quinta-feira, 11 de julho de 2013

ANÁLISE DO SEMINÁRIO

         Redução da pressão arterial pós-exercício em pacientes idosos hipertensos

INTRODUÇÃO:
            Já existe a evidência de que um período único de exercício reduz significativamente a pressão arterial, durante o período pós-exercício em pacientes com hipertensão. Todavia, os mecanismos que embasam essa resposta ainda são controversos.
            Apesar do fato de que um único período de exercício provoca uma redução na pressão arterial num período após o exercício não é claro se essa redução persiste o suficiente para ter relevância clínica, particularmente em paciente hipertensos idosos, em que a pressão arterial alta é uma preocupação primária/importante. Então, os objetivos do presente estudo são:
1      Testar a hipótese de que o exercício dinâmico de 45 min de baixa intensidade possa causar uma hipotensão pós-exercício em pacientes não obesos idosos e hipertensos, como consequência de uma diminuição do débito cardíaco associado com mudanças na função do ventrículo esquerdo.
2      Testar a hipótese de que a hipotensão pós-exercício, associada com a diminuição do debito cardíaco vai reduzir significativamente o trabalho cardíaco durante o período pós-exercício.
3      Testar a hipótese de que um exercício de baixa intensidade pode reduzir a pressão arterial, em um período de 22h após, em pacientes não obesos idosos e hipertensos.

MÉTODOS:
            Foram estudados 24 pacientes hipertensos idosos (68,9 média idade +- 1,5 anos) e 18 pacientes controles normotensos, pareados por idade (68,1 idade +- 1,2 anos). O débito cardíaco (avaliado pela reinalação de dióxido de carbono) e pressão arterial (por ausculta) foram medidos em repouso e após um período de 45 min de exercício em bicicleta de baixa intensidade (50% de consumo máximo de oxigênio), e aos 15, 30, 60 e 90 min após o exercício. Também foi avaliada a função ventricular esquerda por ecocardiograma (por Doppler). O monitoramento da pressão arterial ambulatorial foi avaliado depois de 45 min de exercício ou 45 min de repouso, de uma maneira randomizada

RESULTADOS:
            Nos pacientes hipertensos, o exercício provocou uma redução significativa da pressão arterial, débito cardíaco, volume sistólico/volume de ejeção e volume diastólico final do ventrículo esquerdo. É também provocou uma redução significativa na pressão arterial sistólica, diastólica e média, durante um período de 22 h, de dia e à noite.

DISCUSSÃO:
Os maiores novos achados do presente estudo são:
1) a redução precoce da pressão arterial pós-exercício e débito cardíaco após um  período curto de exercício dinâmico em pacientes não obesos hipertensos idosos está associada com uma diminuição no volume diastólico final do ventrículo esquerdo.
2) a redução tanto da pressão sistólica quanto do débito cardíaco após o exercício provoca uma diminuição significativa do trabalho cardíaco.
3) a hipotensão pós-exercício em idosos hipertensos não obesos tem a duração de 22 h.
            Os dados hemodinâmicos obtidos neste estudo mostram que a hipotensão pós-exercício em pacientes idosos hipertensos está associada com uma diminuição no débito cardíaco. Além disso, durante os primeiros 30 minutos, esta redução do débito cardíaco é primariamente devido a uma diminuição do volume de ejeção, como consequência de um menor volume diastólico final do ventrículo esquerdo. De 60 a 90 min pós-exercício a hipotensão parece ser mediada tanto pela redução sustentável no volume de ejeção quanto pela redução progressiva na frequência cardíaca. Em indivíduos normotensos, em quem o débito cardíaco ou volume de ejeção não foram modificados, não teve nenhuma hipotensão pós-exercício.
            Um estudo anterior de idosos hipertensos tem atribuído a redução da pressão arterial à um débito cardíaco menor. A presente investigação estende este achado à mediação do volume diastólico final ventricular esquerdo.
            Alguns pesquisadores atribuíram a redução na pressão arterial após o exercício,a uma diminuição da resistência vascular periférica. Hara e Floras demonstraram que hipotensão pós-exercício foi causado por vasodilatação periférica em indivíduos normotensos e hipertensos jovens. Além disso, eles referem que a redução no volume de ejeção foi contrabalançada por taquicardia persistente, o que resultou em um aumento do débito cardíaco após o exercício. No presente estudo, não foi encontrada diminuição da resistência vascular periférica. Existe, pelo menos, uma possível explicação para essa controvérsia. Os mecanismos de base à resposta vasodilatadora pós-exercício em idosos hipertensos são diferentes daqueles pacientes hipertensos jovens. Em pacientes mais idosos, em que alterações vasculares são esperadas, a redução da pressão arterial depende primariamente de uma redução do débito cardíaco em vez de uma diminuição da resistência vascular periférica.
            A novidade do estudo é a constatação de que exercícios de baixa carga provocam uma diminuição significativa no trabalho cardíaco durante o período pós-exercício em pacientes idosos hipertensos. Estes resultados têm implicações clínicas, porque o trabalho cardíaco (produto de fluxo de pressão) é bem correlacionado com o consumo miocárdico de oxigênio(20). No presente estudo, a diminuição do trabalho cardíaco é principalmente devido a uma redução da PAS e do volume de ejeção. Em indivíduos normotensos, em que a PAS e o volume de ejeção ficaram inalterados após o exercício, não houve redução do trabalho cardíaco.
            Pelo menos uma quantidade de informação liga nossos achados à relevância clínica do exercício em idosos hipertensos. Idosos hipertensos podem manter uma pressão arterial menor por 22 h, possivelmente prevenindo novos eventos cardiovasculares.

CONCLUSÃO:
            Quarenta e cinco minutos de exercícios de baixa intensidade diminuem o volume diastólico final do ventrículo esquerdo e, como consequência, o volume de ejeção e o débito cardíaco em pacientes não obesos idosos hipertensos. Estas alterações hemodinâmicas explicam, em grande parte, a hipotensão pós-exercício em pacientes não obesos idosos hipertensos. Exercício dinâmico de baixa intensidade deve ser fortemente recomendado para pacientes idosos hipertensos, uma vez que, além de reduzir o trabalho cardíaco durante o período pós-exercício, provoca uma diminuição na pressão arterial, que tem a duração de 22 h.










SISTEMA RENAL E TERMOREGULAÇÃO

Rim

     Formado por dois órgãos que recebem fluxo (arterial e venoso) a partir da aorta  -> chegando até a estrutura renal propriamente dita.
                                            
                                          Recebe aproximadamente 2 litros / min -1
                                          -120 litros / hora    -2880 litros / dia -1


A partir da artéria renal têm-se uma rede de arteríolas:




·         A FILTRAÇÃO glomerular é essencialmente regulada pela pressão glomerular, que depende do fluxo que chega e da resistência oferecida. Quanto maior a pressão glomerular, maior será a filtração.

·         REABSORÇÃO:

- Sistema do ADH (hormônio antidiutérico): Age no néfron (túbulo contorcido proximal), estimulando a regulação de aquaporinas. Como resultado, aumenta-se os poros tubulares, retirando água por canais específicos chamados aquaporinas. E então, aumenta a reabsorção de água.

 -  Sistema Renina - Angiotensina - Aldosterona:

   RENINA: Enzina proteolítica, produzida por células justa-glomerulares (células que estão junto do glomérulo: são sensíveis à fluxo sanguíneo). Então, a queda de fluxo diminui a estimulação sobre célula justa-glomerular, e isso estimula a secreção de grânulos, que são armazenados nessas células justa-glomerulares, que são grânulos de renina. Essa renina, como o próprio nome diz, é oriunda do rim, que age sobre uma proteína plasmática inativa, chamada: angiotensinogênio.

     A renina quebra o angiotensinogênio, formando angiotensina 1, que é convertida a angiotensina 2, e assim sucessivamente. Essa é a cadeia das Cininas.

    Na conversão de angiotensina 1 para angiotensina 2, têm-se uma enzima chamada Cininase 2, que é conhecida como ECA (enzima conversora de angiotensina).

    A angiotensina 2 é conhecida como um potente agente vasoconstritor.

   Produz uma vasocontrição da arteríola eferente, e uma vasodilatação da aferente. Em função disso, a pressão glomerular aumenta. Ou seja, mesmo com baixo fluxo renal, ainda mantêm-se o sistema funcionando as custas de angiotensina 2.

  Além disso, essa angiotensina 2, age sobre a supra renal, estimulando a secreção de aldosterona.

                         - É um mineralocorticóide, secretada pelo córtex da supra-renal.
                         - Aumenta a reabsorção de sódio na forma hidratada: recapta sódio e água, e então, têm-se uma intensa reabsorção de água ao longo do sistema, chegando ao final, com um filtrado glomerular mais concentrado, ou seja, com menos água.
Então, o sistema do ADH é ativado pela osmolaridade plasmática, e o sistema renina-angiotensina-aldosterona pelo fluxo. Porém, nem sempre que ativa-se um sistema, também ativa-se o outro. Pode-se ter variações tanto de osmolaridade, quanto de fluxo, sem que se tenha o vice-versa.
         Os prilatos, como ramipril, enalapril e captopril, são bloqueadores da ECA. São usados como drogas anti-hipertensivas, porque impedem a síntese de angiotensina II e seu efeito vasoconstritor, além de evitar o estímulo para a secreção de aldosterona.
Alguns dos efeitos colaterais do captopril, por exemplo, é a tosse.


NO EXERCÍCIO:






- O fluxo sanguíneo renal não muda até, aproximadamente, 50% do consumo máximo de oxigênio. A partir daí, para cada incremento de carga, ele cai até, em cargas máximas, 1% do débito. O fluxo renal, segue caindo após o encerramento do exercício. Ainda no processo de recuperação, ele vai recuperar. Porém, ele faz um pico acima dos valores de repouso e esse aumento de fluxo pode chegar de 20 a 30% mais do que em repouso. Isso acontece de 2 a 4 horas após o encerramento do exercício.

- A filtração glomerular não muda até, aproximadamente, 50% do consumo máximo de oxigênio, assim como o fluxo sanguíneo. A partir do momento que cai o fluxo sanguíneo renal, tem-se uma queda da filtração glomerular, porém, mais lentamente que o fluxo devido à renina liberada pelas células justa glomerulares, provocando vasodilatação da arteríola aferente e vasocontrição da arteríola eferente. A filtração glomerular continua caindo após o exercício, e faz um pico depois de algumas horas.

- A produção de urina também não muda até, aproximadamente, 50% do consumo máximo de oxigênio. A partir do momento que eu supero 50% do consumo máximo do oxigênio, produção de urina diminui, pois diminui a filtração glomerular. A produção de urina cai mais rápido do que os outros, pois a reabsorção de água aumenta, devido a aumento do ADH e da Aldosterona. No período de recuperação, têm-se essa contínua queda de filtração e a produção de urina se mantém baixa ao longo do tempo. E uma vez que começa a recuperar a filtração glomerular, aí sim, ela começa a aumentar, mas sem fazer pico.



Exame Qualitativo de Urina (EQU):
      Avalia a  densidade, a gravidade específica da urina, o pH, a presença de albumina, leucócitos, basófilos, hemácias. Albuminúria, hematúria e proteinúria são marcadores de diagnóstico de nefrite (infecção renal com alteração de filtração). Trata-se com antibiótico.
Pseudo nefrite atlética: é um falso positivo em EQU feito um dia após a sessão de exercícios, devido ao pico de filtração glomerular que ocorre de 4 a 6 horas o exercício.

TERMORREGULAÇÃO:
         Produção de suor: a glândula sudorípara é irrigada por um vaso. Esse sistema retira água do sangue e joga sob a forma de suor para superfície da pele. O estímulo para a glândula sudorípara é, essencialmente, catecolaminas. Quando tem-se um aumento da atividade adrenérgica sobre a glândula, ela começa a extrair água do suor e jogar suor para fora, em forma de gotículas. Se o suor não evaporar ou evaporar pouco, a temperatura corporal aumenta mais. Isso ocorre quando a umidade relativa do ar está muito alta ou quando a roupa cria um microclima entre sobre a pele.
    A taxa de suor aumenta conforme aumenta a duração do exercício e a intensidade do exercício. Pois, mesmo mantendo a mesma intensidade de exercício durante um certo tempo, o efeito da ação muscular é cumulativo, produz-se mais calor, e ao longo do tempo há mais suor.
    Crianças produzem menos suor, pois a glândula sudorípara está imatura. A medida que elas se tornam maturas -na puberdade-, tem-se um aumento na taxa de produção de suor, que na maturidade estabiliza. Por isso, ao fazer exercício com uma criança, tem que levar em conta a questão da taxa de produção de suor.

Transferência de calor:
     Condução (contato molécula/ molécula), convexão (sangue), irradiação (recebe-se do sol) e evaporação.

Criança:  menor superfície corporal

SUP. CORP. RELATIVA: cm² / kg
 
               maior superfície corporal relativa
                               X
     
Adulto:  maior superfície corporal
               menor superfície corporal relativa
- Criança recebe, proporcionalmente, mais calor que o adulto.
- Principal mecanismo de troca de calor da criança é a irradiação.
- Principal mecanismo de troca de calor do adulto é a evaporação (sudorese).

Controle da temperatura:

- No frio:
-Tremores (ação muscular involuntária ritmada);
-Vasocontrição (para evitar que o sangue aflore);
-Piloereção (aumenta a espessura da camada de ar sobre a pele, mas não é eficiente em humanos).

- No calor:
-Sudorese;
-Vasodilatação (para o calor ser eliminado mais facilmente, com o sangue mais próximo da superfície).

       Quando, pelo exercício ou por condições ambientais, ultrapassa-se 39°C como temperatura corporal, o centro termorregulador -que fica no bulbo- tem um mau funcionamento, então, passa a gerar respostas inadequadas, como tremores, piloereção e vasoconstrição. Se o atleta (de futebol americano, por exemplo) chegar nesse estágio, pode entrar em um quadro de intermação, gerando cãimbras em todo o corpo em todo o corpo e  lesão neuronal, que pode levar a morte.

SISTEMA RESPIRATÓRIO III


TREINAMENTO EM ALTITUDE E REGULAÇÃO NEURAL DO SISTEMA RESPIRATÓRIO


TREINAMENTO EM ALTITUDE 
Atleta que compete em altitude- não tem o mesmo desempenho, comparando com o seu desempenho habitual. Por este motivo, ele necessita passar por um processo de adaptação. 


FUNCIONAMENTO DO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO 

       Exemplo: Atleta acostumado a treinar ao nível do mar com pressão atmosférica de 1 atm desloca-se para uma altitude de 3.600 metros onde ocorre uma perda de 20%  do seu VO2, e isso é determinante para o seu desempenho. 


     CURTO PRAZO- Efeito principal ao primeiro contato com a alta altitude (desembarque, por exemplo), onde se é submetido a uma baixa  PO2 , com a diminuição da pressão de oxigênio arterial, há a ativação de quimioceptores ( arco aórtico , seio carotídeo e tronco encefálico). A estrutura bulbar também é extremamente sensível à  CO2/O2/PH, e são eles que ativarão os quimioceptores.

      Neste caso, com a diminuição da PO2 ocorre a ativação de quimioceptores e como consequência ocorre a taquipneia  (aumento de ventilação). Com a taquipneia, fisiologicamente está acontecendo a tontura, pois há a eliminação e consequente diminuição de CO2, ocorrendo a diminuição da PCO2. O CO2 é um dióxido ácido, que quando reage com água forma ácido carbônico, esse ácido carbônico tende a  se dissociar em hidrogênio e bicarbonato. Ou seja, o acumulo de CO2 no sangue gera um processo de acidificação do mesmo, porque o CO2 reage com água que está no plasma para formar ácido carbônico e por fim liberar hidrogênio.  Sendo assim, quanto mais CO2 o sangue possuir, mais acido será o sangue (menor PH). 
       No caso da diminuição da PCO2, há o fenômeno de ALCALOSE RESPIRATÓRIA (aumento do PH), e como consequência da alcalose respiratória, haverá o fenômeno da tontura. (Com a hiperventilação ocorre o mesmo processo). 
Obs: Com a realização de exercício esse processo ocorre de maneira ainda mais severa. 

       MÉDIO PRAZO - A defesa do organismo contra a alcalose respiratória é a excreção de bicarbonato via urinária, pois bicarbonato é uma base, e com isso há a diminuição do caráter alcalino do sangue. Com isso ocorre o controle do PH, mas também o fenômeno de HEMOCONCENTRAÇÃO, ou seja, o sangue ficará mais concentrado.
      Vantagem - Quado este sangue passar na circulação pulmonar, as hemácias estarão mais próximas, ou seja, a distância difusional será menor, facilitando o processo de oferta de oxigênio.
     Desvantagem- O sangue estará mais viscoso, fazendo com que o atrito com a parede do vaso aumente, o trabalho cardíaco aumente e com isso aumente o risco de trombose, com tendência de mais sangramento entre outras características. 

     LONGO PRAZO- O sistema não suporta essa hemoconcentração. Quem detecta a hemoconcentração e a variação do fluxo são os rins, produzindo ERITROPOETINA, que estimula a medula óssea à produzir novas hemácias (ERITROPOIESE). Com o aumento do número de hemácias há também o aumento do volume sanguíneo e ao final desse processo o indivíduo é considerado adaptado à altitude. 





      O tempo de adaptação de curto, médio e longo prazo dependerá da altitude onde o indivíduo se encontra. 


TEMPO DE ADAPTAÇÃO FISIOLÓGICA






REGULAÇÃO NEURAL DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 

        Ao falarmos do sistema neural estamos discutindo sobre Bulbo-troco encefálico, onde temos uma zona quimiossensível (ZQS) onde temos grupos de neurônios expiratórios e inspiratórios e o arco aórtico e o seio carotídeo com quimioceptores que levam a informação até o bulbo. Os quimioceptores são sensíveis à aumento da PCO2, diminuição da PO2 E diminuição do PH, estimulando os quimioceptores e gerando potenciais de ação que chegam até o centro respiratório estimulando a respiração. Além disso, a própria zona quimiossensível é sensível ao aumento de hidrogênio e CO2. Um detalhe importante é que o hidrogênio não atravessa a barreira hematoencefálica(membrana que permite a passagem de metabólitos do sangue para o sistema nevoso), que é impermeável a ele. Apesar de não atravessar a barreira ele é o componente que mais estimula os quimioceptores, da seguinte maneira: o CO2 produzido pelo metabolismo vai acabar no sangue e reagir com a água, formando H2CO3, o H2CO3 no sangue forma ácido carbônico, que se dissocia em hidrogênio e bicarbonato, então, o hidrogênio estimulará os quimioceptores periféricos no sangue. Na ZQS o hidrogênio não passa a barreira hemato encefálica, porém, o CO2 passa, chegando no SN e reagindo com H20, liberando hidrogênio (vindo da água). 
        No sangue temos hemácias, que captam o ácido carbônico, e possuem a enzima chamada anidrase carbônica, que ativa o ácido carbônico, formando H20 e CO2. Sendo essa uma estratégia de se manter o CO2 para permitir que ele seja eliminado pela ventilação e para a estimulação dos quimioceptores.


      Ou seja, o CO2 do sangue estimula o quimioceptor, e o CO2  que penetra a barreira hematoencefálica e invade o bulbo reage com a água para liberar o hidrogênio que estimulará a ZQS. 





Gráfico: 

Temos uma carga máxima de trabalho.


· 



    Temos 2 limiares da ventilação, e eles têm altíssima correlação com os limiares de lactato. 
     Esperamos que a curva de ventilação com o treinamento:
·         É possível que a ventilação de repouso mude, baixe um pouco, mas não significativamente. 
·         Ocorrerá o deslocamento do ponto de quebra do 1° limiar ventilatório para a direita, ou seja, para uma carga de trabalho mais alta, e também o 2° limiar ventilatório da mesma forma que o 1°. Com o  consequente deslocamento da carga máxima para a direita.

      É importante destacarmos que a maior parte dos livros de fisiologia do exercício têm mostrado que a ventilação não é essencialmente um fator limitante de desempenho em indivíduos normais. 
      A VVM (Ventilação Voluntária Máxima) é sempre maior do que a VE MÁX. (Ventilação Expiratória Máxima) na ordem de 20 à 30 % maior. Porém, durante o exercício não se ventila mais pois outros mecanismos levam à fadiga antes disso, ou seja, não chegamos a usar todo o sistema respiratório. Os outros sistemas são o músculo e o coração, se conseguíssemos superar essas limitações musculares e cardíacas talvez pudéssemos chegar mais perto da VVM, porém, não é isso que vemos normalmente. 


DESTAQUES DA AULA

·         Pessoas que moram em uma grande altitude têm maior número de hemácias em comparação com indivíduos que moram em baixas altitudes. 

·         Em competições esportivas, é muito importante que se tenha tempo para a adaptação dos atletas, porém, se não for possível este tempo de adaptação, deve-se levar o atleta para a altitude no momento mais próximo possível da competição.  O auge do efeito de curto prazo é em torno de 3 à 4 dias, por isso, devemos prestar muita atenção no tempo de adaptação                 para o bom desempenho de um atleta. 

·         Pessoas que realizam mergulho livre hiperventilam antes de mergulhar em apneia pois assim elimina CO2, aumentando o tempo de apneia, pois o estímulo ventilatório é diminuído.  O que define o tempo de apneia é o CO2, e não o oxigênio, pois o aumento do CO2 que vai ser necessário para um maior tempo. 

RELAÇÃO DE FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO COM CRIANÇAS E ADULTOS

     
     O metabolismo difere muito de crianças para adultos. O consumo de oxigênio pode ser observado em formas absolutas ( L.min -1) ou relativas ( Ml.Kg. ml -1). Quando se compara o consumo de oxigênio em uma criança há um teste de carga regular onde se pode observar características de acordo com o gráfico abaixo:



      Com o incremento de carga, acontece um déficit de oxigênio. O comportamento do consumo de oxigênio vai aumentar em 3 fases lentamente até atingir o Back Stage. Isso ocorre em qualquer indivíduo, até mesmo na criança. A diferença entre eles, seria que a criança responde mais rapidamente, gerando um déficit de oxigênio muito menor que o adulto. Com isso fica evidente que a criança tem uma resposta aeróbica mais eficiente, porém a medida que se matura, a eficiencia desse sistema diminui.
      Esses fatores ocorrem pela atividade das enzimas: PFK e LDH em relação a idade. A PFK tem a função de regular a velocidade da glicose. Essa possui uma atividade muito baixa na infância, aumenta no estirão puberal e estabiliza na maturidade.



       A enzima LDh induz a formação de Lactato através do acúmulo de Piruvato. Na infância as atividadades dessa enzima podem ser observadas no gráfico abaixo:



      A atividade glicolítica anaerobia de crianças é menor. Quando coloca elas em uma carga de trabalho aeróbia, por ter uma menor capacidade glicolítica para segurar esse implemento de carga, então deve-se acelerar ao máximo o processo oxidativo, ou seja, o sistema aeróbio. Por esse motivo, elas apresentam um menor déficit de oxigênio, pois essas compensam a incompetência anaerobia por uma maior competência aerobia.


       Comparando crianças com adultos quando se coloca os dois em exercícios com estímulos de alta intensidade, a concentração de Lactato muscular é observada no gráfico abaixo:




       Quanto maior a idade, maior a concentração muscular de Lactato.
     Então crianças de idade baixo (entre 8 e 10 anos) apresentam uma baixa concentração de Lactato muscular estando relacionado com a baixa atividade da LDH e da PFK, obrigando ela a compensar com o sistema aeróbio. O treinamento intensivo em crianças melhora as condições aeróbias, porém gera um desgaste em vários fatores, mas especialmente em nível osteoarticular. Quando se trabalha com crianças no seu limite, gerando lesões e impactos osteoarticulares ao longo do tempo em uma fase de formação da estrutura osteoarticular.



    A criança começa a ganhar de todos na competição, porém quando entra na puberdade ocorre muitas modificações como: ganho de massa muscular, e isso encontra uma estrutura óssea que sofreu um padrão de estresse ao longo do tempo. Começa a ocorrer as grandes lesões com uma maior incidência. O atleta acaba estagnando ou até cai seu rendimento gerando assim grandes desistências em esportes que possuem estímulos precoces. Não se deve treinarem alto nível crianças, pode-se obter um grande atleta mirim, mas dificilmente terá um atleta de alto nível com 20 anos.

O QUE ACONTECE COM O CONSUMO DE OXIGÊNIO DURANTE O PROCESSO MATURACIONAL?

         ABSOLUTO EM RELAÇÃO A IDADE (GRÁFICO 5)




         Idade Biológica.
      No estirão puberal principalmente em meninos há uma grande acréscimo de massa muscular fazendo com que o consumo de oxigênio aumente proporcionalmente mais nos meninos do que nas meninas. O consumo de oxigênio máximo em meninos e meninas é igual até a puberdade. Se relativizarmos a massa obtemos:



      O aumento que estava ocorrendo é essencialmente em relação a massa. No memomento em que se dividir o consumo de oxigênio pela massa, não mudará o consumo de oxigênio máximo ao longo da idade. Esse índice cai na menina a partir da puberdade por causa do tecido adiposo. Divide-se a massa corpórea total, por esse motivo ocorre essa queda.  Se fosse uma divisão apenas da massa muscular, isso não ocorreria.
     Meninos e meninas competem no mesmo nível até a puberdade, logo após, começam a apresentar grandes diferenças.

IDOSOS

        O auge do consumo de oxigênio máximo ocorre entre os 20 e 30 anos. Isso depende do nível de treinamento do indivíduo. Se esse é sedentário, ocorrerá mais cedo o pico de consumo de oxigênio máximo do que em um indivíduo treinado. A partir do auge começa uma perda importe no consumo de oxigênio conforme o amadurecimento de aproximadamente 7 ml.kg.min por década.

      O limiar de dependência funcional é de 25. No final de 3 décadas se tem uma dependência funcional em indivíduos não treinados. Isso ocorre devido ao fenômeno conhecido como Sarcopenia. Há uma perda no número de sarcômeros, levando consequentemente a uma perda de massa muscular.
     Com o envelhecimento há uma grande perda de fibras do tipo II fazendo com que o indivíduo perca força, potência, trofismo e resistência. Assim ocorre uma incapacidade progressiva tornando o mais inativo. Isso forma um ciclo que só é quebrado com o exercício.

     Para adultos jovens deve-se incentivar o exercício para fazer com que a curva de consumo de oxigênio máximo pela idade caia menos com o envelhecimento.  Com isso deve-se treinar aeróbio.


EM IDOSOS: Deve-se fazer o treinamento aeróbio porém o treinamento de força é indispensável. O indivíduo perde no consumo de oxigênio por causa da perda de massa muscular. Assim deve-se usar uma estratégia para frear ou reverter parcialmente esse processo. O exercício de treinamento de força não precisa ser intenso, porém pode ir avançando ao longo do tempo.

SUDORESE

     Criança transpira pouco em relação aos adultos.

      Os mecanismos de troca de calor com o meio em adultos são fundamentalmente baseados na evaporação de suor, porém com crianças isso não ocorre. A troca é feita através da irradiação e convecção.
     Se levarmos uma criança para um ambiente aberto, ela ganha mais calor através da radiação solar. Na piscina, ela tem uma maior tendência a perda de calor por convecção.

OSSOS E EXERCÍCIOS

       Superfície óssea é formada por uma estrutura cristaloide que depende de Cálcio. A deposição de Cálcio depende de uma ciclagem celular:




EX: Por alguma razão o nível circulante de Cálcio caí. Os ossos são um reservatório de Cálcio, então retira-se dele.  A ativação dos Osteoclastos que se aderem na superfície. A medida que ele vai retirando cálcio, vai cavitando o osso. O corre que o nível de Ca é corrigido ativando os Osteoblastos que depositam Ca na matriz óssea. Esse ciclo renova a matriz óssea, por esse motivo ele é tão importante.


O CICLO PODE SER AFETADO ATRAVÉS:

1-      EFEITO PIEZOELÉTRICO
         Efeito característico  de cristais anisotrópicos, ou seja, que desviam feixes de luz. Se submetido a uma força mecânica compressiva, gera uma diferença de potencial, ou seja, um sinal elétrico. A estrutura óssea é formada por cristais piezoelétricos. Quando gerar um impacto, transitoriamente se gera um sinal de voltagem, atraindo para o dipolo Ca. Isso faz com que se tenha um aumento da matriz óssea. O exercício gera esse aumento da densidade mineral óssea localizado.
       Em idosos é útil fazer exercícios de baixo impacto para estimular o efeito piezoelétrico.




2-      LEI DE WOLFF
            Ossos respondem dinamicamente à presença ou ausência de tensão com mudanças de tamanho, forma e densidade.
        A compressão de uma superfície óssea aumenta a atividade osteoclástica. Na área de contato que sofre compressão, quando estimulada, aumenta atividade osteoclástica.




DENSIDADE MINERAL ÓSSEA DAS MULHERES

        A densidade mineral óssea de uma mulher amenorréica treinada será aumentada. O
estrógeno estimula a deposição de Ca, por esse motivo mulheres amenorréicas tem uma diminuição da densidade óssea.




SISTEMA GASTRO INTESTINAL

Digestão e Absorção (Fisiologia e Anatomia do Sistema Gastrointestinal)

  •      Glândulas Anexas


Tubo Digestivo:
ALTO: boca e esôfago
MÉDIO: estômago, intestino delgado, pâncreas e fígado
BAIXO: intestino grosso

BOCA
         A digestão inicia na boca pela ação da amilase salivar (quebra carboidratos). Na boca já é possível absorver um pouco de glicose.  TANTO A DIGESTÃO, QUANTO A ABSORÇÃO JÁ COMEÇAM NA BOCA.

Em exercício, alguns atletas fazem bochecho com gatorade ou alguma bebida com carboidrato, justamente porquê já se tem a absorção de carboidratos na boca.

BOCA: Digestão Mecânica (Mastigação) e Digestão Química (Amilase Slivar).

LÍNGUA

       Há receptores para sentirmos os gostos: Salgado, Amargo, Doce, Azedo, Umami e Glutamato Monosódico.

UMAMI: gosto aveludado, suave. Exemplo: espinafre, couve, feijão (compostos sulfurados).
GLUTAMATO MONOSÓDICO: é adicionado aos alimentos (caldo de carne, salgadinhos, ...)

Temos um sistema bastante integrado, pois a partir do momento que sentimos o gosto de um alimento na boca juntamente com o cheiro, já se inicia a digestão. Por exemplo, quando cheiramos e enxergamos um carboidrato, já inicia a liberação de insulina (reação antecipada à reação de alimentação).

A presença do alimento na boca, junto com visão e cheiro estimulam as glândulas salivares a secretarem saliva, que contém amilase salivar, além de sais e outras substâncias.

A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos, reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo).

GLICOSE: é um monossacarídeo (carboidrato simples, isolado).

AMIDO: é um polissacarídeo (cadeia extensa de glicoses reunidas). À medida que se quebra, ocorre a liberação de glicose para a corrente sanguínea.

Os sais na saliva, neutralizam substancias ácidas e mantêm um pH levemente ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina.
Início dos movimentos peristálticos no esôfago, no momento em que o alimento está passando (músculo contrai e relaxa).

ESTÔMAGO

Suco Gástrico: solução rica em ácido clorídrico e em algumas enzimas (ex: pepsina).
PEPSINA: digere proteínas em peptídeos pequenos (cadeia de vários aminoácidos).
Como temos o ácido clorídrico agindo no alimento dentro do estômago, deve-se ter um revestimento na parede do estômago (MUCO).
As células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. A superfície estomacal é totalmente reconstituída a cada 3 dias.
AZIA: o esfíncter que bloqueia a subida do suco gástrico para o esôfago não funciona bem e como as paredes do esôfago não são protegidas para o contato com o suco gástrico, ocorre a sensação de queimação.
No estômago, o bolo alimentar transforma-se numa massa acidificada e semi-líquida, o QUIMO.
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o QUIMO é liberado no intestino delgado, onde ocorre a parte mais importante da digestão.




·         OBS: O ESTÔMAGO SERVE PARA A DIGESTÃO E ARMAZENAMENTO DO ALIMENTO, basicamente. No entanto, já se consegue absorver um pouco de glicose, aminoácidos, álcool.

O esfíncter pilórico tem a mesma função do esfíncter gastroesofágico, ou seja, ele vai fechar para que não haja refluxo.

INTESTINO DELGADO

DUODENO: é a primeira parte do intestino delgado. Duodeno em latim quer dizer “doze dedos”. Começa logo a seguir à válvula de saída do estômago que se chama “piloro”, cujo significado em latim é “porteiro”.
JEJUNO: segue ao duodeno e quer dizer “jejum”.
ÍLEO: é a parte terminal do intestino delgado e o seu nome em latim significa mesmo “parte final” do intestino delgado.

·         Os nutrientes vão sendo absorvidos ao longo de todo intestino delgado de acordo com os sítios ativos de cada nutriente.
·         A digestão do Quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo Pâncreas, que contêm diversas enzimas digestivas.
·              Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no Fígado, que apesar de não conter enzimas, tem a importante função de emulsionar as gorduras (ação detergente- separar as gorduras do meio líquido).
·         Bile é um fluido produzido pelo fígado e armazenado na vesícula biliar - capacidade de armazenar 20 - 50 ml de bile - e atua na digestão de gorduras.   A bile é caracterizada por ser alcalina (para diminuir a acidez do quimo) pela presença de bicarbonato de sódio, sais biliares, pigmentos, colesterol e bilirrubina, entre outros compostos.
·              A vesícula biliar possui um ducto (Canal de Oddi) por onde irá passar a bile até chegar ao intestino delgado para emulsionar as gorduras, ao mesmo tempo que o suco pancreático também será lançado para o intestino delgado.
·                  Cálculo Renal: formação de pedras na vesícula biliar pelo excesso de colesterol. Dimunui o volume de bile lançada, pode trancar a passagem de bile, o que gera dor e o indivíduo deve fazer cirurgia para retirar a bile.
·             Comer fibras alimentares pois elas se ligam aos sais biliares, carregando mais sais biliares para fora do organismo. Esse processo induz a uma ressíntese de sais biliares a partir do colesterol, gerando uma diminuição do excesso de colesterol na circulação.
·         O suco pancreático é uma secreção produzida pelo pâncreas que atua no processo digestivo e, através do ducto pancreático, é lançado na cavidade do duodeno.

Contém água, enzimas (amilase pancreática, lipase pancreática,tripsinogênio,
·         quimiotripsinogênio e nucleases) e grandes quantidades de íons bicarbonatos.
·         Amilase Pancreática: quebra carboidratos
·         Lipase Pancreática: quebra gorduras
·         Tripsinogênio e Quimiotripsinogênio: quebram proteínas
·         Nucleases: quebra de DNA.
·            A maioria dos nutrientes são absorvidos pela mucosa do intestino delgado, de onde passa para a corrente sanguínea.
·         Aminoácidos e carboidratos simples atravessam as células do revestimento intestinal e passam para o sangue, que se encarrega de distribuí-los a todas as células do corpo. Entretanto boa parte dos aminoácidos já inicia a absorção no próprio estômago.
·         O glicerol e os ácidos graxos resultantes da digestão de lipídios são absorvidos pelas células intestinais, onde são convertidos em lipídios e agrupados em proteínas chamadas Quilomicrons. Deste modo, são transportados para os vasos linfáticos das vilosidades intestinais, atingindo a corrente sanguínea. Os triglicerídeos que são absorvidos no intestino passam para o sistema linfático onde são quebrados em ácidos graxos e glicerol e no sangue remontam o triglicerídeo indo para o adipócito.
·         Durante a digestão, ocorre a formação de certos hormônios. Os principais hormônios relacionados à digestão:



INTESTINO GROSSO

·         Os restos de uma refeição levam cerca de nove horas para chegar ao intestino grosso, onde permanecem por três dias aproximadamente.
·         Na região final do cólon, a massa fecal (ou de resíduos), se solidifica, transformando-se em fezes.
  •          A cor e estrutura das fezes é devido à presença de pigmentos provenientes da bile.
  •          Ocorre a absorção de água para hidratar mais o corpo e para evitar que chegue muito líquido no final do intestino grosso.

  •          Prisão de Ventre/ Constipação: normalmente causado por desidratação

I    ngestão alimentar: Maior secreção de ácido clorídrico (HCL), diminuição das respostas vagais e aumento da resposta de saciedade, sinais de aumento da atividade parassimpática de absorção e secreção de CCK (libera suco pancreático), GLP1 e PYY (informam o SNC o momento de parar de comer).
·         Sistema Parasimpático: Sistema Digestório

ERROS INATOS DO METABOLISMO
·         Intolerância à Lactose: menor quantidade de Lactase (digestão comprometida de galactose e frutose)
LACTOSE= dissacarídeo
      No Instestino Delgado – ação da lactase (quebra a lactose em galactose + frutose) para que o intestino possa absorver esses monossacarídeos.
     Na intolerância à Lactose o dissacarídeo não consegue ser quebrado. Vai passar água do ambiente menos concentrado (o sangue vai ter menos concentração de açúcar) para o mais concentrado (ambiente hiperosmolar). À medida que a lactose está passando, vai tornando o ambiente hiperosmolar e vai carreando água, ou seja, vai desidratando o organismo. Com a passagem de água, algumas bactérias vão fermentando essa lactose, tornando o intestino grosso com alta concentração de água.
     Deficiência de Lactase= Diarréia

DIARRÉIA DO MARATONISTA: ingestão de alimentos inadequados antes do exercício.

ÍNDICE GLICÊMICO E CARGA GLICÊMICA

            Lembrando que digerimos e absorvemos carboidratos no estômago e intestino. À medida que digerimos o alimento, formamos glicose na corrente sanguínea. Essa alta taxa de glicose irá estimular as células beta do pâncreas a liberar insulina, o que faz com que o sangue seja retirado da corrente sanguínea, diminuindo sua concentração. A glicose chega no fígado e nos músculos, na qual é armazenada na forma de glicogênio. Resultado: diminuição da taxa de glicose. À medida que vamos ficando em jejum, vai diminuindo essa concentração de glicose e assim, irá estimular células alfa do pâncreas, liberando glucagon, induzindo a quebra do glicogênio para ser transformado em glicose.
            Diversos tipos de carboidratos tem velocidades diferentes ou geram taxas de glicose alta antes ou depois = ÍNDICE GLICÊMICO (Velocidade com que se transforma carboidrato em glicose).
            Por exemplo: alguns alimentos como o pão branco (índice glicêmico alto) é gerado uma absorção extremamente rápida (concentração de glicose bastante alta já direto na corrente sanguínea). Em alguns feijões (índice glicêmico baixo) gera uma concentração de glicemia mais estável (absorção mais lenta).



O QUE ACONTECE QUANDO SE GERA UMA TAXA MAIS ALTA DE GLICOSE OU MAIS MODERADA DE GLICOSE?

         A alta taxa de glicose induz a liberação de insulina pelo pâncreas. Por exemplo: alimentos com baixo índice glicêmico (feijões), há uma liberação de glicose moderada  e uma liberação de insulina adequada pela concentração de glicose que há na corrente sanguínea. Ao mesmo tempo, alimentos de alto índice glicêmico geram uma concentração muito grande de glicose na corrente sanguínea e com isso, há uma liberação de insulina adequada também, ou seja, em alimentos com altos índices glicêmicos geram uma concentração de insulina muito maior.

O QUE ACONTECE COM O EXCESSO DE INSULINA NA CORRENTE SANGUÍNEA?
Insulina= hormônio anabólico à induz a produção de glicogênio e triglicerídeos. Esse excesso de glicogênio e triglicerídeos gera uma predisposição á formação de gorduras. Exemplo: comer doce predispõe a formação de gordura: há uma liberação de glicose muito alta ao mesmo tempo em que há uma liberação de insulina muito rápida. Tendo uma alta concentração de insulina, a predisposição á formação de gordura é grande, comparado a alimentos com baixa glicemia, podendo depender do gasto energético de cada indivíduo.
·         A alta liberação de insulina não baixa a glicose à valores basais (normais), há uma queda brusca = HIPOGLICEMIA DE REBOTE: Há a geração de um estado hipoglicêmico em função da alta concentração de insulina na corrente sanguínea.
EXEMPLO: Pessoas que antes do exercício ingerem alimentos com alto índice glicêmico: irá gerar uma hipoglicemia de rebote (o indivíduo ficará meio tonto).

MEL: índice glicêmico médio. Há muita frutose (muito mais doce que a glicose) e essa somente é absorvida no final do intestino delgado. Como ela demora mais para ser absorvida, tem um índice glicêmico menor.

SACAROSE: glicose + sacarose. Já há glicose à índice glicêmico alto.

       Para uma liberação maior ou menor de insulina, não é somente o índice glicêmico que importa, e sim o conteúdo também de carboidratos.



       Comparando a ingestão de 10g de pão e de 100g de pão há uma grande diferença de glicemia. O pão de 100g há um alto pico de glicemia, enquanto no pão de 10g há um baixo pico de glicemia, com pouca liberação de insulina. Por isso que em pacientes diabéticos, se em casos de hipoglicemia, se der bala, ele não fica pior, pois a quantidade de carboidrato não é suficiente para haver uma liberação de insulina. CONCLUSÃO: índice Glicêmico e a Carga Glicêmica devem ser analisadas.



ADAPTAÇÕES DO EXERCÍCIO


·                Exercício intensos > que 70% do Vo2máx diminui a velocidade de digestão.

·         Atividade de baixa intensidade promove maior velocidade de digestão. Atividades leves estimulam tanto o peristaltismo quanto a digestão.

·         O nível de condicionamento é fundamental determinante para o esvaziamento gástrico. Um individuo sedentário pode apresentar desconforto com uma leve caminhada.




ALTERAM A DIGESTÃO DOS ALIMENTOS:

•Composição Química do Alimento (gorduras e proteínas irão lentificar a digestão)
•Temperatura dos alimentos (é  mais fácil absorver alimentos frios)  
•Volume (o maior volume de alimento ingerido irá lentificar o esvaziamento gástrico)


EFEITOS DA SOLUÇÃO SOBRE O ESVAZIAMENTO GÁSTRICO:

·        Volume da Solução – Aumenta com volumes maiores
·        Conteúdo Calórico – Diminui conforme a densidade calórica aumenta
·        pH – Diminui com  soluções mais ácidas


OBTENÇÃO DE DADOS DO CONTEÚDO GÁSTRICO:

       Modo de avaliação através do tubo nasogástrico




      O tubo entra pelo nariz, passa pelo esôfago e chega ao estômago e o individuo está pedalando. O que se observou foi o fluxo sanguíneo esplâncnico em relação ao consumo máximo de oxigênio.



     Fluxo Sanguíneo Esplâncnico- volume sanguíneo que chega na região abdominal em relação à intensidade do exercício.

OBSERVOU-SE: Quanto maior era a intensidade do exercício, menor era o fluxo sanguíneo.

·         Por isso se sente menos fome em exercícios intensos (diminui o fluxo sanguíneo da região abdominal).



Dupla- Amostragem: duas concentrações diferentes de carboidratos (4,5% e 9,0%).

OBSERVA-SE: Quanto maior for o volume da amostra (mais concentrado o líquido), maior será a velocidade de esvaziamento gástrico (principalmente em carboidratos).
GATORADE: 6% ( valor intermediário).

ADAPTAÇÕES GASTROINTESTINAIS AO TREINAMENTO

·         Maior motilidade gastrointestinal (peristaltismo)
Ex: Pessoas com constipação seria indicado o treinamento.
·         Maior secreção de muco (maior proteção do estômago)
·         Aumento da irrigação tecidual
·         Ação anti-ulcerogênica
Treinamento: ativação do Sistema Parasimpático (meio de diminuir FC)

APETITE X EXERCÍCIO
Alimentação e exercícios estão intimamente ligados, um tem que estar anexado ao outro. Em relação á fome e saciedade, há duas vias de sinalização para o organismo: VIA EDÔNICA (Via Sensorial- visual, degustativa e olfatória) e VIA HORMONAL (GLT1- peptídeo similar ao glucagon, GRELINA, LEPTINA,..).



GRELINA: estimula o apetite.
LEPTINA: inibe o apetite.
Centro Integrador da Fome: HIPOTÁLAMO

GRELINA

Peptídeo de 28 aminoácidos
Grelina total = Acilada (consegue passar pela barreira hematoencefálica) + Não-Acilada (não consegue atingir ao SNC)
Barreira Hematoencefálica (SNC) – Grelina Acilada

#Um dos primeiros estudos com Grelina: Estudo com ratos. Um grupo recebeu solução salina e outro grupo recebeu solução com grelina.



Os ratinhos que receberam solução salina obtiveram um consumo energético em torno de 5000 kJ (1000 cal) e os ratinhos que receberam solução com grelina obtiveram consumo energético em torno de 6000 kJ.

Grelina tem papel muito forte no consumo alimentar.

GRELINA X EXERCÍCIO

Há uma transformação da grelina, a grelina não acilada pode ser acilada a partir de uma enzima.
Um dos principais estudos com relação á grelina acilada e exercício:



      Em uma hora de exercício, no grupo controle a grelina aumentou (não fez exercício), já no grupo experimental, diminuiu a concentração de grelina acilada (tendência de ter menos fome).

Escala de Fome no Grupo Controle e Grupo Exercício:




·         Um dos mecanismos de diminuição de fome em exercício é por menores concentrações de grelina acilada.
·         À medida que o grupo controle depois de se tornar estável as concentrações e logo após receber a refeição, diminuiu novamente a grelina acilada.
·         Existem dois momentos com baixa de grelina acilada: pós exercício ou no momento do exercício e após uma refeição, pois não precisa sinalizar que está com fome.
·         No grupo exercício após a refeição também diminuiu a grelina acilada.
·         Na escala de fome o comportamento é muito parecido com o da grelina acilada: no grupo exercício baixou a fome e no grupo controle foi aumentando aos poucos a fome e logo receberam a refeição e ambos baixaram a fome.