCÍCIO
· Exercício intensos > que 70% do Vo2máx diminui a
velocidade de digestão.
·
Atividade de baixa intensidade promove maior
velocidade de digestão. Atividades leves estimulam tanto o peristaltismo quanto
a digestão.
·
O nível de condicionamento é fundamental
determinante para o esvaziamento gástrico. Um individuo sedentário pode
apresentar desconforto com uma leve caminhada.
ALTERAM
A DIGESTÃO DOS ALIMENTOS:
•Composição Química do
Alimento (gorduras e proteínas irão lentificar a digestão)
•Temperatura
dos alimentos (é mais fácil absorver
alimentos frios)
•Volume (o maior volume de alimento ingerido irá
lentificar o esvaziamento gástrico)
EFEITOS DA SOLUÇÃO SOBRE O
ESVAZIAMENTO GÁSTRICO:
·
Volume da Solução – Aumenta com volumes maiores
·
Conteúdo Calórico – Diminui conforme a densidade calórica aumenta
·
pH – Diminui com soluções mais
ácidas
OBTENÇÃO
DE DADOS DO CONTEÚDO GÁSTRICO:
Modo de avaliação
através do tubo nasogástrico
O tubo entra pelo
nariz, passa pelo esôfago e chega ao estômago e o individuo está pedalando. O
que se observou foi o fluxo sanguíneo esplâncnico em relação ao consumo máximo
de oxigênio.
Fluxo Sanguíneo
Esplâncnico- volume sanguíneo que chega na região abdominal em relação à
intensidade do exercício.
OBSERVOU-SE:
Quanto maior era a intensidade do exercício, menor era o fluxo sanguíneo.
·
Por isso se sente menos fome em
exercícios intensos (diminui o fluxo sanguíneo da região abdominal).
Dupla- Amostragem: duas concentrações diferentes de carboidratos (4,5% e
9,0%).
OBSERVA-SE: Quanto maior for o volume da amostra (mais concentrado o
líquido), maior será a velocidade de esvaziamento gástrico (principalmente em
carboidratos).
GATORADE: 6% ( valor intermediário).
ADAPTAÇÕES GASTROINTESTINAIS AO TREINAMENTO
·
Maior motilidade
gastrointestinal (peristaltismo)
Ex: Pessoas com constipação seria indicado o
treinamento.
·
Maior secreção de muco
(maior proteção do estômago)
·
Aumento da irrigação
tecidual
·
Ação anti-ulcerogênica
Treinamento: ativação do
Sistema Parasimpático (meio de diminuir FC)
APETITE X EXERCÍCIO
Alimentação e exercícios
estão intimamente ligados, um tem que estar anexado ao outro. Em relação á fome
e saciedade, há duas vias de sinalização para o organismo: VIA EDÔNICA (Via
Sensorial- visual, degustativa e olfatória) e VIA HORMONAL (GLT1- peptídeo similar
ao glucagon, GRELINA, LEPTINA,..).
GRELINA: estimula o apetite.
LEPTINA: inibe o apetite.
Centro Integrador da Fome:
HIPOTÁLAMO
GRELINA
•Peptídeo
de 28 aminoácidos
•Grelina
total = Acilada (consegue passar pela barreira hematoencefálica) + Não-Acilada
(não consegue atingir ao SNC)
•Barreira
Hematoencefálica (SNC) – Grelina Acilada
#Um dos
primeiros estudos com Grelina: Estudo com ratos. Um grupo recebeu solução
salina e outro grupo recebeu solução com grelina.
Os
ratinhos que receberam solução salina obtiveram um consumo energético em torno
de 5000 kJ (1000 cal) e os ratinhos que receberam solução com grelina obtiveram
consumo energético em torno de 6000 kJ.
Grelina tem papel muito forte no consumo alimentar.
GRELINA X EXERCÍCIO
Há uma
transformação da grelina, a grelina não acilada pode ser acilada a partir de
uma enzima.
Um dos
principais estudos com relação á grelina acilada e exercício:
Em uma
hora de exercício, no grupo controle a grelina aumentou (não fez exercício), já
no grupo experimental, diminuiu a concentração de grelina acilada (tendência de
ter menos fome).
Escala
de Fome no Grupo Controle e Grupo Exercício:
·
Um dos mecanismos de diminuição de fome em exercício é por menores
concentrações de grelina acilada.
·
À medida que o grupo controle depois de se tornar estável as
concentrações e logo após receber a refeição, diminuiu novamente a grelina
acilada.
·
Existem dois momentos
com baixa de grelina acilada: pós exercício ou no momento do exercício e após
uma refeição, pois não precisa sinalizar que está com fome.
·
No grupo exercício após a refeição também diminuiu a grelina acilada.
·
Na escala de fome o comportamento é muito parecido com o da grelina
acilada: no grupo exercício baixou a fome e no grupo controle foi aumentando
aos poucos a fome e logo receberam a refeição e ambos baixaram a fome.
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